EUA podem se tornar ‘bomba de sucção’ de dinheiro com Trump – e Brasil será prejudicado se não souber se posicionar, diz Marcos Troyjo, ex-banco dos Brics
Diplomata avalia que economia americana seguirá protagonista em qualquer cenário e critica postura brasileira: “Temos peso, mas não temos atenção à altura”

A maneira de estimular a economia é um dos principais pontos de conflito entre Donald Trump e Kamala Harris, candidatos à presidência dos Estados Unidos.
Esta é a visão do diplomata Marcos Troyjo, ex-presidente do banco dos Brics. Durante sua participação no evento Eleições Americanas - o futuro em jogo, promovido pelo Market Makers e Seu Dinheiro, Troyjo afirmou que, embora os projetos de governo republicano e democrata possuam muito em comum se excluídos os elementos ideológicos, a estratégia para alavancar o país será distinta.
“Se Kamala Harris ganhar, deve haver uma continuidade do projeto de regulamentação da economia, transferência de renda e inclusão social, o que é uma agenda cara para os americanos. Deve seguir também o processo de reindustrialização via incentivos e subsídios, na expectativa de que os ganhos cubram a questão fiscal”, resumiu o diplomata.
Já em caso de vitória de Trump, Troyjo entende que o estímulo se dará por outra via, que pode prejudicar o Brasil, caso nosso país não esteja sintonizado com a dinâmica internacional.
“Com Trump, devemos assistir a um dos mais vigorosos projetos de desregulamentação e corte de burocracia da história dos Estados Unidos, além de uma robusta diminuição de impostos”, projetou. “Se os EUA fizerem isso, a tendência é que eles se tornem uma ‘bomba de sucção’ de investimentos estrangeiros diretos”, complementou.
Na opinião do ex-Brics, essa atratividade extra da economia americana pode ser um problema para o Brasil. Isso porque, diante de uma carga tributária brasileira que pode chegar a 34% e com um forte grau de insegurança jurídica, uma simplificação das regras americanas e redução da alíquota de cerca de 27% criaria um forte diferencial competitivo para os EUA, estimulando a fuga de capitais.
Leia Também
Reação ao candidato vitorioso é mais importante do que o vencedor em si
Questionado sobre qual candidato seria melhor para o investidor e a economia brasileiros, Troyjo relativizou: “Se você é um piloto de Fórmula 1 e começa a chover, isso é bom ou ruim?”
A analogia ilustra uma mudança de cenário, mas que pode ser positiva ou negativa a depender de uma série de fatores, como os pneus utilizados, a preparação da equipe de pit-stop, o tempo que falta para acabar a corrida, etc.
Na visão de Troyjo, os EUA sob Biden abriram oportunidades com o IRA (programa de reindustrialização), mas o Brasil não aproveitou. “Se você olhar o Brasil como ‘ilhas’, há setores que estão preparados para o futuro americano. Mas olhando o país como um todo, não há esse direcionamento.”
Para o diplomata, hoje existem duas visões a respeito da relevância dos EUA no mundo: se eles seguirão protagonistas ou se são uma potência em declínio. Em sua opinião, embora estejam “menos influentes”, os EUA estão “mais poderosos” - especialmente em termos econômicos.
Entre os argumentos que o fazer crer nesta tese estão o crescimento da renda per capita nos últimos anos em relação à Europa e o ganho de relevância das empresas americanas entre as maiores do mundo: se antes apenas quatro das dez maiores empresas globais eram americanas, hoje são nove.
Segundo Troyjo, as atitudes do Brasil apontam para uma aposta de que os EUA estão em declínio, o que em sua visão é uma posição errônea, já que o Brasil poderia se aproveitar muito de uma relação mais próxima com os americanos, seja pela proximidade geográfica e alinhamento ocidental, seja por nosso potencial no abastecimento global de alimentos e na transição energética.
