Governo anuncia mudanças no IOF de empréstimos, previdência e câmbio; veja como ficaram as novas alíquotas
Justificativa é simples: ampliar a arrecadação sobre determinados produtos financeiros — com uma entrada esperada de R$ 20,5 bilhões com a medida

Aos 45 minutos do segundo tempo desta quinta (22), o governo Lula anunciou o aumento do IOF — o Imposto sobre Operações Financeiras — informação confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A mudança atingirá operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos. O decreto com as alterações passa a valer já nesta sexta (23).
A justificativa é simples: ampliar a arrecadação da União sobre determinados produtos financeiros. O governo espera uma entrada de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com a medida.
- LEIA TAMBÉM: Renda fixa isenta de Imposto de Renda? Estes 9 títulos de crédito privado incentivado podem gerar retornos de até IPCA + 8,9%; veja aqui.
O IOF é um imposto que funciona como um “pedágio” do governo quando há movimentações de dinheiro de certas formas, como, por exemplo, comprar dólar ou euro, usar cartão de crédito em sites estrangeiros e tomar empréstimos.
O que muda nas operações de câmbio com as alterações no IOF
A partir de agora será unificada em 3,5% a alíquota de IOF sobre operações de câmbio com cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais, além de remessa de recursos para conta de contribuinte brasileiro no exterior e compra de moeda em espécie.
A partir de amanhã, as seguintes operações passam a ter alíquota de IOF de 3,50%:
Leia Também
- Compras internacionais com cartão pré-pago ou cheques de viagem;
- Saques no exterior;
- Remessas ao exterior por pessoas físicas — inclusive para familiares;
- Transferências feitas por empresas que operam arranjos de pagamento internacionais;
- Entradas de recursos no Brasil via empréstimos externos com prazo inferior a 365 dias;
- Compra de moeda estrangeira em espécie.
As exceções serão as operações de entrada de recursos do exterior, não isentas nem listadas em categorias específicas, que terão IOF de 0,38%.
Seguradoras, entidades de previdência e seguros por sobrevivência passam a sofrer cobrança de IOF
Antes das mudanças, não havia menção às operações de seguro realizadas por seguradoras e entidades de previdência complementar como sujeitas ao IOF. Mas agora, com o decreto, instituições do tipo passam a sofrer a incidência do imposto.
Com isso, seguradoras e entidades de previdência complementar são responsáveis pela cobrança e recolhimento do IOF, inclusive com a obrigação de recalcular o imposto considerando aportes feitos em outras instituições.
- E MAIS: Com Selic a 14,75% ao ano, ‘é provável que tenhamos alcançado o fim do ciclo de alta dos juros’, defende analista – a era das vacas gordas na renda fixa vai acabar?
A mudança também atinge planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência, entre eles o plano de previdência privada Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Os planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência passam a ter incidência do imposto, à alíquota de 5%, quando houver aportes mensais a partir de R$ 50 mil. Antes da mudança não havia tributação de IOF.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a mudança no IOF sobre seguros fecha a brecha de evasão fiscal por meio do uso de planos de previdência (seguro de vida com cláusula de sobrevivência, como o VGBL) como se fossem fundos de investimento para alta renda.
Como fica a tributação do IOF sobre empréstimos
As alíquotas também foram alteradas para empréstimos para pessoas jurídicas, microempreendedores individuais (MEI) e empresas do Simples Nacional. Com o decreto, essas linhas de crédito passam a sofrer incidência do IOF fica da seguinte forma:
- As operações de crédito para pessoa jurídica passam a ter alíquota de 0,0082% ao dia, independentemente da modalidade do empréstimo;
- Para empresas optantes pelo Simples Nacional — incluindo MEIs — em empréstimos de valor igual ou inferior a R$ 30 mil, a alíquota é reduzida para 0,00274% ao dia.
Além da alíquota diária, foi criada uma alíquota extra que incide uma única vez sobre o valor total da operação, independentemente do prazo:
- 0,95% para mutuário pessoa jurídica;
- 0,38% para mutuário pessoa física e MEI.
Com isso, a alíquota anual para empréstimos de pessoa jurídica passa a ser de até 3,95% ao ano, que também se aplica para empréstimo externo de curto prazo. Já para empresas do Simples Nacional o teto fica em 1,95% ao ano.
Pagamento antecipado a fornecedores passa a ser considerado como empréstimo
Operações de financiamento e antecipação de pagamentos a fornecedores — forfait ou risco sacado — passam a ser formalmente enquadradas como operações de crédito, sujeitas à mesma tributação de empréstimos comuns — que entrará em vigor em 1º de junho..
A instituição que antecipa os recursos será responsável pelo recolhimento do IOF, e o devedor será o contribuinte.
- E MAIS: Duas ações para “apimentar” a carteira que podem “surfar” o fim das altas da Selic
Com isso passam a ser tributadas às alíquotas de operações de crédito para pessoa jurídica passam a ter alíquota de 3,5% ao ano.
Cooperativas tomadoras de crédito também são afetadas pela mudanças do IOF
Antes, algumas cooperativas tinham isenção, sem regras de limite claras para grupos econômicos. Agora, com o decreto, fica estabelecido que entidades com operações inferiores a R$ 100 milhões no ano anterior continuam isentas da alíquota padrão.
