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Depois de virar alvo de Trump, aliança climática global dos bancos encerra atividades

O presidente dos EUA, Donald Trump, parado em frente a um púlpito

O presidente dos EUA, Donald Trump

A Aliança Bancária Net-Zero (NZBA), iniciativa apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU) criada para estimular bancos a direcionarem seus investimentos e empréstimos rumo à neutralidade de carbono, anunciou na última sexta-feira (3) o encerramento imediato de suas operações. 

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O movimento acontece em meio a pressões do presidente norte-americano, Donald Trump, que intensificou ameaças contra instituições que adotam políticas nesse sentido, com incentivo a indústrias como a de exploração de petróleo e gás.

A debandada dos bancões na aliança climática global dos bancos

Fundada em 2021, a aliança tinha como meta reduzir a pegada de carbono do setor financeiro e acelerar a transição global para emissões líquidas zero até 2050. No auge, chegou a reunir quase 150 bancos.

Com o retorno de Trump à Casa Branca, grandes instituições deixaram a iniciativa. É o caso do JP Morgan, Goldman Sachs e Bank of America. Depois deles, bancos canadenses e japoneses também pularam para fora do barco, o que começou a enfraquecer a iniciativa. Em agosto, o britânico Barclays foi um dos últimos a abandonar o grupo.

A própria NZBA havia suspendido as atividades no final de agosto, à espera de uma votação entre os membros. 

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O resultado confirmou a dissolução. “Os membros da Aliança Bancária Net-Zero votaram pela transição de uma aliança baseada em membros e pelo estabelecimento de suas diretrizes como estrutura. Como resultado, a NZBA encerrará suas operações imediatamente”, informou a entidade em comunicado.

Apesar do fim formal, a organização destacou que as diretrizes para o estabelecimento de metas climáticas para bancos permanecem disponíveis como recurso. 

“Bancos individuais em todo o mundo podem continuar a usá-las e consultá-las para desenvolver e implementar seus próprios planos de transição para zero emissões”, afirmou.

Antes mesmo do colapso, a NZBA já havia recuado em seu discurso. No início deste ano, documentos internos revelados pela AFP mostraram que termos como “diretrizes” haviam sido suavizados para “orientações”, enquanto obrigações foram transformadas em simples recomendações — um sinal do enfraquecimento que culminaria no desfecho desta semana.

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