🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Donald Trump está de volta com promessa de novidades para a economia e para o mercado — e isso abre oportunidades temáticas de investimentos

Trump assina dezenas de ordens executivas em esforço para ‘frear o declínio americano e inaugurar a Era de Ouro da América’.

21 de janeiro de 2025
6:48 - atualizado às 7:07
Donald Trump está sentado em frente a uma mesa, com uma caixa azul na lateral.
Donald Trump - Imagem: Casa Branca

O grande destaque desta semana é a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, na segunda-feira (20), marcando seu retorno ao poder após um intervalo de quatro anos.

Este evento foi apenas a segunda vez na história americana que um presidente assume um mandato não consecutivo.

O único precedente ocorreu com Grover Cleveland, que governou em dois períodos distintos há mais de um século.

A cerimônia de posse coincidiu com o feriado de Martin Luther King.

Com os mercados americanos fechados devido ao feriado, a liquidez global foi reduzida.

Assim, com os mercados reabrindo hoje, começa a digestão efetiva das primeiras ações e sinalizações do governo Trump.

Leia Também

O discurso de posse do 47º presidente foi repleto de promessas ambiciosas e um tom marcadamente combativo de ruptura.

Trump destacou sua intenção de assinar mais de 100 ordens executivas logo nos primeiros dias de sua presidência (sendo que parte relevante disso já foi feita ontem mesmo), em um esforço para "frear o declínio americano e inaugurar a Era de Ouro da América". Esse slogan encapsula a visão nacionalista que permeia suas promessas.

O espírito do tempo

A revista Time capturou perfeitamente o espírito dessa nova fase em uma edição especial dedicada à posse.

A capa, com o título “A disrupção de Trump está de volta”, retrata o presidente varrendo papéis e objetos da Resolute Desk, na Casa Branca, simbolizando sua determinação em "limpar a casa" e reverter o status quo em Washington.

Essa imagem poderosa reflete tanto a retórica quanto a expectativa de que Trump retorne ao poder com ações rápidas e impactantes, com potencial de repercussão imediata nos mercados globais e na política internacional.

Fonte: Time.

Impacto profundo

Se no primeiro mandato o impacto de suas ações já foi profundo, desta vez, com maior domínio das engrenagens do poder em Washington e uma base política mais consolidada, os efeitos prometem ser ainda mais imediatos e transformadores.

Atualmente, a economia americana ocupa uma posição de destaque no cenário global, amplamente admirada por seu desempenho robusto em diversas métricas que superam grande parte de seus pares desde a pandemia.

No entanto, como evidenciado nas eleições de novembro do ano passado, a percepção dos eleitores não reflete necessariamente esse cenário favorável.

A vitória de Trump sinaliza que, para a maioria dos americanos, o julgamento de um governo vai além dos tradicionais indicadores econômicos, como crescimento do PIB ou redução do desemprego.

Os desafios de Trump

Essa desconexão entre números positivos e opinião pública exige uma análise mais aprofundada para compreender os desafios do segundo mandato de Trump.

Questões estruturais, como a desigualdade de renda — que aumentou desde a pandemia e se mantém em patamares historicamente elevados —, são centrais para avaliar o impacto de suas políticas.

Assim como Biden, Trump provavelmente concentrará esforços na revitalização da manufatura, um setor outrora essencial para a economia americana, mas que hoje ocupa uma fatia reduzida do emprego total.

Nesse contexto, o reshoring — o movimento de repatriar operações industriais para os Estados Unidos — desponta como uma estratégia promissora para estimular o crescimento e reequilibrar o mercado de trabalho.

Como Trump pode mexer com os mercados

A ênfase em manufatura e infraestrutura traz implicações significativas para o mercado financeiro.

Setores tradicionalmente associados à economia real, como indústria e construção, devem ganhar protagonismo, criando um cenário favorável para investimentos baseados em teses de value — empresas com fundamentos sólidos e preços atrativos.

Isso contrasta com as estratégias de growth, historicamente dominadas por gigantes da tecnologia.

Isso reforça minha convicção na eficácia de estratégias temáticas no mercado americano, especialmente em empresas de pequeno e médio porte (small e mid caps).

