Biden testa linha vermelha de Putin na guerra com a Ucrânia e deixa casca de banana para Trump
Aliado de Putin adverte que autorização de Biden à Ucrânia é “passo sem precedentes em direção à Terceira Guerra Mundial”

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está no Brasil para a reunião de cúpula do G20, mas sua cabeça está na Ucrânia. Horas depois de Biden anunciar uma doação de US$ 50 milhões (cerca de R$ 290 milhões) para a preservação da Amazônia, veio à tona a notícia de que a Casa Branca autorizou a Ucrânia a usar armas de fabricação norte-americana para atacar a Rússia na guerra travada entre os dois países.
Ao mesmo tempo em que testa uma das linhas vermelhas traçadas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, Biden deixa uma casca de banana para seu antecessor e agora sucessor Donald Trump.
Ucrânia pressionava EUA desde início da guerra
Desde os primeiros lances da guerra, há quase três anos, o presidente da Ucrânia, Volodimyr Zelensky, vinha pedindo a Biden que autorizasse o uso de mísseis ATACMS produzidos pela Lockheed Martin para atacar a Rússia.
Trata-se de um míssil supersônico, o que dificulta sua interceptação. Além disso, os modelos mantidos em estoque pelas forças armadas ucranianas podem ser armados com bombas de cacho. O uso dessa munição é vetado por mais de 120 países.
No campo de batalha, a decisão de Biden tem pouca influência no curto prazo. O alcance dos mísseis mantidos pela Ucrânia não cobre nem a metade da distância entre a fronteira dos dois países e Moscou, por exemplo.
A Ucrânia já vinha usando os mísseis em operações de defesa dentro de seu território. A questão está no uso do armamento para realizar ataques na Rússia.
Leia Também
A linha vermelha de Putin
Diante do apoio dos EUA e da Europa à Ucrânia, Putin advertiu que o uso de armas de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria tratado como envolvimento direto da aliança militar na guerra.
“É um passo sem precedentes em direção à Terceira Guerra Mundial”, declarou o senador russo Vladimir Dzhabarov, aliado de Putin.
Pouco depois, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a autorização equivale a “atirar gasolina em um incêndio”. Mas fez uma ressalva: “se essa decisão foi realmente tomada”.
Isso porque não houve anúncio oficial por parte da Casa Branca. A informação foi repassada por fontes do governo norte-americano à agência de notícias Reuters. Como é de costume nesse tipo de situação, Washington não a confirma — nem a nega.
Em meio à repercussão da notícia e a questionamentos sobre quando usaria os mísseis, Zelensky declarou: “Essas coisas não se anunciam. Os mísseis falarão por si mesmos”.
Filho de Trump também fala em Terceira Guerra Mundial
Não são apenas os russos que estão alarmados com a notícia.
Nas redes sociais, Donald Trump Junior, filho do presidente-eleito, escreveu: “O complexo industrial-militar parece querer garantir que a Terceira Guerra Mundial comece antes que meu pai tenha a chance de estabelecer a paz e salvar vidas”.
Já os aliados de Biden reclamam que o presidente norte-americano demorou demais. Segundo eles, a autorização vai, no máximo, aliviar a pressão nas linhas de frente da guerra iniciada em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
Ainda assim, analistas políticos norte-americanos consideram que Biden criou um problema e tanto para Trump.
O presidente-eleito é contra o envolvimento norte-americano no conflito e alega ser capaz de encontrar uma rápida solução para a guerra. No entanto, ele só tomará posse daqui a dois meses.
Defensores de um envolvimento maior dos EUA na guerra temem que a estratégia de Trump seja abandonar a Ucrânia à própria sorte.
Um dos fatores que influenciam essa visão é a proximidade entre Trump e Putin. Os dois mantêm boas relações pessoais desde antes do primeiro mandato do republicano.
Caso os mísseis norte-americanos sejam realmente utilizados na Rússia, seja qual for a estratégia de Trump, a promessa de pôr fim à guerra parece mais distante de ser cumprida.
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo
Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
O dia em que parte da Europa parou: Portugal, Espanha, França e mais três países ficam no escuro
Até o torneio de tênis precisou ser interrompido, com os jogadores retirados de quadra; um fenômeno atmosférico raro teria provocado a falta de luz
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
7 livros ainda não editados em português e por que ler já, de Murakami a Laurie Woolever
De bastidores políticos à memórias confessionais, selecionamos títulos ainda sem tradução que valem a leitura
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.
Adeus ao Papa Francisco: Vaticano inicia rito de 9 dias de celebração fúnebre; saiba o que acontece depois
Papa Francisco morreu aos 88 anos deixando um legado de significativas mudanças de paradigma na Igreja Católica.