Cooperativas que operaram acima do teto de R$ 100 milhões passaram a ser tributadas como empresas em geral.
O que não será afetado com as mudanças do IOF?
De acordo com Ministério da Fazenda, as isenções sobre crédito para pessoas físicas em geral, programas sociais como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e habitacional, além de exportações de bens e serviços e crédito para máquinas e equipamentos, continuam sem mudanças.
O que não muda com as alterações do IOF |
---|
Diplomatas e missões, Itaipu binacional |
Transferência de objeto de alienação fiduciária |
FINAME |
Programa de Desestatização |
Estoques reguladores |
Empréstimo de título como garantia de execução de serviços e obras públicas |
CEF com penhor |
Cooperativas abaixo de R$ 100 milhões |
Exportação e título de crédito à exportação |
FINEP |
Gestão de fundos ou programas de governo federal, estadual, distrital ou municipal |
Aquisição de motocicleta, motoneta e ciclomotor por pessoa física |
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE |
Aquisição de automóveis por pessoas com deficiência, por desempregado ou subempregado etc |
Repasse de fundo ou programa do Governo Federal |
Rural |
FIES |
Aquisição de bens e serviços por pessoas com deficiência com renda de até 10 s.m. |
Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste |
Adiantamento sobre cheque em depósito |
Política de Garantia de Preços Mínimos – EGF |
Habitacionais e saneamento básico |
Infraestrutura em concessões do governo federal |
Devolução antecipada de IOF indevido |
Programa de geração de emprego e renda |
Entre instituições financeiras |
Instituição financeira cobrindo saldo devedor em outra |
Com títulos de mercadorias depositadas para exportação |
Financiamento de estocagem de álcool combustível |
Adiantamento de salário ao empregado |
Adiantamento de câmbio exportação |
Adiantamento de resgate de apólice de seguro de vida e título de capitalização |
*Com informações do Money Times
Pagamento Bolsa Família e Auxílio Gás: NIS final 4 recebe hoje; veja valores
Bolsa Família agosto 2025: NIS final 4 recebe pagamento nesta quinta (21). Confira valores, adicionais e saque pelo Caixa Tem e Auxílio Gás
Moraes faz alerta aos bancos sobre Magnitsky: “se resolverem aplicar, serão penalizados”
O Ministro também classificou o uso da lei contra ele como “totalmente equivocado” e diz esperar que Trump reverta a situação
Tarifaço de Donald Trump atinge Sony e preço do PS5 sobe nos Estados Unidos
Sony reajusta PlayStation 5 nos EUA devido às tarifas de Trump; preço do console no Brasil segue o mesmo ainda sem alterações
Brasil pode ser “paraíso escondido” da Inteligência Artificial — e estas 8 ações têm tudo para ganhar com isso
O Brasil tem algumas das condições mais importantes para construir o que a Inteligência Artificial mais precisa hoje: os data centers
Buenos Aires passa a aceitar criptomoedas para pagamentos de impostos, multas de trânsito e carteira de motorista
Cidade amplia meios de pagamento e cria regras específicas para empresas do setor de ativos digitais; confira os detalhes
EUA e Brasil vão chegar a um acordo? Governo Trump aceita discutir na OMC medidas econômicas contestadas pelo Itamaraty
Embora tenha aprovado, os EUA alega que parte das reclamações brasileiras envolve temas de “segurança nacional”
Bolão fatura Mega-Sena 2903 e Brasil tem 15 novos milionários; Lotofácil 3473 tem 5 ganhadores
Enquanto a Mega-Sena e a Quina tiveram múltiplos ganhadores ontem, a Quina acumulou e o prêmio em jogo subiu para R$ 7,5 milhões
Caixa paga hoje mais um lote do Bolsa Família; veja quem tem direito
Parcela de agosto do Bolsa Família chega a beneficiários com NIS final 3
STF decide a favor da União em disputa previdenciária de R$ 131 bilhões
Fator previdenciário é redutor aplicado sobre aposentadorias do INSS
Do Pix até a 25 de março, Itamaraty responde a acusações do governo Trump — e Embraer também se pronuncia; confira como fica o embate entre Brasil e EUA
Embora tenha sido excluída do tarifaço de 50% imposto pelo governo Trump contra o Brasil, a Embraer também é investigada por supostas práticas comerciais desleais
Proposta de reforma administrativa prevê fim de férias de 60 dias e limite ao teletrabalho
Texto que deve ser levado a deputados ainda esta semana mira também verbas indenizatórias, que muitas vezes acabam por duplicar os vencimentos de alguns servidores públicos
Mega-Sena 2903 pode pagar R$ 65 milhões hoje; Lotofácil 3472 e Quina 6803 acumulam
Mega-Sena não tem vencedor há cinco concursos e prêmio é capaz de resolver a vida de qualquer um; Lotofácil e Quina acumuladas também correm hoje
Bolsa Família hoje: Caixa libera pagamento para NIS final 2; veja detalhes
Beneficiários com NIS final 2 recebem a parcela de agosto nesta terça-feira; valor mínimo é de R$ 600, mas adicionais podem elevar a renda familiar
“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad
Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim
Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário
Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal
Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br
Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana
XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada
Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores
Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras
O colchão da discórdia: por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP
Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje
Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego
Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades