O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução

A semana passada foi encerrada com uma atenuação das inquietações do mercado sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed), graças ao índice PCE de março.
A medida de inflação favorita da autoridade monetária americana se alinhou às expectativas e forneceu um panorama menos alarmante do que o incremento notado no trimestre, divulgado em conjunto com o crescimento da economia na quinta-feira.
Sobre o dado, especificamente, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) registrou um aumento de 0,3% em março.
Adicionalmente, a inflação de janeiro foi revisada de 0,45% para 0,50% na comparação mensal, contribuindo para que o crescimento em março não provocasse surpresas desagradáveis e aliviasse as preocupações surgidas após a divulgação do PIB.
Aliás, a métrica conhecida como "super núcleo", que foca nos serviços excluindo habitação e ignora os componentes mais voláteis como alimentos e energia, teve um aumento anual de 5,5%, influenciado pela alta de 0,7% em janeiro.
Se este índice mantiver o aumento de 0,4%, a taxa anualizada para o trimestre poderá cair para 4%. Embora ainda reflita uma inflação alta, este resultado sugeriria uma modesta melhoria.
Leia Também
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
O que o Fed deve dizer
Diante disso, começamos a semana com uma base mais estável, apesar da expectativa para a reunião do Fed, agendada para esta terça e quarta-feira, e os dados de emprego, esperados para sexta-feira.
Os juros dos Treasuries continuam a superar 4,60%, ainda abaixo dos picos observados em outubro do ano passado.
É provável que o Comitê mantenha uma postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução, com possíveis declarações de Powell indicando que não há pressa para cortar as taxas devido à inflação persistentemente alta. Em resumo, espera-se um tom mais firme diante de uma inflação ainda forte.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
Abaixo, temos um mapa de calor sobre a precificação do mercado para as próximas reuniões do Fed. Note que se um corte ocorrer, é provável que só aconteça a partir de setembro, dependendo, claro, dos dados de inflação e atividade econômica futuros.
Embora se espere predominantemente que o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed mantenha inalterada a taxa dos fundos federais na reunião desta semana, é possível que o presidente Jerome Powell, em suas declarações após a reunião, sugira planos para desacelerar a redução do balanço da Reserva Federal ainda este ano.
Powell não tem pressa
Dado o robusto mercado de trabalho e o crescimento econômico contínuo, o Fed não tem pressa em reduzir as taxas. Se o Fed flexibilizar sua meta de inflação de 2%, isso poderia facilitar um corte nas taxas ainda este ano.
Adicionalmente, será fundamental acompanhar na quarta-feira a projeção do Tesouro sobre suas necessidades de financiamento. A significativa alta nos juros dos Treasuries entre julho e outubro do ano passado foi impulsionada, entre outras coisas, pela indicação de um aumento nas necessidades de financiamento.
Logo na sequência, em novembro, se observou uma queda nos juros devido à diminuição das necessidades do Tesouro e sinais do Fed de possíveis cortes de juros. Podemos ter uma boa notícia; afinal, espera-se que o déficit do governo americano diminua de US$ 2 trilhões para US$ 1,5 trilhão, em grande parte por conta do forte mercado de trabalho.
Sim, o Tesouro ainda enfrenta um grande desafio fiscal para os próximos anos, mas a pressão no curto prazo poderia ser reduzida.
LEIA TAMBÉM:
- Decisão do Copom em xeque: o que muda para a Selic depois dos últimos acontecimentos?
- Ataque do Irã poderia ter sido muito pior: não estamos diante da Terceira Guerra Mundial — mas saiba como você pode proteger seu dinheiro
Como Powell pode influenciar Campos Neto
Já para o relatório de emprego de sexta-feira, o mercado antecipa que a economia tenha adicionado 220 mil empregos não-agrícolas em abril, uma redução em relação aos 303 mil empregos de março, e que a taxa de desemprego se mantenha em 3,8%, um nível abaixo de 4% desde fevereiro de 2022.
Um número acima do esperado seria péssimo para a trajetória dos juros dos EUA.
Inclusive, um Fed menos propenso à flexibilização pode complicar os planos do Banco Central do Brasil de prosseguir com cortes na taxa de juros.
Se as taxas de juros nos EUA permanecerem elevadas por mais tempo, as taxas brasileiras também precisarão ser mantidas para evitar impactos adversos no câmbio, o que poderia reacender as pressões inflacionárias.
Assim, se Powell adotar um tom mais severo na quarta-feira, as chances de um corte de 50 pontos-base pelo Copom na próxima semana diminuirão.
Por outro lado, se o Fed adotar uma postura cautelosa, mas não excessivamente rigorosa, isso poderia manter aberta a possibilidade de um corte de 50 pontos-base, até mesmo porque o nosso recente IPCA-15 abaixo do esperado deu margem para isso.
Atualmente, contudo, o mercado local adota uma postura mais conservadora, já precificando a possibilidade de uma desaceleração no ritmo de corte de 50 para 25 pontos-base.
- Matheus Spiess diz que decisão do Fed pode ter efeito na trajetória da Selic – mas isso não é motivo para deixar de investir em ações. A Empiricus Research selecionou 10 papéis com potencial de proteger sua carteira e ainda gerar ganho de capital. Clique AQUI para conferir gratuitamente as recomendações.
Resposta dos EUA à condenação de Bolsonaro deve vir nos próximos dias, anuncia Marco Rubio; veja o que disse secretário de Estado norte-americano
O secretário de Estado norte-americano também voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes
TikTok vê luz no fim do túnel: acordo de venda do aplicativo nos EUA é confirmado por Trump e por negociador da China
Trump também afirmou em sua rede social que vai conversar com o presidente chinês na sexta sobre negociação que deixará os jovens “muito felizes”
Trump pede que SEC acabe com obrigatoriedade de divulgação trimestral de balanços para as empresas nos EUA
Esta não é a primeira vez que o republicano defende o fim do modelo em vigor nos EUA desde 1970, sob os argumentos de flexibilidade e redução de custos
O conselho de um neurocientista ganhador do Nobel para as novas gerações
IA em ritmo acelerado: Nobel Demis Hassabis alerta que aprender a aprender será a habilidade crucial do futuro
China aperta cerco ao setor de semicondutores dos EUA com duas investigações sobre práticas discriminatórias e de antidumping contra o país
As investigações ocorrem após os EUA adicionarem mais 23 empresas sediadas na China à sua lista de entidades consideradas contrárias à segurança norte-americana
Trump reage à condenação de Bolsonaro e Marco Rubio promete: “os EUA responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”
Tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros tiveram origem no caso contra Bolsonaro e, mais recentemente, a Casa Branca chegou a mencionar o uso da força militar para defender a liberdade de expressão no mundo
Como um projeto de fim de semana do fundador do Twitter se tornou opção em meio ao corte das redes sociais no Nepal
Sem internet e sem censura: app criado por Jack Dorsey ganha força nos protestos no Nepal ao permitir comunicação direta entre celulares via Bluetooth
11 de setembro: 24 anos do acontecimento que ‘inaugurou’ o século 21; eis o que você precisa saber sobre o atentado
Do impacto humano à transformação geopolítica, os atentados de 11 de setembro completam 24 anos
Bolsa da Argentina despenca, enquanto mercados globais sobem; índice Merval cai 50% em dólar, pior tombo desde 2008
Após um rali de mais de 100% em 2024, a bolsa argentina volta a despencar e revive o histórico de crises passadas
Novo revés para Trump: tribunal dos EUA mantém Lisa Cook como diretora do Fed em meio à disputa com o republicano
Decisão judicial impede tentativa de Trump de destituir a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve; entenda o confronto
EUA falam em usar poder econômico e militar para defender liberdade de expressão em meio a julgamento de Bolsonaro
Porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, afirmou que EUA aplicaram tarifas e sanções contra o Brasil para defender “liberdade de expressão”; mercado teme novas sanções
A cidade que sente na pele os efeitos do tarifaço e da política anti-imigrantes de Donald Trump
Tarifas de Donald Trump e suas políticas imigratórias impactam diretamente a indústria têxtil nos Estados Unidos, contrastando com a promessa de uma economia pujante
Uma mensagem dura para Milei: o que o resultado da eleição regional diz sobre os rumos da Argentina
Apesar de ser um pleito legislativo, a votação serve de termômetro para o que está por vir na corrida eleitoral de 2027
Mark Zuckerberg versus Mark Zuckerberg: um curioso caso judicial chega aos tribunais dos EUA
Advogado de Indiana acusa a Meta de prejuízos por bloqueios recorrentes em sua página profissional no Facebook; detalhe: ele se chama Mark Zuckerberg
Depois de duas duras derrotas em poucas semanas, primeiro-ministro do Japão renuncia para evitar mais uma
Shigeru Ishiba renunciou ao cargo às vésperas de completar um ano na posição de chefe de governo do Japão
Em meio a ‘tempestade perfeita’, uma eleição regional testa a popularidade de Javier Milei entre os argentinos
Eleitores da província de Buenos Aires vão às urnas em momento no qual Milei sofre duras derrotas políticas e atravessa escândalo de corrupção envolvendo diretamente sua própria irmã
Como uma missão ultrassecreta de espionagem dos EUA levou à morte de inocentes desarmados na Coreia do Norte
Ação frustrada de espionagem ocorreu em 2019, em meio ao comentado ‘bromance’ entre Trump e Kim, mas só foi revelado agora pelo New York Times
Ato simbólico ou um aviso ao mundo? O que está por trás do ‘Departamento de Guerra’ de Donald Trump
Donald Trump assinou na sexta-feira uma ordem executiva para mudar o nome do Pentágono para ‘Departamento de Guerra’
US Open 2025: Quanto carrasca de Bia Haddad pode faturar se vencer Sabalenka, atual número 1 do mundo, na final
Amanda Anisimova e Aryna Sabalenka se enfrentam pela décima vez, desta vez valendo o título (e a bolada) do US Open 2025
Warsh, Waller e Hasset: o trio que ganhou o “coração” de Donald Trump
O republicano confirmou nesta sexta-feira (5) que os três são os preferidos dele para assumir uma posição fundamental para a economia norte-americana