Gabriel Galípolo no Senado: como o indicado a comandar o Banco Central enxerga a Selic, a meta de inflação e a relação com Lula
Galípolo respondeu perguntas dos senadores em sabatina e teve o nome aprovado pela CAE para assumir o BC

Gabriel Galípolo deu mais um passo para se tornar o próximo presidente do Banco Central. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação do atual diretor de política monetária para assumir o lugar de Roberto Campos Neto no próximo ano.
Iniciando a sabatina com agradecimentos aos senadores, Galípolo tocou em vários temas caros à economia brasileira. Juros, inflação, política fiscal – como esperado, obviamente. Mas também economia verde, relação com o Executivo e bets.
Reunimos aqui as principais declarações do diretor do BC e os tópicos que ele abordou durante seu período respondendo perguntas do Senado.
"Estar indicado pelo presidente Lula é uma grande honra e enorme responsabilidade"
Galípolo comentou ser um privilégio ter sido indicado para presidir o Banco Central pelo presidente Lula e afirmou que o chefe do Executivo sempre garantiu liberdade na tomada de decisões do Banco Central.
"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro", relatou.
No entanto, Galípolo não respondeu a um questionamento do senador Izalci Lucas (PL-DF), que havia perguntado se ele considerava "justas" as críticas de Lula a Campos Neto.
Leia Também
"A melhor relação possível" com Lula e Campos Neto
Ainda sobre sua relação com o Executivo, o diretor afirmou que tem "a melhor relação possível" tanto com Lula quanto com Campos Neto.
Ex-secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, Galípolo foi indicado para a diretoria de Política Monetária do BC em julho do ano passado, com o objetivo de "harmonizar" a relação entre a autoridade monetária e a equipe econômica.
"Faço uma mea culpa: eu gostaria de, dentro das minhas funções, ter colaborado para que essa relação entre o Banco Central e o próprio Poder Executivo fosse melhor ainda do que ela tem sido", afirmou.
Galípolo disse que, apesar de poder estar "meio fora de moda", a tentativa é de evitar antagonismos para tentar construir e exaltar a convergência e o diálogo.
"Faço questão de reafirmar: todas as conversas com as senadoras e senadores, independente do partido, se oposição ou situação, também foram todas no sentido de me assegurar a liberdade na gestão e de manter o compromisso com o nosso povo e com o nosso país", descreveu.
- Veja mais: analista aponta que a bolsa está ainda mais barata e recomenda 10 ações para comprar “com desconto”
"Hoje, o Brasil é um país reconhecido pela sua estabilidade monetária"
Durante a sabatina, o diretor lembrou que o Brasil enfrentou durante os anos 80 uma crise profunda, levando à moratória da dívida externa e à exclusão do circuito financeiro internacional.
"Hoje o Brasil é credor líquido internacional com mais de US$ 350 bilhões de reservas. O Brasil apresenta hoje um superávit comercial sólido e estrutural graças à produtividade e à competência dos seus empresários", afirmou.
"Tudo isso representa um enorme avanço em contraste com as condições observadas na década de 70, que em última análise contribuiu para a crise da década de 80. Durante a década de 80 e início da década de 90, a economia foi assombrada pelo fantasma da hiperinflação", recordou Galípolo, citando que, em março de 1990, a inflação no Brasil disparou para surpreendentes 6.821% ao ano.
Ele salientou também que durante esse período, os planos econômicos de moedas nacionais eram substituídos e trocados com mais frequência do que os técnicos de futebol no Brasil. "Em 2024, o Plano Real completa 30 anos e o sistema de metas de inflação comemora 25 anos. Hoje, o Brasil é reconhecido por sua estabilidade monetária."
"Não é o papel do Banco Central [regular as bets]"
O BC não tem atribuição para regular sites de apostas, segundo Gabriel Galípolo.
"O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets, não é o papel do Banco Central. A discussão em si é sobre qual é o impacto das bets do ponto de vista de consumo", disse ao Senado.
Ele voltou a dizer que, ao analisar dados do crescimento da renda, do consumo e da poupança foi constatada a existência de um vazamento que não era simples de identificar.
"Nós passamos a fazer estudos internos e a dialogar com diversos bancos e instituições financeiras que podiam ter dados e acessam a informação sobre isso", descreveu, acrescentando que, no início, estava desconfiado da grandeza dos dados.
"A nossa função é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo, em endividamento das famílias, como é que a gente consegue explicar a relação entre a atividade econômica, despesas e o impacto para a inflação", enumerou.
"Vou me furtar de fazer qualquer tipo de comentário sobre o que é atribuição da Receita, Petrobras, regulação de Bolsa Família ou bet", completou.
"Cabe ao BC colocar a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo que for necessário para se atingir essa meta [de inflação]"
"Sou daqueles que defendem que o Banco Central não deveria nem votar na meta de inflação dentro do Conselho Monetário Nacional (CMN)", disse Galípolo.
"Hoje temos uma meta estabelecida de 3%, que cabe ao Banco Central perseguir de maneira efetiva, colocando a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo que for necessário para se atingir essa meta. Assim é que funciona o arcabouço institucional e legal do Banco Central", continuou.
Galípolo salientou que o BC tem autonomia operacional para buscar as metas que foram estabelecidas. A autonomia da autoridade monetária, de acordo com o diretor, não deve passar a ideia de que o BC deve "virar as costas" ao poder democraticamente eleito.
- Ideias diárias de investimento direto no seu WhastApp? Faça parte da Comunidade do Clube de Investidores SD Select; clique aqui para fazer parte gratuitamente
"Redução do spread bancário é uma agenda de longa data do Banco Central"
O indicado à presidência do BC disse que a redução do spread bancário é uma das agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central".
"A gente fica muito tempo debatendo a taxa Selic e talvez o tema principal seja a taxa de juros que as pessoas, jurídicas e físicas, estão realmente pagando", disse.
"Existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica"
O indicado à presidência do BC reconheceu que há anos as projeções de crescimento do Brasil vêm sendo revistas "sistematicamente ao longo do ano para cima, surpreendendo positivamente em relação ao crescimento".
Segundo Galípolo, "o próprio FMI fez uma revisão agora elevando o que se entende ser o PIB potencial".
O sabatinado afirmou que "existe uma correlação com a questão da política fiscal e o nível de atividade econômica, não apenas olhando o volume de estímulo fiscal, mas a composição fiscal qualitativa da política fiscal".
Galípolo chamou de uma "modernização e adequação às melhores práticas" a mudança sobre as metas de inflação e lembrou que o Banco Central já trabalha com essa alteração de meta contínua.
Ele ressaltou que a "inflação de 2024 é bastante relevante", e reiterou que o horizonte relevante do BC é mais à frente. Na última reunião do Copom, o horizonte na mira do BC foi o 1º trimestre de 2026.
Ele ainda afirmou que diversas variáveis recomendaram maior prudência sobre a política monetária. Entre elas: expectativas desancoradas, mercado de trabalho mais apertado, câmbio e crescimento da economia acima das projeções originais.
"A gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas"
Para Galípolo, todos os Bancos Centrais terão que lidar com a transição climática, devido ao impacto que o fenômeno tem na economia e nos preços.
"O que dificulta muito na nossa vida é que as projeções sobre o que vai acontecer com a economia, já são bastante complexas a serem feitas. Agora, a gente tem que adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas, o que dá uma certa exponencialidade nas dificuldades das previsões", ponderou Galípolo.
Para o diretor, no entanto, o BC brasileiro é um dos mais atentos ao tema e tem tentado colaborar tanto com outros bancos centrais, quanto com o próprio governo sobre este tema, devido à relevância do tema para o Brasil no G20.
* Com informações do Estadão Conteúdo.
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)
Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora
Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)
Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois
Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena
Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA
A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã
Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana
A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado
A esperança pela “volta” do Banco do Brasil (BBAS3) e as 5 ações para o segundo semestre são os temas mais lidos da semana
Entre a recuperação do Banco do Brasil (BBAS3) e as apostas da Bradesco Asset para o 2º semestre, veja os destaques mais lidos da semana no Seu Dinheiro