Como a gestora que já investiu mais de US$ 7 bilhões em imóveis quer lucrar com o aluguel residencial no Brasil
Paladin lista oportunidades para investidores em imóveis residenciais para renda, mas vê um risco na fonte de dinheiro desse mercado
Ao contrário de outras áreas do setor imobiliário que são dominadas por grandes investidores institucionais — como shoppings, escritórios e galpões — o mercado residencial para renda sempre esteve na mão dos pequenos investidores brasileiros.
Afinal, em um país onde o investimento em imóveis é um dos mais tradicionais, comprar uma casinha ou apartamento para alugar virou uma das formas favoritas de criar um “pé de meia” e gerar renda passiva.
Após anos observando a pulverização do nicho na mão das pessoas físicas, os “tubarões” do Real Estate começam a avançar sobre esse mercado — já há opções de fundos imobiliários focados em residencial para a renda na B3, por exemplo.
Mas esse nicho do mercado imobiliário encontra uma dificuldade para crescer no meio institucional, de acordo com Ricardo Raoul, diretor e responsável pelo escritório brasileiro da gestora norte-americana Paladin Realty: “leva tempo para construir um bom portfólio”.
O executivo conta, em entrevista ao Seu Dinheiro, que esse problema é causado justamente pelo fato de que os condomínios residenciais já existentes têm dezenas, às vezes até centenas, de donos diferentes, o que dificulta uma potencial negociação.
Para contornar esse desafio e garantir o controle de um empreendimento — condição necessária para poder conduzir a gestão de acordo com os objetivos para o investimento — é preciso desenvolvê-lo desde a fundação.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Nesse cenário, porém, há outros obstáculos. “O grande desafio é o tempo. Além disso, durante a construção é preciso arcar com todos os custos e ficar com 100% do ativo até a maturidade”, cita ele.
Ainda assim, o diretor acredita que o mercado deve se desenvolver cada vez mais por aqui.”É uma questão de escala e tempo, só não sabemos quanto”.
- LEIA TAMBÉM: 5 fundos imobiliários para comprar agora e buscar “aluguéis” na conta em forma de proventos
Já ouviu falar de imóveis do tipo multifamily?
A própria Paladin já explora tanto o residencial para a venda quanto para a renda e estuda a possibilidade de lançar um fundo imobiliário voltado para desenvolvimento de imóveis residenciais.
No passado, a gestora, que também opera em outros segmentos imobiliários, trabalhava com foco no capital de investidores institucionais e gringos.
“Mais recentemente o perfil dos nossos fundos têm mudado, estamos tentando trazer mais brasileiros para o negócio”, conta Fernanda Rosalem, sócia e head de investimentos.
A gestora lançou no início de 2021 um FII de lajes corporativas em parceria com a Hedge, o HDOF11, e estuda replicar esse modelo na frente residencial.
Vale destacar que, considerando todos os escritórios e a operação principal nos Estados Unidos, a Paladin já investiu mais de US$ 7 bilhões em oito países, com foco justamente em escritórios e ativos residenciais para venda ou aluguel.
O escritório dedicado à região sul americana atua desde 1998 no Brasil e já alocou mais de US$ 3 bilhões em ativos comerciais, hotéis, residenciais e multifamily.
Este último é um segmento — que consiste em complexos residenciais nos quais todas as casas ou apartamentos são voltados para o aluguel — é muito popular na terra natal da Paladin e é uma das apostas da gestora para o mercado brasileiro.
Empreendimentos do tipo têm uma grande vantagem no enfrentamento de um dos maiores problemas para quem lucra com a locação de imóveis: a falta de inquilinos. “O multifamily é menos sensível à vacância porque o risco é muito pulverizado entre o grande número de locatários”, diz a sócia da Paladin.
Onde encontrar oportunidades no mercado residencial?
Outra forma de reduzir os riscos ao operar nesse mercado é ser certeiro na escolha do público-alvo. Nesse contexto, a Paladin prefere a média e a alta renda que, de acordo com a head de investimentos da gestora, são menos sensíveis às dinâmicas macroeconômicas e às flutuações de preço no mercado.
Outro ponto essencial para o sucesso dos empreendimentos é a localização. “Acreditamos que São Paulo é um mercado já grande, mas que ainda tem muito a crescer em relação a preço”, aponta Ricardo Raoul.
O diretor cita alguns bairros da capital paulista que devem ganhar nesse sentido: Higienópolis — que, segundo ele, estava com os preços congelados há cerca de dois anos e voltou a se aquecer recentemente —, Jardins, Itaim Bibi e Pinheiros.
E ele segue o que prega: no portfólio de residencial e multifamily da Paladin há cinco lançamentos em Pinheiros e dois no Itaim atualmente.

Já quanto às características físicas dos empreendimentos, Raoul diz que os campeões de procura são os imóveis dois quartos, seguidos de perto por aqueles com apenas um. No quesito tamanho, a faixa onde a Paladin deve concentrar os lançamentos é ampla e vai dos 30 a 120 metros quadrados.
“Mas isso não é excludente, lançamos um empreendimento de 190 metros quadrados no ano passado, por exemplo. A localização é quem manda no produto”, relembra Fernanda Rosalem.
- Receber aluguéis na conta sem ter imóveis é possível através dos fundos imobiliários: veja as 5 top picks no setor para comprar agora, segundo o analista Caio Araujo
Os riscos para o mercado de imóveis residencial
Apesar da perspectiva positiva, também há riscos para o mercado residencial. E, na visão dos executivos da Paladin, o principal deles é a questão do funding para o setor, que tradicionalmente trabalha com altos níveis de capital em ciclos longos de construção.
A poupança, uma das principais fontes de financiamento, terminou 2023 com uma retirada líquida de R$ 87,82 bilhões. Esse foi o terceiro ano consecutivo em que a caderneta teve mais saques do que depósitos.
Outra grande fonte de recursos também está ameaçada pela discussão da remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no Supremo Tribunal Federal (STF). A corte discute uma alteração na remuneração do fundo que pode encarecer a tomada de crédito.
“Uma opção é usar o Certificado de Recebível Imobiliário, mas, embora os CRIs possam até financiar o terreno e até a obra, ainda não financiam o comprador final”, indica Raoul.
Ainda assim, o diretor acredita que o mercado de capitais é o principal candidato para oferecer uma alternativa de funding ao setor.
Mas primeiro é preciso pensar em uma solução para as taxas — que são subsidiadas pelo governo na poupança e no FGTS, mas não nos CRIs — e o prazo dos financiamentos, que é mais curto nos títulos financeiros. “Sem financiamento esse mercado não acontece”, diz Raoul.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