Esses segmentos, frequentemente subestimados, oferecem um terreno fértil para ganhos substanciais, particularmente em ciclos de revitalização econômica impulsionados por setores industriais. 

Ao mesmo tempo, isso não implica um afastamento do setor tecnológico.

A relação próxima de Trump com figuras-chave da tecnologia, como Elon Musk e Mark Zuckerberg, juntamente com sua afinidade com a indústria de criptomoedas, sublinha uma parceria com tendências e líderes que podem moldar mercados de maneira significativa.

A inteligência artificial ocupa um lugar central na agenda de Trump.

Da mesma forma, a ascensão das criptomoedas, caso seja estruturada com responsabilidade, promete beneficiar tanto investidores quanto a narrativa econômica do país.

Simultaneamente, Trump também traçou um plano ambicioso de desregulamentação no setor energético, priorizando a autossuficiência energética dos EUA.

As medidas incluem a simplificação de processos de licenciamento, a revisão de regulamentações que impõem custos excessivos à produção de energia e até a utilização de poderes de emergência para aumentar a produção nacional.

Essas iniciativas têm o potencial não apenas de reduzir custos de produção, mas também de atuar como um dos poucos vetores de alívio inflacionário em sua gestão.

Trump e o cenário geopolítico

Aliás, a posse de Donald Trump coincidiu com um momento significativo no cenário geopolítico: o início de um cessar-fogo na guerra de Gaza, após 15 meses de intensos conflitos.

Essa trégua inicial, mediada por negociações nas quais a equipe de Trump já desempenhou um papel ativo, resultou na troca de reféns entre Israel e Hamas, estabelecendo um acordo de seis semanas.

Agora, a responsabilidade pela extensão e consolidação dessa trégua recai diretamente sobre Trump, colocando suas habilidades de negociação à prova desde os primeiros dias de sua administração.

Curiosamente, a reação de Vladimir Putin à posse de Trump foi importante.

O presidente russo destacou sua esperança de uma retomada rápida e positiva das relações bilaterais entre os dois países.

Putin chegou a sugerir que o retorno de Trump poderia desempenhar um papel crucial na prevenção de um conflito militar global de larga escala.

Ainda que Trump provavelmente não elimine atritos globais de maneira abrangente, sua abordagem direta e agressiva pode ser instrumental para evitar uma "guerra quente", mesmo enquanto aprofunda as tensões da atual Guerra Fria 2.0.

As relações entre Estados Unidos e China, por sua vez, ocupam o centro das atenções.

A segunda maior economia do mundo enfrenta a perspectiva de tarifas ainda mais rigorosas do que as implementadas durante a primeira guerra comercial de Trump.

Dada sua forte dependência de exportações, a China se encontra em uma posição vulnerável diante de possíveis reconfigurações do comércio global.

Trump e a guerra comercial

O retorno de Trump ao poder promete intensificar as disputas econômicas, especialmente nas áreas industrial e tecnológica, pressionando ainda mais as bases do modelo econômico chinês e potencialmente remodelando a dinâmica do comércio internacional.

O secretário escolhido por Donald Trump para liderar o Departamento de Comércio, Howard Lutnick, delineou com clareza como o novo governo pretende implementar uma abordagem assertiva com tarifas.

Na visão do governo, essas tarifas funcionam como um imposto direcionado exclusivamente a bens e empresas estrangeiras.

A mensagem é simples e contundente: se as empresas não quiserem pagar as tarifas, a única alternativa será transferir suas operações para solo americano, gerando empregos bem remunerados para trabalhadores locais.

Apesar do discurso, os investidores respiraram aliviados pelo fato de Trump ainda não ter anunciado tarifas específicas sobre produtos estrangeiros logo no começo de mandato, embora o tema tenha sido mencionado em seu discurso de posse.

Por sinal, outro ponto central na agenda de Trump é o endurecimento das políticas de imigração.

A promessa de reformular a abordagem dos EUA à imigração ilegal reflete não apenas a intenção de reforçar as fronteiras, mas também de influenciar o debate global sobre imigração.

