A ação do agronegócio que disparou nesta semana e tem potencial para ir muito além
O papel em questão valorizou 7% no início da semana após uma avaliação muito positiva do valor de suas terras

Antes mesmo de os acenos de cortes de gastos do governo fazerem a bolsa subir nos últimos dias, na segunda-feira uma ação do setor agro disparou.
A SLC Agrícola (SLCE3) valorizou 7% no primeiro pregão da semana, após uma avaliação muito positiva do valor de suas terras.
As propriedades da companhia, que são em sua grande parte destinadas à produção de soja, algodão e milho, foram avaliadas em R$ 11,6 bilhões pela consultora independente Deloitte Touche Tohmatsu Ltda., valor 6% maior que a avaliação anterior.
Quando ajustamos pelo distrato de uma área de 10 mil hectares que não pôde ser registrada pela companhia, o crescimento teria sido de 7%.
- Onde investir neste mês? Veja GRATUITAMENTE as recomendações em ações, dividendos, fundos imobiliários, BDRs e criptomoedas
Esse crescimento pegou o mercado de surpresa porque, em um período de forte desvalorização de commodities agrícolas, não se esperava um aumento do valor do hectare, tampouco que ele superasse a inflação.
Com a atualização da avaliação das terras, o Valor Líquido dos Ativos (NAV) da SLC Agrícola chegou a R$ 13,2 bilhões, enquanto o valor de mercado da companhia ronda os R$ 8,5 bilhões, mesmo após a forte valorização recente.
Leia Também
Apenas como curiosidade, se excluirmos do cálculo do NAV os estoques e os ativos biológicos (R$ 4,6 bi), chegamos a um valor próximo ao que a companhia negocia atualmente – assumindo que a avaliação das terras é justa, é como se o mercado não atribuísse valor à capacidade produtiva das terras.
Tudo bem, compreendemos a dificuldade de se pagar na frente pela produção agrícola, dado que, além dos preços das commodities em baixa, a receita também depende de produtividade, efeitos climáticos, pragas, e por aí vai…
Mas enquanto o preço das commodities não ajuda a melhorar o otimismo com os papéis, o fato de as ações estarem negociando próximas do valor das terras indica uma boa margem de segurança de SLCE3 nos preços atuais, e que muito pessimismo já está precificado neste momento.
Além disso, entendemos que existem algumas opcionalidades interessantes que podem ajudar a destravar valor.
Algumas opcionalidades para a ação
Assim como qualquer commodity, os preços de Soja, Algodão e Milho estão diretamente relacionados às perspectivas de oferta e demanda. Neste momento eles estão em patamares baixos porque a produção global cresceu bastante nos últimos anos.
Mas com os preços em patamares muito baixos neste momento e já bem próximos do custo de produção em vários lugares, muitos produtores devem começar a diminuir a área plantada dessas culturas por conta da queda de rentabilidade, o que pode implicar em redução de oferta à frente.
Um outro ponto importante em termos de oferta é a probabilidade cada vez maior do fenômeno La Niña acontecer neste segundo semestre.
As letras no eixo horizontal representam os meses do ano: Por exemplo, MJJ (Maio, Junho e Julho), JJA (Junho, Julho e Agosto), JAS (Julho, Agosto e Setembro), ASO (Agosto, Setembro e Outubro), e assim por diante.
Em linhas gerais, o resfriamento das águas do Pacífico tendem a provocar um clima mais seco do que o normal no Sul do Brasil e também na Argentina, que são grandes produtoras de commodities agrícolas. Enquanto isso, as regiões de atuação da SLC (centro-oeste, principalmente) são pouco ou nada afetadas.
- Ainda dá pra ganhar dinheiro com a bolsa este ano? Os FIIs vão superar o mal estar econômico? ETF de Ethereum vai sair? Veja o “Onde Investir” deste mês e descubra as respostas
Ou seja, nesse cenário a SLC consegue manter a sua produção e a ação ainda pode se aproveitar do aumento de preços, que aconteceria se as outras áreas realmente forem afetadas.
Todos esses fatores podem ajudar, mas é importante deixar claro que nossa tese não depende dessas opcionalidades.
Neste momento, mesmo já considerando uma queda entre 15%-20% do Ebitda em 2024 por causa da desvalorização das commodities e piora de produtividade, ainda estamos falando de um múltiplo de 6x Valor da Firma/Ebitda e um dividend yield de quase 8%.
Por esse motivo, a SLC está na série Vacas Leiteiras, junto com outras várias ações que têm um ótimo potencial de pagar dividendos e ainda proporcionar ganho de capital.
Se quiser conferir a carteira completa, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem.
Ruy
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo
Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)
EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas