Trump é reeleito para a presidência dos Estados Unidos. E agora, o que esperar na nova era do republicano?
É oficial: Donald Trump será o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos. O Seu Dinheiro compilou alguns pontos sobre as expectativas na área econômica para o novo governo do republicano

É oficial: Donald Trump está reeleito e será o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos.
Agora a pergunta que fica é: o que podemos esperar? O Seu Dinheiro já compilou alguns pontos sobre as expectativas na área econômica para o novo governo do republicano, e hoje a gente traz tudo isso para você.
Política fiscal e a inflação na nova era Trump
Começando pela política fiscal e os juros na maior economia do mundo.
A palavra favorita do dicionário de Trump, segundo ele próprio, é tarifa.
Se no primeiro mandato ele falava de tarifas como uma forma de negociação, agora ele parece estar mais convicto e deve vir com tudo para cima da China — e pode sobrar até para a Europa.
A intenção é criar barreiras contra a importação de produtos de países estrangeiros e flexibilizar a política fiscal no país, com impostos mais baixos para os produtores locais.
Leia Também
- Trump reeleito: e agora? Saiba como isso afeta a geopolítica, a economia global e os seus investimentos. Confira os riscos e oportunidades que a eleição do republicano traz. Basta clicar aqui.
O professor Roberto Dumas Damas, em participação no evento do Seu Dinheiro "Eleições nos EUA: o futuro em jogo", classifica o presidente reeleito como expansionista para o lado do corte de impostos e acredita que a questão da dívida americana em seu governo será um ponto de atenção.
O Comitê para um Orçamento Federal Responsável estima que os planos do republicano aumentarão a dívida do governo em US$ 7,75 trilhões.
Andrew Reider, CIO da WHG no mesmo evento, segue na mesma linha. Ele acredita que Trump deve ter bom apoio entre os outros poderes.
Ou seja, o governo deve ser forte e tem grandes chances de conseguir implementar sua política de corte de impostos e aumento de tarifas para países estrangeiros — o que poderia ser negativo para a economia global daqui para a frente.
A visão é que não há muito espaço para cortar mais impostos por lá hoje — diferente, por exemplo, do cenário visto na primeira eleição do republicano, em 2016.
Para exemplificar isso, podemos traçar um paralelo com o Reino Unido.
Em dezembro de 2022, Liz Truss assumiu como primeira-ministra com uma agenda de corte de impostos, mas o momento era de atenção ao fiscal, ou seja, às contas públicas. Por isso, o mercado não gostou muito das intenções.
O resumo você já sabe: a gestão foi para o ralo rapidamente, em 44 dias, e esse foi um dos motivos.
Obviamente, isso não quer dizer que Trump terá o mesmo destino, mas mostra como a agenda de corte de gastos pode nem sempre ser oportuna. E impactam a economia como um todo.
Também é importante destacar que isso não necessariamente terá impactos desastrosos, mas só significa que é possível não vermos um baita rali dos ativos no curto prazo, segundo Andrew Reider.
Por outro lado, a visão de João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão que também participou do evento, é a de que, ao deixar de gastar diretamente e estimular a economia via corte de impostos, Trump tende a criar modelos de negócios que abrem espaço para processos desinflacionários.
Basicamente, ao deixar os players competirem, os preços tenderiam a cair. Piccioni destaca o que ele pode fazer com os preços do petróleo. Se a indústria receber estímulos para extração, o preço da commodity poderia cair — e, em teoria, aliviar a inflação no Brasil.
Depois de tantas cutucadas de Trump em Jerome Powell, como ficam os juros?
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, já falou várias vezes que as decisões do Banco Central dos Estados Unidos não são tomadas com viés político e sim seguindo o mandato duplo determinado pelo Congresso: pleno emprego e inflação em 2% ao ano.
Mas o ano correu com a chuva de críticas que Trump teceu ao Fed e a Powell, colocando a independência do BC dos EUA em xeque, a trajetória dos juros na maior economia do mundo se tornou uma incógnita algumas vezes em 2024.
As projeções indicam que os juros nos EUA devem cair dos patamares atuais para 3,5% no segundo semestre do ano que vem com a vitória de Trump.
O senso geral é que o presidente reeleito, com sua política fiscal mais frouxa, pode pressionar o Federal Reserve a executar uma política monetária mais rígida para compensar isso a fim de atingir a meta de inflação.
E o dólar?
A moeda, por sua vez, deve ter um desempenho forte em relação às outras divisas globais.
O CEO do Itaú, Milton Maluhy, destacou essa possibilidade recentemente. Para ele, as propostas de Trump, consideradas mais protecionistas, podem gerar desvalorização do real e pressionar a inflação.
O JP Morgan também segue esse raciocínio, ao destacar em relatório antes do reconhecimento do pleito, que a vitória de Trump é um risco para as moedas latinas.
Na avaliação do banco, essa fraqueza viria justamente impactada pelas promessas feitas por Trump. Em sua campanha, o candidato à presidência reforçou constantemente a sua intenção em aumentar as tarifas comerciais.
Com isso, a moeda mexicana seria a mais afetada, já que possui uma relação mais próxima com o país.
As moedas do Brasil, do Chile e do Peru também podem sofrer um impacto indireto quanto às políticas de Trump em relação ao comércio e migração.
Bolsa e criptomoedas
Não dá para negar que Trump é o ‘queridinho’ do mercado cripto. Ele já sinalizou um ambiente mais amigável para o desenvolvimento e a inserção de ativos digitais na economia formal.
Em campanha, o republicano prometeu transformar os EUA em um "hub global para criptomoedas", reduzindo as pressões regulatórias vistas na administração anterior.
Essa abordagem menos rígida poderia beneficiar áreas como as finanças descentralizadas (DeFi) e as stablecoins, setores que enfrentam desafios com a falta de clareza regulatória.
Já na renda variável, o esperado é que, entre os setores da bolsa, um deve continuar em ritmo forte independente: o de tecnologia.
Estamos vendo a influência da tecnologia começando a permear a economia, as pessoas começando a sentir a presença da inteligência artificial no dia a dia e penetrando na forma das empresas fazerem negócios. Big techs devem continuar andando bem.
Outras fortes apostas são nos cíclicos domésticos de lá: bancos regionais e infraestrutura são destaque.
Além disso, a visão de João Piccioni é de que a vitória do republicano tende a aquecer o mercado de IPOs nos Estados Unidos, com nomes fortes para 2025.
Fora isso, os pequenos empresários e startups devem viver tempos de bonança a partir de agora, já que o republicano e seu vice, JD Vence, são reconhecidos por incentivar startups e pequenos negócios.
Vão voltar às boas? A nova declaração de Elon Musk que pode mudar os rumos da briga pública com Donald Trump
Há quem diga que um deles pode retomar a amizade depois de declarar arrependimento das declarações recentes
Trump anuncia conclusão de acordo entre EUA e China: ‘O relacionamento está excelente!’
Tarifas, no entanto, permanecem; veja o que disse o presidente americano na sua rede social, Truth Social
Sem prazo para acabar, mas com estratégia sem precedentes: os bastidores das negociações entre EUA e China em Londres
As negociações entre os representantes dos dois países acontecem depois que Trump manteve uma longa conversa por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping
Elon Musk que se cuide! No hall da fama da WWE: a saga de Donald Trump nos ringues
O bilionário sul-africano talvez não saiba, mas a briga que ele está puxando é com uma verdadeira lenda certificada dos ringues
Bastidores revelados: o que Trump e Xi conversaram por mais de uma hora em meio à guerra de tarifas
Após meses sem contato direto, presidentes da China e dos EUA conversam por telefone sobre comércio entre as duas potências — mas não foi só isso
Presidente dos EUA quebra o silêncio e Musk dispara: “Sem mim, Trump teria perdido a eleição”
Briga entre Elon Musk e Donald Trump esquenta nesta quinta-feira (5); acusações envolvem subsídios para veículos elétricos, comando da Nasa e suposta “ingratidão” presidencial
A nova tacada de Milei para os argentinos tirarem o dólar debaixo do colchão
A grana guardada não é pouca: o Instituto Nacional de Estatística e Censo estima que US$ 246 bilhões estão fora do sistema bancário do país
Em clima de guerra: Elon Musk se junta à oposição e intensifica ataques ao plano econômico de Donald Trump
Após deixar o governo, Musk amplia críticas ao pacote orçamentário de Trump; bilionário fala em “escravidão por dívidas” e confronta presidente dos Estados Unidos
‘Abominação repugnante’ — Elon Musk e Donald Trump, do ‘match’ político à lavação pública de roupa suja
Elon Musk detona projeto de Donald Trump menos de uma semana após deixar governo dos Estados Unidos
Instabilidade no verão europeu: é seguro viajar para Itália, Turquia e Grécia após erupção do vulcão Etna e terremoto?
Fenômenos naturais atingiram alguns dos destinos mais populares para as férias de julho
Por que o mercado erra ao apostar que Trump vai “amarelar”, segundo a Gavekal
Economista-chefe da consultoria avalia se o excepcionalismo norte-americano chegou ao fim e dá um conselho para os investidores neste momento
Rússia lança maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da guerra — e tensão no Leste Europeu volta a subir
Segundo a Força Aérea Ucraniana, Moscou lançou 472 drones contra o território ucraniano
Trump dobra tarifas sobre aço e irrita aliados — UE ameaça retaliação, Canadá e Austrália reagem
A decisão norte-americana entra em vigor no dia 4 de junho e reacende as tensões com parceiros comerciais. Veja as reações
Trump encerra a semana com mais um anúncio polêmico: aumento das taxas sobre importações de aço de 25% para 50%
A afirmação foi feita durante um comício para trabalhadores da siderúrgica U.S. Steel em Pittsburgh, na Pensilvânia.
Casa Branca leva a melhor: justiça dos EUA suspende decisão que barrava tarifas de Trump; governo ganha tempo para reverter sentença
Corte de Apelações suspende liminar que derrubava tarifas impostas por Trump; ações são unificadas e prazo para novas manifestações jurídicas vai até 9 de junho
Bolsas se animam com decisão de tribunal americano que barrou tarifas de Trump; governo já recorreu
Tribunal de Comércio Internacional suspendeu tarifas fixa de 10%, taxas elevadas e recíprocas e as relacionadas ao fentanil. Tarifas relacionadas a alumínio, aço e automóveis foram mantidas
Na dúvida, fica como está: ata do Fed indica preocupação com as possíveis consequências das tarifas de Trump
A decisão pela manutenção das taxas de juros passou pelo dilema entre derrubar a atividade econômica e o risco de aumento de inflação pelas tarifas
“Estou decepcionado”: Elon Musk reclama de projeto de Trump sobre impostos e gastos nos EUA
O bilionário soltou o verbo em relação a um importante projeto de lei do presidente norte-americano, que pode dar fôlego à política de deportações
Trump volta atrás de tarifa de 50% contra a UE; bolsas europeias recuperam fôlego com morde-assopra
Vale lembrar que, até então, as tarifas anunciadas para a UE incluíam apenas impostos de 20% sobre as importações do bloco
A aposentadoria de Warren Buffett: ‘não vou ficar em casa vendo novela’, diz o megainvestidor
Bilionário anunciou a saída do cargo de CEO no começo deste mês; em entrevista à jornal americano, ele falou mais sobre os planos futuros