Mais uma na lista das recuperações judiciais?Pressionada por credores, Unigel consegue vitória nos tribunais, mas segue próxima de RJ
Detentores de R$ 500 milhões em debêntures pediram a execução da dívida nesta semana, mas a companhia conseguiu barrar a ofensiva

A indústria química Unigel conseguiu uma vitória no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) na quinta-feira, 15, contra uma ofensiva realizada cerca de quatro horas antes por investidores, que pediram a execução de dívidas referente aos R$ 500 milhões em debêntures que a companhia emitiu.
O juiz Sérgio Ludovico Martins, da 7ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), decidiu por indeferir o pedido feito pelos debenturistas pela penhora de ativos da empresa. O magistrado avaliou que eventuais medidas constritivas somente seriam autorizadas após ouvir o contraditório.
A disputa sobre o pagamento da dívida acontece desde o ano passado e ganhou nova escala após acabar o prazo de 60 dias obtido pela petroquímica para suspender qualquer ato de execução de dívidas por parte dos debenturistas.
O limite de tempo havia terminado na segunda-feira, 12, por meio de uma tutela de urgência cautelar para mediação, conforme prevista na Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial.
Com essa vitória, a Unigel consegue mais tempo para a reorganização de seus passivos, bem como a procura por uma solução negociada. Contudo, dada a situação financeira em que a empresa vive, ela se mantém próxima da possibilidade de uma recuperação judicial, alternativa que não é desejada pela companhia.
VEJA TAMBÉM EM A DINHEIRISTA - Posso parar de pagar pensão alimentícia para filha que não vejo há quatro anos?
Disputa entre Unigel e debenturistas
Na petição entregue na quinta-feira, os debenturistas, representados pelo escritório Lefosse, justificam a continuidade da execução, datada originalmente de 07 de dezembro de 2023, na ausência de um acordo e no fato de que a Unigel "deveria ter apresentado o pedido principal até 12/02/2024", o que "não ocorreu".
Leia Também
Natura (NATU3) anuncia a tão esperada venda da Avon International — e vai receber 1 libra por ela
Os advogados explicam ainda que o "pedido principal" refere-se a um pedido de recuperação judicial, seguindo o rito da lei. A companhia tem evitado a recuperação judicial há sete meses e negociado tanto com os debenturistas, que têm cerca de 11% da dívida total da companhia, quanto com detentores de títulos de dívida emitidos no exterior (bondholders).
Os "bondholders" são os principais credores da Unigel, com US$ 530 milhões, que vencem em 2026. No balanço divulgado em 28 de dezembro, a Unigel informou dívida líquida de R$ 4,2 bilhões. Apesar das indicações de dificuldades em anunciar uma solução financeira e um acordo com seus credores, oficialmente a Unigel tem dito que as negociações têm avançado positivamente.
Ao ser procurada na quinta-feira, a empresa afirmou que "considera o processo de mediação bem-sucedido" e "que as negociações com seus credores seguem em curso". Ao mesmo tempo, afirmou que, "dentro do prazo legal, apresentará defesa à ação de execução promovida pelos debenturistas, considerando prematuras e descabidas as manifestações e os pedidos feitos por tais credores".
Não nego, não pago
A companhia começou a romper compromissos com estes credores em setembro do ano passado, quando deixou de pagar US$ 23,2 milhões em juro dos "bonds" (títulos de dívida emitidos no exterior). Em outubro, não honrou com compromissos referentes a juros também junto aos debenturistas.
Segundo fontes próximas à negociação, os debenturistas fizeram exigências que lhes dariam mais direitos do que aos "bondholders". Entre elas, ativo dado em garantia exclusivamente a eles e o recebimento do valor integral de seus créditos.
Já alguns "bondholders" teriam oferecido à companhia uma injeção de capital ao redor de US$ 100 milhões em troca de participação na Unigel, que estaria sendo costurada pela gestora americana Pimco, de acordo com fontes. A companhia havia sinalizado a necessidade de injeção de capital de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões.
Além das conversas com os credores, a Unigel colocou alguns ativos à venda e contratou bancos para encontrarem investidores para algumas de suas plantas. A companhia precisa realizar investimentos adicionais da ordem de US$ 20 milhões em uma fábrica de ácido sulfúrico e de US$ 1 bilhão para concluir uma planta de hidrogênio.
No início de dezembro, a Unigel anunciou acordo de venda de sua unidade no México, a Plastiglas, para o grupo mexicano Verzatec, especializado na fabricação de chapas plásticas reforçadas com fibra de vidro. O negócio ainda não foi concluído. As dificuldades financeiras da Unigel têm origem na queda dos preços das commodities de químicos, após ter ingressado em vários projetos de expansão.
Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) avançam 3% com rumores de venda de ativos na Argentina
A venda faz parte da estratégia de reduzir a dívida da holding; no entanto, há o temor de que a instabilidade argentina possa adiar ou desvalorizar a negociação
JHSF (JHSF3) dispara mais de 10% na B3 após anunciar veículo de investimento bilionário; entenda o que pode mudar para as ações
A iniciativa prevê a venda de ativos já entregues ou em desenvolvimento em seus principais empreendimentos nos complexos Cidade Jardim e Boa Vista
Vale (VALE3) avança no controle de risco, e S&P eleva rating de crédito da mineradora
A agência indica que a companhia melhorou consideravelmente sua supervisão e seus controles nos últimos anos
Carros voadores colidem durante ensaio para show aéreo; veja o vídeo
Acidente durante preparação para o Changchun Air Show reacende debate sobre segurança dos carros voadores; ao menos uma pessoa ficou ferida
Cogna (COGN3) inicia processo de saída da Vasta da Nasdaq — e BTG enxerga pontos positivos na jogada
Caso a oferta seja bem-sucedida, a Vasta deixará de ser registrada na SEC e passará por deslistagem na Nasdaq
Nova bolsa de derivativos A5X capta R$ 200 milhões em terceira rodada de investimentos. O que isso significa para a B3 (B3SA3)?
Valor arrecadado pela plataforma será usado para financiar operações e ficar em dia com exigência do BC
Itaú BBA inicia cobertura das construtoras brasileiras de baixa renda e já tem sua favorita
Para o banco, as construtoras estão em seus melhores dias devido à acessibilidade no nível mais alto já registrado
99 Food acelera investimentos no Brasil e intensifica batalha com iFood pelo delivery de comida brasileiro
A companhia agora prevê investir R$ 2 bilhões no primeiro ano de operação. O que está por trás da estratégia?
Prio (PRIO3) recebe aval final do Ibama e obtém licença para instalação dos poços de Wahoo, no Espírito Santo
Com a autorização, a petroleira iniciará a interligação submarina (tieback) de até onze poços à unidade flutuante de Frade
BTG eleva preço-alvo da Vale (VALE3) e prevê dividendos extraordinários, mas não muda recomendação; é hora de comprar?
Estratégia comercial e redução de investimentos contribuem para elevação do preço-alvo do ADR para US$ 11, enquanto valuation e fluxo de caixa fazem o banco “pensar duas vezes”
Itaú BBA sobre Eletrobras (ELET3): “empresa pode se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos do setor elétrico”
Se o cenário de preços de energia traçado pelos analistas do banco se confirmar, as ações da companhia elétrica passarão por uma reprecificação, combinando fundamentos sólidos com dividend yields atrativos
O plano do Google Cloud para transformar o Brasil em hub para treinamento de modelos de IA
Com energia limpa, infraestrutura moderna e TPUs de última geração, o Brasil pode se tornar um centro estratégico para treinamento e operação de inteligência artificial
Banco Master: quais as opções disponíveis após o BC barrar a venda para o BRB?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, há quatro cenários possíveis para o Master
Pague Menos (PGMN3) avalia emissão de R$ 250 milhões e suspende projeções financeiras: o que está em jogo?
Com um nível de endividamento alarmante para acionistas, a empresa pretende reforçar o caixa. Entenda o que pode estar por trás da decisão
Ânima Educação (ANIM3) abocanha fatia restante da UniFG e aumenta aposta em medicina; ações sobem na bolsa hoje
A aquisição inclui o pagamento de eventual valor adicional de preço por novas vagas de medicina
Natura (NATU3) vai vender negócios da Avon na América Central por 1 dólar… ou quase isso
A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana; entenda a estratégia da Natura
Nas turbulências da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54): investir nas ações das aéreas é um péssimo negócio ou a ‘pechincha’ é tanta que vale a pena?
No mercado financeiro, é consenso que o setor aéreo não é fácil de navegar. Mas, por mais que tantas variáveis joguem contra as empresas, uma recuperação da Azul e da Gol estaria no horizonte?
Como a Braskem (BRKM5) foi do céu ao inferno astral em apenas alguns anos — e ainda há salvação para a petroquímica?
Com prejuízo, queima de caixa ininterrupta e alavancagem elevada, a Braskem vivencia uma turbulência sem precedentes. Mas o que levou a petroquímica para uma situação tão extrema?
Construtoras sobem até 116% em 2025 — e o BTG ainda enxerga espaço para mais valorização
O banco destaca o impacto das mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o público atendido e aumentou o teto financiados para até R$ 500 mil
Mesmo com acordo bilionário, ações da Embraer (EMBR3) caem na bolsa; entenda o que está por trás do movimento
Segundo a fabricante brasileira de aeronaves, o valor de tabela do pedido firme é de R$ 4,4 bilhões, excluindo os direitos de compra adicionais