Sem olho por olho nem tiro no pé na guerra comercial com os EUA, e o que esperar dos mercados hoje
Ibovespa fechou ontem em leve queda, e hoje deve reagir ao anúncio de uma nova investigação dos EUA contra o Brasil

Passou-se uma semana desde o fatídico 9 de julho, em que Donald Trump anunciou seus 50% de tarifa sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA. E, até o momento, o Brasil tem aguardado sem dar uma resposta.
A melhor saída, ao que tudo indica, é sentar à mesa de negociação e tentar reverter essa tarifa. Revidar na mesma moeda, no estilo ‘olho por olho’, seria um tiro no pé para o presidente Lula — e o Brasil, e os brasileiros.
E quem diz isso é um cara que já foi secretário do Tesouro Nacional e tem sob sua gestão R$ 950 bilhões em ativos: Bruno Funchal, atualmente CEO da Bradesco Asset.
“Se entrarmos nessa guerra de tarifas, nós temos mais a perder do que os EUA, e podemos acabar com um bloqueio total no mercado americano. A partir daí, o céu é o limite para o que pode dar errado”, disse Funchal.
A sugestão dele é negociar algum tipo de acordo ou, no máximo, partir para uma retaliação “inteligente”, ao estilo do México, buscando entender a interligação das cadeias produtivas e exercer pressão política sobre os EUA. “Essa é a melhor forma”, segundo Funchal.
De todo modo, com ou sem taxa de Trump, o brasileiro deve terminar este ano com a Selic nos 15%, projeta a Bradesco Asset. E os primeiros cortes dos juros só chegam entre o primeiro e o segundo trimestres de 2026, encerrando o próximo ano em 13%.
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Esquenta dos mercados
E por falar em Donald Trump, eis que ele voltou a subir o tom em relação ao Brasil. O Departamento do Comércio dos EUA abriu uma investigação para checar se as estratégias comerciais brasileiras não prejudicam o comércio norte-americano, num processo que atinge desde serviços de pagamento eletrônico até o desmatamento ilegal.
O anúncio deve dificultar ainda mais as negociações para reduzir a tarifa de 50%, além de pressionar o mercado nacional hoje. Ontem, o Ibovespa encerrou o pregão com leve queda de 0,04%, aos 135.250 pontos.
Na Ásia, os principais índices encerraram esta quarta-feira (16) sem direção única. Já na Europa, as bolsas abrem mistas, enquanto avaliam dados de inflação no Reino Unido e balança comercial da zona do euro.
Nos EUA, os índices futuros de Nova York operam majoritariamente em queda nesta manhã. Investidores aguardam o índice de preços ao produtor (PPI) e a produção industrial de junho.
À tarde, o Federal Reserve (Fed) publica o Livro Bege, que pode oferecer pistas sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.
Outros destaques do Seu Dinheiro:
TOUROS E URSOS #230
Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros. No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro.
INVESTIMENTOS
O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país. Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise.
NOVA TENTATIVA
Agora vai? BRF e Marfrig remarcam (de novo) as assembleias de fusão. Entenda as críticas dos minoritários e o que esperar da votação. As assembleias gerais extraordinárias (AGE), que definem o futuro da combinação de negócios dos frigoríficos, serão realizadas no dia 5 de agosto.
O VALOR DA ARTE
O que define o valor de uma obra de arte em leilão? Aloisio Cravo, leiloeiro com mais de 40 anos de experiência, explica os bastidores de um leilão e como funciona a precificação das peças de arte.
MUDANDO O TIME
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POLÍTICA MONETÁRIA
Copom vai cortar juros ainda em 2025 para seguir o Fed, mas não vai conseguir controlar a inflação, diz Fabio Kanczuk, do ASA. O afrouxamento monetário deve começar devagar, em 25 pontos-base, mesmo diante da possível tarifação dos EUA.
FORA DO CONSENSO
Fabio Kanczuk vê chance de recessão nos EUA e aqui estão os três dados que o mercado está negligenciando com otimismo cego. Ex-diretor do Banco Central participou de conversa com jornalistas organizada pelo ASA para falar sobre impactos da macroeconomia no segundo semestre.
VISÃO DO MERCADO
Lula ou Tarcísio em 2026? Dólar indica quem a ‘Faria Lima’ acredita ter mais chances e especialistas do ASA explicam o porquê. Em encontro com jornalistas, Fabio Kanczuk e Jeferson Bittencourt analisaram os principais temas de macroeconomia que estão mexendo com os mercados.
VIRANDO O JOGO?
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‘NÚCLEO CRUCIAL’
Bolsonaro vai pegar pena de 43 anos? PGR pede que ex-presidente seja condenado por tentativa de golpe de Estado; entenda o que acontece agora. A PGR alega que o ex-presidente e seus ex-ministros integraram o “núcleo crucial” do plano que levou ao ato do 8 de janeiro.
GUERRA COMERCIAL
Lula tira do papel a Lei da Reciprocidade para enfrentar Trump, mas ainda aposta na diplomacia. Medida abre caminho para retaliação comercial, mas o governo brasileiro segue evitando o confronto direto com os Estados Unidos.
A RÚSSIA MANDOU O RECADO
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A ERA DE OURO
Os US$ 100 bilhões de Trump: para onde vai a fortuna em investimentos anunciada pelo presidente dos EUA — e vem mais por aí. De olho na concorrência chinesa, o presidente norte-americano anuncia investimento bilionário e volta a defender eficácia das tarifas comerciais.
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PEDACINHO POR PEDACINHO
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SEM DISFARÇAR
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USINA SANTA ELISA
Raízen (RAIZ4) fecha negócio de R$ 1 bilhão na missão para reduzir sua dívida — São Martinho (SMTO3) é uma das envolvidas na transação. A Raízen anunciou que pretende descontinuar as atividades na Usina Santa Elisa. Para isso, fechou negócio para vender 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, e a São Martinho está entre os compradores.
FICOU BARATO DEMAIS?
FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação. Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto.
INVESTIMENTO RESPONSÁVEL
Carteira ESG: sai Mercado Livre (MELI34), entra Rede D’Or (RDOR3); veja as escolhas do BTG que aliam lucro e sustentabilidade em julho. A seleção do BTG Pactual aposta em ativos com valuation atrativo e foco em temas ambientais, sociais e de governança — e traz novidades importantes para o investidor ESG neste mês.
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Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
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