“O Brasil tem peso, mas não tem atenção à altura vinda dos Estados Unidos. Se Trump ou Harris serão melhores ou piores, vai depender muito mais do que nós fizermos”, sintetizou. Confira abaixo o painel com Marcos Troyjo na íntegra:
Lula tem encontro marcado com o papa Leão 14 nesta segunda-feira (13)
Esta será a quarta vez que Lula se encontra com um papa desde o início de sua trajetória política
Trump anuncia nova tarifa de 100% sobre importações da China, por postura ‘hostil’ e ‘sem precedentes do país asiático
Ameaças de tarifas e críticas à China feitas por Trump na tarde desta sexta já haviam azedado os mercados em Wall Street
Ministro brasileiro conversa com Marco Rubio e diz que delegação vai aos EUA negociar tarifaço
Presidente Lula afirma que a conversa entre os dois inicia uma nova fase da relação comercial do Brasil com o país norte-americano
Como era o avião da Embraer (EMBR3) que Putin admite ter abatido no Cazaquistão
Entenda o modelo de avião da Embraer (EMBR3) abatido pela Rússia no Cazaquistão, que deixou 38 mortos e gerou repercussão internacional
Enfim, o cessar-fogo: Hamas declara fim da guerra com Israel sob garantias internacionais
Em um discurso nesta quinta-feira (9), o chefe do Hamas afirmou que o grupo chegou a um acordo que visa a encerrar a guerra
EUA: Fed diz que riscos para emprego justificam corte de juros, mas cautela com inflação continua a afetar opinião dos diretores
Taxa de desemprego nos EUA atingiu o maior patamar em quase quatro anos, enquanto a inflação se afasta da meta de 2%
Quem são os brasileiros que chegaram mais perto do Prêmio Nobel até hoje
Brasil segue sem um Nobel oficial, mas já teve um filho de estrangeiros nascido no Rio, um físico injustiçado e a primeira vencedora do “Nobel da Agricultura”
Suprema Corte dos EUA mantém Lisa Cook no Fed até julgamento no início do ano que vem
Audiência só ocorrerá em janeiro de 2026; até lá, a diretora indicada por Biden permanece no cargo em meio à disputa com Donald Trump
Taylor Swift faz história com mais de 100 milhões de álbuns vendidos — e “The Life of a Showgirl” promete ampliar recorde
Primeira mulher a ultrapassar 100 milhões de álbuns certificados nos EUA, Taylor Swift lança nesta sexta “The Life of a Showgirl”, já recordista em pré-saves
Shutdown nos EUA: governo é paralisado pela 1ª vez desde 2019 e divulgação de dados é adiada; o que acontece agora?
Divulgação dos dados do payroll, previstas para a sexta, foi adiada para o fim do shutdown, quando o Congresso deverá entrar em acordo sobre o Orçamento
Apostador sortudo encontra bilhete esquecido e ganha quase R$ 100 milhões na loteria (e teria perdido tudo se fosse no Brasil)
Ele havia esquecido o bilhete premiado de loteria no fundo de um casaco e só o encontrou seis meses depois, por causa de uma onda de frio
Banheiro de US$ 1 milhão em Los Angeles provoca polêmica nos EUA
Moradores acusam a prefeitura de gastar demais em uma obra simples, enquanto a cidade corta orçamento de bombeiros e ainda depende de banheiros químicos em parques
O caminho ao Canadá: vistos, cidadania, desafios e estratégias para brasileiros
Especialistas detalham o caminho, os custos e as estratégias para brasileiros que planejam imigrar para o Canadá em meio a novas regras e um cenário mais competitivo
“Você está demitido”: Trump volta a colocar Powell sob a sua mira
Recentemente, uma decisão da Suprema Corte indicou que o presidente dos EUA não tem autoridade para destituir autoridades do Fed à vontade
Copa do Mundo 2026: anfitriões fogem do costume e anunciam três mascotes — mas não é a primeira vez que isso acontece
Copa do Mundo 2026 surpreende com três mascotes oficiais, representando Canadá, Estados Unidos e México. Mas, embora seja raro, essa não é a primeira vez que o torneio tem mais de um personagem símbolo
Argentina recua no desmonte do ‘cepo cambial’ e volta a impor restrição à compra de dólar
O controle argentino é um conjunto de controles às negociações do dólar que historicamente manteve a moeda americana em nível artificial
Trump assina ordem executiva que autoriza permanência do TikTok nos EUA
O republicano afirma que, entre os investidores envolvidos na operação, estão Michael Dell e Rupert Murdoch, com a Oracle tendo “grande envolvimento” no negócio.
Investidores sentem breve alívio com apoio dos EUA à Argentina, mas crise está longe do fim; quais os próximos passos de Milei?
Linha de swap cambial anunciada pelos EUA pode ajudar Milei e seus aliados, que correm contra o tempo para ocupar mais cadeiras no Congresso argentino
Ig Nobel 2025 premia pesquisas sobre vacas listradas, morcegos embriagados e um molho cacio e pepe elevado ao nível da perfeição
Na 35ª edição do Ig Nobel, a premiação mais inusitada da ciência mostra mais uma vez como perguntas estranhas podem render prestígio — e boas risadas
Trump ao resgate de Milei: EUA discutem linha de swap de US$ 20 bilhões com a Argentina, diz secretário do Tesouro
Após a sinalização de que Trump poderia ajudar o projeto liberal de Milei, os ativos financeiros argentinos passaram a se recuperar