Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

Isto é meio estranho em São Paulo. Muitas pessoas que frequentam restaurantes na capital paulista se sentem marginalmente ofendidas quando chamam o garçom e recebem como resposta: “só um momento, por favor”.
É mesmo tão absurdo esperar um minutinho, ainda mais em um restaurante lotado?
Bem, enquanto o cardápio não chega, podemos guardar o celular no bolso e ponderar que toda decisão de investimento demanda algum tipo de posicionamento em relação ao futuro.
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No entanto, essa relação entre o hoje e o amanhã não é direta, e tampouco trivial. Conforme Taleb nos ensinou, “x is not f(x)”.
Ou seja, a exposição que construímos para aguardar o futuro (ou, sendo mais rigoroso, para aguardar uma variedade topológica de diferentes futuros) não deve ser confundida com a pobreza epistemológica de uma simples previsão vetorial.
De qualquer forma, com ou sem arrojo intelectual, somos sempre impelidos a olhar para frente, e devemos fazê-lo ao menos com humildade.
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O bom investidor se encontra logo após a letargia do momento que acabou de passar, e logo antes da ânsia por um evento que ainda não aconteceu.
Portanto, em algum lugar entre a passividade e a hiperatividade.
Apostas em um futuro incerto
Essa breve reflexão budista remete a um capítulo instigante de nossa última reunião de análise, no qual estávamos considerando as atualizações do cenário eleitoral no Brasil.
Algumas das melhores cabeças da política e da economia nacional (exempli gratia, última carta do Verde) entendem que a aparente recuperação de Lula nas pesquisas de aprovação é insustentável.
E nisso concordamos também – seja pela mera reversão à média, seja pelo presidente estar fazendo um uso oportunista do embate contra Trump.
Porém, inexiste, até a presente ocasião, qualquer marcador empírico que tenha apontado convincentemente no sentido de um voo de galinha de Lula.
E está tudo bem, provavelmente não deu tempo ainda.
Novas pesquisas serão divulgadas nos próximos meses, e então saberemos, de fato, se estamos diante de uma recuperação estrutural ou transitória da popularidade do Governo.
Agora, contudo, não sabemos, e nem podemos saber.
Logo, qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida por essa indefinição em relação ao futuro.
Isso não significa que não devemos fazer a aposta, e com certeza não significa que devemos fazer oito apostas.
Significa apenas que chegou o couvert.
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