Fundo imobiliário de energias limpas é o mais rentável de 2024, enquanto HCTR11 lidera as perdas; veja as maiores altas e baixas do IFIX no ano
Confira os melhores e piores FIIs do ano que ficou marcado por calotes, desvalorização de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e taxas de juros elevadas

O ano de 2024 foi de fortes emoções para os investidores da bolsa brasileira, inclusive no mercado de fundos imobiliários. Além das ofertas de cotas e novos calotes, o desempenho dos fundos este ano também foram afetados pelo novo ciclo de alta dos juros, a Selic, ruídos políticos e até rumores sobre uma possível tributação dos FIIs.
Além disso, o fechamento de lojas no varejo, galpões logísticos ociosos ou dificuldades em manter pontos de venda em shoppings fizeram com que diversos fundos imobiliários da bolsa entrassem em uma trajetória de queda que se aprofundou na reta final do ano.
O Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX), principal índice do setor na B3, registrou no mês de outubro o pior desempenho do ano, apresentando uma queda de 3,06% em relação ao fechamento de setembro, que já havia recuado 2,58%.
No dia 5 de dezembro, o índice registrou baixa de 0,80%, aos 2.999 pontos. Foi a primeira vez desde maio de 2023 que o indicador operou abaixo dos 3 mil pontos.
Nesta segunda-feira (23), o IFIX fechou em alta de 2,54%, aos 3.020,57 pontos. No acumulado de 2024, no entanto, a desvalorização do índice de fundos imobiliários chega a 8,76%.
Leia Também
Os fundos imobiliários que mais subiram em 2024
Entretanto, 2024 não foi totalmente um “ano perdido”. Desbancando o Hotel Maxinvest (HTMX11), que liderou as altas de 2023, o novo campeão entre os ativos que compõem a carteira do principal índice de FIIs da B3, é o Suno Energia Limpas (SNEL11).
Com valorização de 22,86% no ano, o SNEL11 é o primeiro fundo imobiliário com foco em energia renovável da bolsa brasileira. Lançado no final de 2022, o FII abriu as negociações das cotas na bolsa em dezembro de 2023. De lá para cá, tem atraído novos investidores e ultrapassou a marca dos 10 mil cotistas em julho, sendo também um dos mais rentáveis.
O Seu Dinheiro conversou com o responsável técnico pelo fundo, Rafael Menezes, pouco antes da listagem. Na época, Menezes, que também é especialista em projetos solares, revelou que a projeção de retorno era de 20% ao ano.
Com IPO em outubro do ano passado, o segundo lugar entre os FIIs que mais valorizaram em 2024 é do Kinea Unique (KNUQ11) — fundo imobiliário high yield (com ativos de maior risco e maior potencial de retorno) da Kinea, focado em financiar projetos residenciais de incorporadoras.
Com valorização de 12,17% em 2024, o principal objetivo do KNUQ11 é fornecer financiamento para incorporadoras, seja para a construção de empreendimentos ou para a aquisição de terrenos. Esse mercado tem registrado um aumento significativo na demanda nos últimos anos, impulsionado pela diminuição dos recursos disponíveis na poupança.
Confira os outros oito FIIs que mais se valorizaram em 2024:
Ativo | Nome | Desempenho no ano* |
SNEL11 | Suno Energias Limpas | 22,86% |
KNUQ11 | Kinea Unique Hy Cdi | 12,17% |
KNHY11 | Kinea High Yield | 8,82% |
KNCR11 | Kinea Rendimentos Imobiliários | 7,48% |
HGLG11 | CSHG Logística | 4,37% |
RZAT11 | Riza Arctium Real Estate | 3,68% |
KNIP11 | Kinea Índice de Preços | 3,08% |
KNSC11 | Kinea Securities | 2,94% |
GGRC11 | GGR Covepi Renda | 2,83% |
MFII11 | Mérito Desenvolvimento Imobiliario | 1,46% |
Os FIIs que mais caíram em 2024
No ano passado, o Hectare CE (HCTR11) já havia registrado a segunda maior queda no índice de FIIs, impactado por problemas com os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da companhia de turismo, hotelaria e multipropriedades Grupo Gramado Parks (GPK).
Alvo de inadimplência em boa parte dos CRIs da sua carteira, o fundo continuou em queda livre neste ano, e aprofundou ainda mais as perdas em dezembro, quando confirmou que não iria pagar proventos. Assim, em 2024, o HCTR11 passou a liderar o ranking de perdas do IFIX, com desvalorização de 51,68%.
Outro FII com queda expressiva no ano foi o REC Renda Imobiliária (RECT11), com queda de 40,68%. Segundo representantes do fundo imobiliário, em declarações divulgadas ainda em maio, os resultados do RECT11 foram impactados por dois fatores externos: 1) as elevadas taxas de juros; e 2) a maneira como o mercado imobiliário brasileiro é avaliado.
Já o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11), o terceiro entre as maiores quedas do ano, foi impactado pela alta de juros e a desaceleração do setor logístico, além de desafios internos (como inadimplência e vacância nos imóveis). Isso resultou em uma queda no preço das suas cotas e em um desempenho abaixo das expectativas para o ano.
Nos últimos meses, um impasse entre o TRBL11 e os Correios ganhou o noticiário. A estatal suspendeu as atividades no centro logístico do fundo localizado em Contagem (MG), após identificar problemas no recalque de uma das placas de vedação lateral do ativo.
A liberação do ativo, no início deste mês, ocorreu após a visita da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das demais Secretarias do município ao imóvel do TRBL11 para análise.
O ano de 2024 também foi marcado por diversos casos de inadimplência no mercado de fundos imobiliários, tendo a empresa de coworking WeWork como protagonista. Por conta disso, fundos como VINO11 desvalorizaram devido à inadimplência e à vacância nos imóveis ocupados pela WeWork. Isso gerou dificuldades financeiras para o fundo, prejudicando seus resultados e impactando negativamente o valor de suas cotas.
Confira os outros FIIs que mais caíram em 2024:
Ativo | Nome | Desempenho no ano* |
HCTR11 | Hectare CE | -51,68% |
RECT11 | FII REC Renda Imobiliária | -40,68% |
TRBL11 | SDI Logística RIO | -31,61% |
DEVA11 | Devant Recebíveis Imobiliários | -31,19% |
URPR11 | Urca Prime Renda | -29,81% |
VINO11 | Vinci Offices | -28,55% |
BLMG11 | Bluemacaw Logística | -28,02% |
KIVO11 | Kilima Volkano Recebíveis | -27,39% |
PATL11 | Pátria Logística | -27,20% |
HFOF11 | Hedge Top Fofii 3 | -24,05% |
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar
Ibovespa sobe 0,24% e bate novo recorde; dólar avança e termina dia cotado em R$ 5,4248
As bolsas norte-americanas não funcionaram nesta sexta-feira (4) por conta de um feriado, mas o exterior seguiu no radar dos investidores por conta das negociações tarifárias de Trump
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu