Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic
Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa

Pode até ser que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) interrompa em sua próxima reunião o atual ciclo de alta dos juros.
Isso depois de ter elevado, na semana passada, a taxa Selic em meio ponto percentual, para 14,75% ao ano.
O presidente Gabriel Galípolo e os demais diretores do BC mantêm a porta aberta para uma alta residual dos juros.
Ao mesmo tempo, embora o clima já seja de fim de ciclo, eles sinalizam que a Selic ainda permanecerá por um bom tempo em níveis considerados restritivos em termos de política monetária.
Ou seja, esse pode ser um banho de água fria para quem já trabalha com uma queda da Selic até o fim do ano.
É o que indica a ata da última reunião do Copom, divulgada na manhã desta terça-feira (13).
Leia Também
Regulação das stablecoins trava no Senado dos EUA e Federal Reserve emite novo alerta sobre riscos
Quantas divisões tem o papa? A escolha de Leão XIV e um contraponto à influência de Trump
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”
Trecho do 23º parágrafo da ata da 270ª reunião do Copom.
A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação oficial de 2025 é de 3% (com piso de 1,5% e teto de 4,5%).
No entanto, o Copom ainda tem um longo caminho para que a inflação convirja à meta.
O tom da ata do Copom
Economistas consultados pelo Seu Dinheiro consideram que o Copom manteve na ata o mesmo tom do comunicado que acompanhou a decisão da última quarta-feira.
“A discussão é se haverá ou não a necessidade de uma alta de juros residual”, diz André Muller, estrategista e economista-chefe da AZ Quest.
O próprio Copom deixou no ar essa possibilidade, tanto no comunicado quanto na ata, ao enfatizar que o cenário de "elevada incerteza" exige cautela adicional e flexibilidade para calibrar a taxa Selic no próximo encontro, programado para 17 e 18 de junho.
“No momento, isso é uma incógnita”, afirma Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina.
Na dúvida, o bancão norte-americano mantém sua aposta em uma alta dos juros a 15,00% ao ano na reunião de junho.
Muller, da AZ Quest, também acredita nessa “alta residual”.
A análise de Caio Megale, economista-chefe da XP, vai na mesma direção.
“Acreditamos que as pressões inflacionárias domésticas, incluindo medidas fiscais recentes de estímulo ao crescimento e expectativas de inflação desancoradas, acabarão por convencer o Copom a realizar um último aumento de 0,25 ponto porcentual em sua próxima reunião”, escreveu ele em relatório.
Mas será que os juros vão subir ainda mais?
A expectativa por uma alta residual da Selic antes do fim do ciclo de aperto monetário está longe de ser unânime.
“Mantemos nossa expectativa de fim de ciclo e manutenção da taxa em 14,75% a partir de junho”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter.
De acordo com ela, o patamar bastante restritivo da política monetária e a expectativa de desaceleração da atividade econômica indicam que “a alta da Selic da reunião de maio deve ter sido a última”.
Para Leonardo Costa, economista do ASA, o Copom realmente mantém na mesa a possibilidade de uma nova alta em junho, a 15,00% ao ano.
Na avaliação dele, no entanto, o atual nível da taxa de juros parece suficiente para que o Copom cumpra seus objetivos de política monetária.
- VEJA MAIS: Com Selic a 14,75% ao ano, ‘é provável que tenhamos alcançado o fim do ciclo de alta dos juros’, defende analista – a era das vacas gordas na renda fixa vai acabar?
Roma? Londres? Nada disso: destino mais lotado da Europa é ilha (supostamente) paradisíaca na Grécia
Dados divulgados pela Comissão Europeia apontam os destinos com maior pressão turística – e os lugares mais lotados não são metrópoles globais; confira
Petrobras (PETR4) paga menos dividendos e até o governo ficou com o bolso mais leve — valor menor pode dificultar a vida de Lula
Como maior acionista da Petrobras, até mesmo o governo federal viu a distribuição de lucros cair, o que pode pressionar ainda mais as contas públicas
PagBank tem lucro de R$ 554 milhões, anuncia primeiro dividendo da história e indica que há mais proventos no radar
O banco digital destacou que, apesar de um “cenário econômico mais difícil”, conseguiu expandir a rentabilidade
Por que as ações da Azul (AZUL4) caem mais de 10% na abertura mesmo após lucro líquido de R$ 783 milhões no 1T25?
Se considerados ajustes, a companhia aérea teve um prejuízo líquido ajustado 460% maior que no ano passado, de R$ 1,8 bilhão
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Como a Receita calcula o imposto de renda devido e o valor das restituições
Jeito de calcular o imposto de renda devido e a eventual restituição varia de acordo com o modelo escolhido de declaração, se completo ou simplificado
Planejando uma viagem? Ranking elege as 10 melhores cidades da Europa em 2025; saiba quais são
Ranking considera critérios de habitabilidade, prosperidade e carisma
Depois de negociar ações de pequenas e médias empresas brasileiras, BEE4 quer estrear na renda fixa no segundo semestre
Conhecida como ‘bolsa das PMEs’, startup busca investidores para levantar capital para empresas que faturam até R$ 500 milhões ao ano
Lotofácil tem 10 ganhadores, mas só 2 ficam milionários; Mega-Sena acumula com sequência rara
Uma das apostas premiadas pelo concurso 3390 da Lotofácil foi um bolão com 8 participantes; Mega-Sena veio com todos os números pares
Dinheiro esquecido: R$ 9,13 bilhões ainda estão dando sopa e esperando para serem resgatados
Dados do BC revelam que 42,1 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos
FIIs oferecem retorno de IPCA+9%, com isenção de IR e desconto na bolsa; especialistas indicam dois ativos para investir
No podcast Touros e Ursos desta semana, Caio Araujo, da Empiricus, e Mauro Lima, da Inter Asset, comentam sobre oportunidades e momento do setor imobiliário
Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA
Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump
Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60
A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado
Morre José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos, conhecido pela luta por justiça social e igualdade
Mujica governou o Uruguai entre 2015 e 2018 e estava em fase terminal de câncer de esôfago, diagnosticado em abril de 2024
FGC avalia empréstimo de ‘curtíssimo prazo’ ao Banco Master enquanto negócio com BRB não sai, segundo jornal
Segundo pessoas próximas ao Fundo Garantidor de Créditos, esses recursos seriam suficientes para ajudar no pagamento de dívidas de dois a três meses
Prejuízo da Natura diminui, mas bancos ainda não ‘colocam a mão no fogo’ pelas ações NTCO3
Os papéis da companhia estiveram entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira, mas desempenho não é suficiente para convencer os grandes bancos
INSS vai devolver R$ 292,6 milhões entre maio e junho; veja datas de pagamento
O valor a ser restituído corresponde às mensalidades de associações e sindicatos descontadas indevidamente em abril; a consulta pode ser feita pelo app Meu INSS ou pelo telefone 135
Sabesp (SBSP3) tropeça na receita, mas agrada com corte de custos; saiba se é hora de comprar
BTG Pactual destacou que o Ebitda veio 4% abaixo das estimativas, mas elogiou o controle de custos e a perspectiva positiva para a entrega de investimentos nos próximos trimestres
Filme de Wagner Moura sobre a ditadura estreia em Cannes: seria um novo ‘Ainda Estou Aqui’?
Longa dirigido por Kleber Mendonça Filho concorre ao maior prêmio do festival francês