A adoção de políticas migratórias mais rígidas tem o potencial de ampliar a polarização tanto internamente quanto no cenário internacional, ressoando os mesmos ecos divisivos que marcaram sua primeira gestão.

Entre outras medidas propostas, destacam-se colaborações inovadoras com líderes como Elon Musk, que poderiam incluir soluções disruptivas como o uso do DOGE em aplicações governamentais.

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, também terá um papel de destaque na concretização dessas metas, liderando esforços para alcançar uma redução significativa no déficit fiscal.

Embora a proposta de cortes tributários expansionistas pareça contraditória, uma redução efetiva do déficit poderia aliviar prêmios de risco na curva de juros, facilitando o fluxo de capital global e beneficiando especialmente economias emergentes.

Os próximos dias e semanas serão decisivos para estabelecer o tom do novo governo, especialmente no que diz respeito às implicações econômicas e geopolíticas de suas políticas.

A "Era de Ouro para a América" de Trump promete simplificação burocrática, redução de impostos e estímulo ao crescimento econômico.

Essas políticas têm o potencial de fortalecer diretamente a competitividade global das empresas americanas, consolidando o papel dos EUA como motor do crescimento mundial.

O excepcionalismo americano, mais uma vez, será o foco central da narrativa econômica.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Donald Trump: como lidar com um encrenqueiro e sua guerra comercial

16 de julho de 2025 - 10:25

Donald Trump não pensa nas consequências ao adotar suas medidas intempestivas. O importante, para ele, é estar nas manchetes dos jornais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem olho por olho nem tiro no pé na guerra comercial com os EUA, e o que esperar dos mercados hoje

16 de julho de 2025 - 8:17

Ibovespa fechou ontem em leve queda, e hoje deve reagir ao anúncio de uma nova investigação dos EUA contra o Brasil

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Estamos há 6 dias sem resposta: o tempo da diplomacia de Trump e o que esperar dos mercados hoje

15 de julho de 2025 - 8:58

Enquanto futuros de Wall Street operam em alta, Ibovespa tenta reverter a perda dos últimos dias à espera da audiência de conciliação sobre o IOF

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Do coice à diplomacia: Trump esmurra com 50% e manda negociar

15 de julho de 2025 - 7:23

Para além do impacto econômico direto, a nova investida protecionista de Trump impulsiona um intrincado jogo político com desdobramentos domésticos e eleitorais decisivos para o Brasil

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)

14 de julho de 2025 - 20:00

Com todos cansados de um antagonismo que tem como vitoriosos apenas os populistas de plantão, a moderação não poderia emergir como resposta?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje

14 de julho de 2025 - 8:24

Futuros de Wall Street operam em queda com guerra tarifária e à espera de dados da inflação ao consumidor (CPI) e balanços trimestrais de gigantes como JPMorgan e Citigroup

VISÃO 360°

A corrida da IA levará à compra (ou quebra) de jornais e editoras?

13 de julho de 2025 - 8:00

A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump

11 de julho de 2025 - 8:14

Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano

SEXTOU COM O RUY

O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação

11 de julho de 2025 - 6:03

Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil

10 de julho de 2025 - 8:29

Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Nem cinco minutos guardados

9 de julho de 2025 - 19:55

Se um corte justificado da Selic alimentar as chances de Lula ser reeleito, qual será o rumo da Bolsa brasileira?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a esmola é demais: Ibovespa busca recuperação em meio a feriado e ameaças de Trump

9 de julho de 2025 - 8:37

Investidores também monitoram negociações sobre IOF e audiência com Galípolo na Câmara

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem avalanche: Ibovespa repercute varejo e Galípolo depois de ceder à verborragia de Trump

8 de julho de 2025 - 8:11

Investidores seguem atentos a Donald Trump em meio às incertezas relacionadas à guerra comercial

Insights Assimétricos

Comércio global no escuro: o novo capítulo da novela tarifária de Trump

8 de julho de 2025 - 6:07

Estamos novamente às portas de mais um capítulo imprevisível da diplomacia de Trump, marcada por ameaças de última hora e recuos

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar