Negócios de mais de R$ 1 bilhão sugerem que essas ações de grande potencial não vão ficar esquecidas por muito tempo
Você não precisa ser milionário para fazer um bom negócio no setor de ISP. Com muito menos, você entra no home broker e compra algumas ações com potencial de valorização bem atrativo

Antes de entrar no mercado financeiro, eu via o noticiário sobre fusões e aquisições com uma certa admiração. “Puxa, imagina anunciar uma aquisição de R$ 1 bilhão? Deve ser o máximo”.
Mas com o passar do tempo, alguns anos de experiência na bagagem de analista e uma boa dose de ceticismo, hoje o primeiro sentimento que surge ao ver um grande deal não é mais o de admiração, mas sim o de dúvida.
“Por que a empresa fez isso? Ela pagou caro? Será que não existia outra oportunidade melhor, mais barata e com melhor potencial de retorno?”
Nesta semana, aconteceram duas transações importantes no mercado corporativo brasileiro, que juntas ultrapassaram a casa de R$ 1 bilhão, mas que não me trouxeram nenhum sentimento de admiração.
Na verdade, essas transações só serviram para me deixar ainda mais confiante com duas ações que temos na carteira do Microcap Alert.
Não precisa ser milionário para fazer bons investimentos em ações
A Brasil TecPar, uma das maiores provedoras independentes de internet (ISP) do Brasil, anunciou a entrada de um novo sócio no negócio. A Macquarie Capital investirá R$ 300 milhões em troca de aproximadamente 16% da companhia.
Leia Também
A transação implica em um valor de aproximadamente R$ 1,87 bilhão para a TecPar, mas ela chama atenção por outro motivo: na minha opinião, a Macquarie pagou caro!
Para chegar a essa conclusão, comparamos a TecPar com outra ISP, a Desktop (DESK3) que é listada em bolsa.
A Desktop ganha da TecPar em todos os aspectos: tem dívida líquida menor, tem mais assinantes e mais ebitda. Além disso, Desktop conta com margem ebitda +6 p.p. maior e é bem mais lucrativa que Tecpar.
Mesmo assim, Desktop vale apenas R$ 1,2 bilhão na bolsa atualmente, bem menos do que o montante de R$ 1,87 bilhão pelo qual a TecPar foi avaliada.
Quando avaliamos os múltiplos a discrepância é ainda maior. Desktop negocia por R$ 1.900/assinante e 3,8x ev/ebitda, contra múltiplos de R$ 3.900/assinante e 7x ev/ebitda da TecPar.
- SAIBA MAIS: As análises e recomendações de especialistas para investir após a primeira reunião do Copom em 2025
- Leia também: As ações queridinhas dos gestores estão na promoção e eles não podem fazer nada. Azar o deles!
Apenas como curiosidade, pelo mesmo múltiplo de 7x ev/ebitda, DESK3 estaria valendo R$ 25 na bolsa – hoje ela negocia por R$ 10.
Ou seja, você não precisa ter R$ 300 milhões para fazer um bom negócio no setor de ISP. Com muito menos, você entra no home broker e compra algumas ações da Desktop, que em minha visão têm potencial de valorização bem mais atrativo do que a Brasil TecPar.
ONDE INVESTIR EM 2025: As ações pagadoras de dividendos para você investir
Muito mais do que uma empresa de estacionamentos
Outra transação que chamou a minha atenção nesta semana foi a compra do app Gringo pelo Sem Parar. Para quem não conhece, o Gringo é uma espécie de centralizador de serviços diversos para motoristas, como pagamentos (IPVA, multas, etc), consultas de CNH, cotação e contratação de seguro, empréstimos, etc.
Segundo reportagens, ele possui cerca de 20 milhões de usuários e o valor pago pelo Sem Parar foi de R$ 1 bilhão – neste caso, o sentimento que tive ao ler a notícia também não foi de admiração.
Na verdade, o sentimento foi de que existe uma oportunidade escondida dentro da Estapar. Mais conhecida pelos seus estacionamentos, a Estapar é dona do app Zul+, que conta com serviços cada vez mais parecidos com os do Gringo.
Para a Estapar, a transação é importante pois mostra que o app Zul+ ainda pode destravar muito valor.
Criado inicialmente com uma abordagem direcionada a oferecer soluções de estacionamento (especialmente a Zona Azul), cada vez mais serviços estão sendo embarcados na plataforma, como pagamento de taxas, consultas, seguros, reserva de vagas, entre outros.
Em termos de usuários, a Estapar diz que o Zul+ possui 6,5 milhões, o que está bem abaixo dos 20 milhões do Gringo, mas já nos dá uma noção do valor “escondido” do app para a companhia.
O valor de R$ 1 bilhão implica em um múltiplo de R$ 50/usuário na compra do Gringo, o que daria ao Zul+ um valuation em torno de R$ 325 milhões. O que isso significa?
Para você ter uma ideia, a Estapar inteira está valendo R$ 530 milhões na bolsa. Dentro desse valor estão inclusos os 700 estacionamentos, a Zona Azul de 18 municípios diferentes e a Zletric.
Isso já seria muita coisa pelo valor que ela negocia hoje, mas a grande sacada é que em nossa visão o mercado dá valor nulo para o aplicativo Zul+, que como vimos poderia acrescentar 60% de valor à tese em uma eventual venda.
Por esses e outros motivos, Estapar e Desktop estão na série Microcap Alert, com potenciais de retorno que devem recompensar os investidores com foco no longo prazo.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
Sem dividendos para a Cosan (CSAN3): CEO da Raízen (RAIZ4) revela estratégia após balanço fraco enquanto mercado vê pressão no curto prazo
O mote da nova estratégia da Raízen para a safra de 2025/2026 será a volta ao “core business”, com busca por eficiência e simplificação dos negócios
O urso de hoje é o touro de amanhã? Ibovespa tenta manter bom momento em dia de feriado nos EUA e IBC-Br
Além do índice de atividade econômica do Banco Central, investidores acompanham balanços, ata do Fed e decisão de juros na China
É o fim do “banquete” da BRF (BRFS3) na bolsa? Alta dos custos, dólar e até Trump mexem com as ações na B3; saiba o que esperar
No ano passado, a ação da produtora de aves e suínos foi a segunda maior alta do Ibovespa em 2024, mas amarga queda de 20% apenas neste início de ano
A “desova” continua: Warren Buffett despeja mais ações do BofA no mercado — mas sua fatia nesta big tech permanece intacta
O conglomerado de Omaha reduziu sua fatia no banco americano para 8,9% no quarto trimestre, vendendo 117,5 milhões de ações
Sob forte pressão nas finanças, Raízen (RAIZ4) tem prejuízo de R$ 1,66 bilhão no ano e dívida avança 22%
O prejuízo líquido somou R$ 2,57 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025, revertendo o lucro de R$ 793 milhões do mesmo período do ano anterior
Ação da Caixa Seguridade dispara na B3 após balanço bem avaliado e proposta de distribuir quase R$ 1 bi em dividendos. E agora, vale comprar CXSE3?
A seguradora da Caixa Econômica Federal (CEF) reportou lucro líquido gerencial de R$ 1,06 bilhão entre outubro e dezembro do ano passado
Fraco, mas esperado: balanço da Usiminas (USIM5) desagrada e ações ficam entre as maiores quedas do Ibovespa
A siderúrgica teve um prejuízo líquido de R$ 117 milhões, abaixo das estimativas e revertendo o lucro de R$ 975 milhões visto no 4T23; veja os destaques do balanço
Ex-GetNinjas, Reag vai entrar no Novo Mercado da B3 e detalha cisão parcial; confira o que muda para os investidores
O avanço na cisão da Reag Investimentos faz parte das condições necessárias para a ex-GetNinjas entrar no seleto grupo da B3
Casas Bahia (BHIA3) quer captar até R$ 500 milhões com FIDC — após dois anos de espera e com captação menor que a prevista
O início operacional do fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) foi anunciado na noite da última quinta-feira (13), com um capital inicial de R$ 300 milhões
Duas faces de uma mesma moeda: Ibovespa monitora Galípolo para manter recuperação em dia sem Trump
Mercados financeiros chegam à última sessão da semana mostrando algum alívio em relação à guerra comercial norte-americana
A partir de 24 de fevereiro, a ‘criptomoeda mais barata do mundo’ pode criar novos milionários partindo de R$ 3.500, aponta especialista
Especialista em criptoativos aposta em criptomoeda que custa cerca de 5 centavos de dólar, mas tem potencial para alcançar até US$ 15, segundo ele
Até os franceses estão comprando ação brasileira e você não! O caso do Carrefour Brasil mostra as enormes oportunidades da bolsa
Há uma mensagem importante para os investidores nesta operação: as ações brasileiras — não só as do Carrefour — ficaram extremamente baratas
Trump derrubou a bolsa de Moscou? Por que a negociação das ações russas foi suspensa hoje
As operações ainda não têm data para voltar ao normal, de acordo com a operadora da Bolsa de Valores de Moscou
Suzano (SUZB3) reporta prejuízo no 4T24, mas tem bancão elogiando o balanço e prevendo alta de até 40% para as ações
Revertendo o lucro bilionário do terceiro trimestre, a gigante de papel e celulose registrou prejuízo líquido de R$ 6,737 bilhões, causado mais uma vez pela variação cambial
6 em cada 10 reais dos brasileiros foi investido em renda fixa em 2024 — e 2025 deve repetir o mesmo feito, diz Anbima
Brasileiros investiram 12,6% mais no ano passado e a renda fixa é a ‘queridinha’ na hora de fazer a alocação, segundo dados da associação
Totvs (TOTS3) impressiona com salto de 42% do lucro no 4T24 — mas a joia da coroa é outra; ação sobe forte após o balanço
Os resultados robustos colocaram os holofotes na Totvs nesta quinta-feira (13): os papéis da companhia figuram entre as maiores altas do dia, mas quem roubou a cena foi um segmento da companhia
O jogo virou na bolsa? Por que Wall Street acelerou a alta e o Dow Jones subiu 350 pontos após as tarifas recíprocas de Trump
A política tarifária do republicano pode facilmente sair pela culatra se acelerar a inflação e reduzir o crescimento, mas o mercado viu as medidas desta quinta-feira (13) com outros olhos
Magazine Luiza (MGLU3) na berlinda: BB Investimentos deixa de recomendar a ação da varejista — e aqui estão os motivos
Além de atualizar a indicação de compra para neutro, o banco cortou o preço-alvo para R$ 9,00 ao final de 2025
As ações de educação e saúde com mais apostas de queda na bolsa — e as preferidas do BTG nesses setores castigados pelos juros altos
Com alta nas posições vendidas no mercado, setor de saúde desponta como preferido dos analistas em comparação ao de educação
Cosan (CSAN3) pode cair ainda mais — e não é a única. Saiba quais ações brasileiras ganham ou perdem com a nova carteira do índice MSCI
O rebalanceamento do índice global prevê a exclusão de seis ações brasileiras para a carteira trimestral que entra em vigor em março; veja os impactos estimados pelos analistas