🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

João Escovar

Jornalista especializado em Finanças

ELEIÇÕES AMERICANAS - O FUTURO EM JOGO

EUA podem se tornar ‘bomba de sucção’ de dinheiro com Trump – e Brasil será prejudicado se não souber se posicionar, diz Marcos Troyjo, ex-banco dos Brics

Diplomata avalia que economia americana seguirá protagonista em qualquer cenário e critica postura brasileira: “Temos peso, mas não temos atenção à altura”

João Escovar
16 de outubro de 2024
7:30 - atualizado às 8:54
marcos troyjo
O diplomata Marcos Troyjo, durante o painel Eleições Americanas. - Imagem: Market Makers

A maneira de estimular a economia é um dos principais pontos de conflito entre Donald Trump e Kamala Harris, candidatos à presidência dos Estados Unidos.

Esta é a visão do diplomata Marcos Troyjo, ex-presidente do banco dos Brics. Durante sua participação no evento Eleições Americanas - o futuro em jogo, promovido pelo Market Makers e Seu Dinheiro, Troyjo afirmou que, embora os projetos de governo republicano e democrata possuam muito em comum se excluídos os elementos ideológicos, a estratégia para alavancar o país será distinta.

“Se Kamala Harris ganhar, deve haver uma continuidade do projeto de regulamentação da economia, transferência de renda e inclusão social, o que é uma agenda cara para os americanos. Deve seguir também o processo de reindustrialização via incentivos e subsídios, na expectativa de que os ganhos cubram a questão fiscal”, resumiu o diplomata.

Já em caso de vitória de Trump, Troyjo entende que o estímulo se dará por outra via, que pode prejudicar o Brasil, caso nosso país não esteja sintonizado com a dinâmica internacional.

“Com Trump, devemos assistir a um dos mais vigorosos projetos de desregulamentação e corte de burocracia da história dos Estados Unidos, além de uma robusta diminuição de impostos”, projetou. “Se os EUA fizerem isso, a tendência é que eles se tornem uma ‘bomba de sucção’ de investimentos estrangeiros diretos”, complementou.

Na opinião do ex-Brics, essa atratividade extra da economia americana pode ser um problema para o Brasil. Isso porque, diante de uma carga tributária brasileira que pode chegar a 34% e com um forte grau de insegurança jurídica, uma simplificação das regras americanas e redução da alíquota de cerca de 27% criaria um forte diferencial competitivo para os EUA, estimulando a fuga de capitais.

Leia Também

Reação ao candidato vitorioso é mais importante do que o vencedor em si

Questionado sobre qual candidato seria melhor para o investidor e a economia brasileiros, Troyjo relativizou: “Se você é um piloto de Fórmula 1 e começa a chover, isso é bom ou ruim?”

A analogia ilustra uma mudança de cenário, mas que pode ser positiva ou negativa a depender de uma série de fatores, como os pneus utilizados, a preparação da equipe de pit-stop, o tempo que falta para acabar a corrida, etc.

Na visão de Troyjo, os EUA sob Biden abriram oportunidades com o IRA (programa de reindustrialização), mas o Brasil não aproveitou. “Se você olhar o Brasil como ‘ilhas’, há setores que estão preparados para o futuro americano. Mas olhando o país como um todo, não há esse direcionamento.”

Para o diplomata, hoje existem duas visões a respeito da relevância dos EUA no mundo: se eles seguirão protagonistas ou se são uma potência em declínio. Em sua opinião, embora estejam “menos influentes”, os EUA estão “mais poderosos” - especialmente em termos econômicos.

Entre os argumentos que o fazer crer nesta tese estão o crescimento da renda per capita nos últimos anos em relação à Europa e o ganho de relevância das empresas americanas entre as maiores do mundo: se antes apenas quatro das dez maiores empresas globais eram americanas, hoje são nove.

Segundo Troyjo, as atitudes do Brasil apontam para uma aposta de que os EUA estão em declínio, o que em sua visão é uma posição errônea, já que o Brasil poderia se aproveitar muito de uma relação mais próxima com os americanos, seja pela proximidade geográfica e alinhamento ocidental, seja por nosso potencial no abastecimento global de alimentos e na transição energética.

“O Brasil tem peso, mas não tem atenção à altura vinda dos Estados Unidos. Se Trump ou Harris serão melhores ou piores, vai depender muito mais do que nós fizermos”, sintetizou. Confira abaixo o painel com Marcos Troyjo na íntegra:

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FOGO AMIGO

Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo

29 de abril de 2025 - 18:15

Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico

ALTA COM ALERTA

Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA

29 de abril de 2025 - 17:16

Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

DIAS 97 E 98

Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade

28 de abril de 2025 - 9:49

Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

BEST SELLER E MUST READ

7 livros ainda não editados em português e por que ler já, de Murakami a Laurie Woolever

28 de abril de 2025 - 8:04

De bastidores políticos à memórias confessionais, selecionamos títulos ainda sem tradução que valem a leitura

GUERRA COMERCIAL

Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA

26 de abril de 2025 - 10:17

China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.

DIA 96

O preço de Trump na Casa Branca: US$ 50

25 de abril de 2025 - 20:18

A polêmica do terceiro mandato do republicano voltou a tomar conta da imprensa internacional depois que ele colocou um souvenir à venda em sua loja a internet

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

DIA 95

E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial

24 de abril de 2025 - 19:42

Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez

LADEIRA ABAIXO

Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs

24 de abril de 2025 - 14:17

Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

ENTREVISTA EXCLUSIVA

COP30: ‘Se o governo Trump não atrapalhar, já é lucro’, diz secretário executivo do Observatório do Clima

24 de abril de 2025 - 9:05

Em uma conversa com o Seu Dinheiro, Marcio Astrini analisa o contexto geopolítico atual e alerta investidores sobre os riscos climáticos que já impactam a economia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

Insights Assimétricos

A tarifa como arma, a recessão como colateral: o preço da guerra comercial de Trump

24 de abril de 2025 - 6:08

Em meio a sinais de que a Casa Branca pode aliviar o tom na guerra comercial com a China, os mercados dos EUA fecharam em alta. O alívio, no entanto, contrasta com o alerta do FMI, que cortou a projeção de crescimento americano e elevou o risco de recessão — efeito colateral da política tarifária errática de Trump.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar