Vamos falar sobre o G20: por que o encontro que termina hoje é particularmente simbólico — e demonstra fragilidades entre os líderes globais
Este é o primeiro grande evento internacional desde a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos
A semana passada terminou sem a tão aguardada formalização do pacote de cortes orçamentários, apesar de sinais positivos indicando uma potencial redução de R$ 70 bilhões nas despesas previstas para 2025 e 2026.
O mercado, já cansado de especulações e promessas, exige ações concretas e bem fundamentadas.
Mais do que a simples apresentação do plano, o detalhamento será essencial para avaliar sua eficácia e profundidade. Medidas estruturais e cuidadosamente planejadas são as que mais provavelmente gerarão resultados duradouros e positivos.
A expectativa é de que o pacote seja anunciado ainda esta semana, após o encerramento do G20 e antes da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, programada para sexta-feira.
- Ibovespa no ‘chinelo’: Seu Dinheiro abre acesso à carteira de ações que rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação
E por falar nisso, as atenções globais estão voltadas para o Grupo dos 20, cuja cúpula começou ontem no Brasil. Embora os painéis iniciais tenham ocorrido durante o final de semana, o ponto alto é o encontro de líderes mundiais, incluindo Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Xi Jinping (China) e Narendra Modi (Índia).
A reunião, sediada no Rio de Janeiro e com encerramento previsto para hoje, busca construir consensos em torno de questões geopolíticas críticas, como o conflito na Ucrânia, as mudanças climáticas e o futuro do comércio internacional.
Leia Também
Por que este G20 é simbólico?
Este G20 é particularmente simbólico, sendo o primeiro grande evento internacional desde a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Sua iminente posse, em 20 de janeiro de 2025, já gera apreensão quanto a possíveis mudanças na postura americana em relação a temas globais sensíveis.
O encontro, portanto, também funciona como um momento estratégico para que líderes globais ajustem suas prioridades e alinhamentos diante de um cenário político internacional potencialmente transformador.
A cúpula do G20 ocorre em meio a uma escalada no conflito na Ucrânia marcada por novos ataques de mísseis lançados pela Rússia e pelo envio de tropas norte-coreanas para reforçar as forças russas.
Em um movimento estratégico, Biden autorizou o uso, pela Ucrânia, de mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos para ataques limitados em território russo.
A decisão é vista como uma tentativa de fortalecer a capacidade militar ucraniana antes da posse de Donald Trump, que já manifestou intenções de reduzir o apoio americano a Kiev. Essa medida não apenas intensifica as tensões globais, mas também destaca a centralidade do conflito ucraniano nas discussões da cúpula.
- LEIA TAMBÉM: Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Sensação de fragilidade
Contudo, devo dizer que a cúpula revelou uma sensação de fragilidade entre os líderes globais presentes, muitos dos quais enfrentam cenários políticos instáveis ou desafios domésticos significativos.
Biden, nos EUA, e Scholz, na Alemanha, enfrentam cenários de transição política iminente — Biden está de saída e o chanceler alemão enfrentará um voto de confiança em dezembro e pode perder seu cargo ainda este ano.
Emmanuel Macron, na França, está politicamente enfraquecido, enquanto Justin Trudeau, no Canadá, enfrenta baixa popularidade e incertezas sobre sua continuidade no cargo no próximo ano. Xi Jinping lida com inúmeros desafios domésticos na China, e Shigeru Ishiba, no Japão, governa com uma minoria parlamentar.
Essa conjuntura enfraquece o peso político da cúpula em meio às crises geopolíticas na Europa e no Oriente Médio. Apesar desses obstáculos, o Brasil conseguiu avançar em temas menos polarizantes, com destaque para a desigualdade global, uma prioridade da presidência brasileira.
Duas propostas ganharam destaque: a criação de um imposto global sobre os super-ricos e o lançamento de uma Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
Embora ainda não haja consenso sobre os detalhes do imposto, sua inclusão na agenda do G20 foi considerada uma vitória pela delegação brasileira, que pretende expandir o debate nos próximos anos. Já a Aliança, inspirada no programa Bolsa Família, visa replicar políticas de transferência de renda bem-sucedidas para combater a fome e a pobreza em escala global.
Como a eleição de Trump afeta o G20
A eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, entretanto, traz implicações profundas que ressoam nos debates da cúpula do G20, especialmente nas áreas de clima e sustentabilidade — prioridades para o Brasil nesta edição.
Apesar disso, sediar o G20 representa uma conquista de grande relevância para a diplomacia brasileira, pois proporciona uma oportunidade estratégica para o Brasil reafirmar seu papel como um mediador influente entre as principais economias globais.
O presidente Lula busca consolidar a posição do país como uma potência não alinhada, capaz de manter relações diplomáticas equilibradas e construtivas com os Estados Unidos, a Europa e a China.
No entanto, o sucesso dessa ambição dependerá não apenas das iniciativas brasileiras, mas também de um contexto internacional favorável e da habilidade de navegar pelos desafios geopolíticos complexos que marcam o cenário global atual. Nada fácil essa missão.
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos