Desde a escalada dos conflitos na Ucrânia e da tomada de duras sanções do Ocidente contra a Rússia, o presidente Vladimir Putin deixava claro que tomaria medidas contra os Aliados. Desta vez, o contra-ataque russo veio na forma de investida econômica.
Após proibições ocidentais de consumo de petróleo e derivados russos e teto de preços, Putin decidiu limitar a produção da commodity: o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, anunciou nesta sexta-feira (10) um corte de 5% no total a partir do próximo mês.
“A Rússia acredita que o mecanismo de teto de preços para a venda de petróleo e derivados russos interfere nas relações de mercado”, disse o ministro. “Isso mantém a política energética destrutiva dos países do Ocidente.”
"A partir de hoje, estamos vendendo integralmente todo o volume de petróleo produzido, porém, como dito anteriormente, não venderemos petróleo para aqueles que direta ou indiretamente aderirem aos princípios do 'preço máximo'”, afirmou Novak, em nota.
A queda equivale a 500 mil barris ao dia a menos em março e a 0,5% da oferta mundial de petróleo. Vale destacar que a produção russa já estava em declínio, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), com estimativa de queda de 9,77 milhões de barris por dia em dezembro.
Com o anúncio, os contratos futuros do petróleo do tipo Brent — referência no mercado internacional — para abril dispararam, chegando a ser negociados a US$ 86,79 o barril na máxima. Por volta das xxhxx, a commodity subia 1,85%, a US$ 86,06.
A valorização do petróleo ainda impulsionou as empresas do setor negociadas na bolsa de valores brasileira. Veja as cotações por volta das 13h05:
Ação | Ticker | Preço | Variação diária |
Petrobras ON | PETR3 | R$ 29,72 | +1,50% |
Petrobras PN | PETR4 | R$ 26,39 | +1,77% |
PetroRio ON | PRIO3 | R$ 42,89 | +2,22% |
3R Petroleum ON | RRRP3 | R$ 44,47 | +2,30% |
PetroRecôncavo ON | RECV3 | R$ 30,51 | +3,42% |
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Putin e o corte de petróleo
O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que a diminuição na produção de petróleo bruto “vai ajudar a restaurar as relações de mercado”, segundo a agência de notícias estatal Tass.
Novak destacou que o corte não será aplicado ao gás condensado e deve ser calculado a partir dos níveis reais de produção, não da cota da Rússia no acordo de produção da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados).
Segundo o comunicado, a Rússia manteve contato com membros do grupo de produtores de petróleo da Opep+, mas sem consultas formais.
*Com informações de Reuters