A escalada do pico da bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes históricos em dia de mais dados nos EUA
A bolsa brasileira está de volta à faixa dos 133 mil pontos, mas busca por novos picos ainda depende de corte de juros nos EUA

Escalar montanhas é para os fortes. Perrengue demais para chegar lá em cima, dar uma olhadinha na vista, gritar “uhu” e descer tudo de novo. Palavras de um sedentário.
Mas há escaladas e escaladas. Montanhas de verdade têm um topo — conquistá-las tem seu charme e a vista costuma ser linda.
Nas bolsas de valores, porém, a escalada não acaba. Você chega ao topo, mas ele nunca está no mesmo lugar. Nos melhores momentos, parece que sempre é possível estar um pouco mais perto do céu.
Às vezes você rola morro abaixo, sobe de novo, escorrega, acha que nunca mais vai chegar lá novamente, mas tenta outra vez e, quando vê, ali está o topo.
Quem acompanha os mercados financeiros teve no Ibovespa um exemplo disso em 2024.
O principal índice de ações da bolsa brasileira virou o ano em seu pico histórico. A percepção de que o céu seria o limite era quase uma unanimidade naqueles dias.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Mas o tempo fechou de repente. O Fed não cortou os juros como se esperava, densas nuvens de incertezas econômicas e fiscais se formaram e os investidores rolaram ladeira abaixo.
Então eles juntaram os cacos e começaram a subir de novo. Dois passos à frente aqui, um pra trás acolá e, quando se deram conta, lá estava o topo, visível novamente.
Depois de emplacar sete altas seguidas — e de avançar mais de 6% nesse intervalo —, o Ibovespa retomou na quarta-feira a faixa dos 133 mil pontos e fechou no seu nível mais alto este ano.
Os picos históricos encontram-se atualmente na casa dos 134 mil pontos. Hoje, uma alta de 0,7% já seria suficiente para um novo recorde de fechamento.
Com a temporada de balanços no fim e a agenda econômica vazia nesta quinta-feira, porém, os investidores voltam a atenção para indicadores norte-americanos.
Isso porque, assim como na virada do ano, o que separa o Ibovespa de estabelecer novos picos agora é a taxa de juros nos níveis mais altos em mais de 20 anos nos Estados Unidos.
Ontem, a inflação ao consumidor norte-americano deixou a sensação de que o Federal Reserve será mais cuidadoso quando começar a cortar os juros.
Hoje, dados de vendas no varejo, produção industrial e auxílio-desemprego nos EUA ajudarão os investidores a calibrar melhor as expectativas.
O que você precisa saber hoje
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Adeus, bancos? Os planos da Vivo para ampliar a receita com a oferta de serviços financeiros direto no aplicativo da operadora. Com o Vivo Pay, a empresa Telefônica Brasil busca licença do Banco Central para lançar a própria conta digital.
FIM DO BLOQUEIO
Novas ações da Americanas na bolsa: credores da varejista poderão negociar papéis convertidos nesta quinta-feira. Vale relembrar que os papéis da Americanas recuaram 19,51% na terça-feira, dia em que a varejista publicou os balanços atrasados.
REFORÇANDO O CAIXA
E agora, acionista? Após privatização da Sabesp (SBSP3), Equatorial (EQTL3) fará aumento de capital bilionário. O anúncio do aumento de capital da Equatorial acontece depois que a companhia se tornou investidor de referência na privatização da Sabesp, pagando R$ 6,9 bilhões por 15% da companhia.
SINAL VERDE
Santos Brasil (STBP3) aprova redução de capital e vai depositar R$ 1,6 bilhão na conta dos acionistas. A operação, já aprovada em julho pelo conselho, foi realizada sem o cancelamento de ações e com restituição em dinheiro aos acionistas.
MERCADO DE CAPITAIS
A seca de IPOs não abalou: captação chega a recorde de R$ 96 bilhões em julho — e a “culpa” não é só das debêntures. Consideradas as estrelas das captações neste ano, as debêntures continuaram com a maior fatia, com R$ 50,1 bilhões em emissões no mês passado.
Uma boa quinta-feira para você!
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros