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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
OS SINAIS DO PAYROLL

O trabalho está feito? Por que a bolsa comemora o dado fraco de emprego dos EUA — e você também deveria

Analistas, no entanto, recomendam um otimismo cauteloso com o relatório desta sexta-feira (03); entenda o motivo

Carolina Gama
3 de novembro de 2023
13:02
Touro símbolo do mercado financeiro em Nova York
Imagem: Shutterstock

A economia dos EUA criou 150 mil vagas em outubro, abaixo das estimativas de consenso de 170 mil postos e da explosão de setembro (297 mil). A taxa de desemprego subiu para 3,9% ante a estimativa de estabilidade em 3,8%. A cereja do bolo foi o ganho médio por hora, que também ficou abaixo das expectativas ao subir 0,2%. Uma catástrofe, certo? Não para os investidores e para as bolsas. 

Por aqui, o Ibovespa dá um salto de 2% e em Nova York, os índices caminham para a melhor semana de 2023. Os juros projetados (yields) pelos títulos de dívida do governo norte-americano, que pesaram no mercado de ações nos últimos três meses, caem. 

O yield do Treasury de 10 anos — considerado uma referência no mercado global — perdeu mais de 9 pontos base, para 4,57%, abaixo da alta de 5% atingida no mês passado. O yield do título de 2 anos perdeu 7 pontos base, para 4,9%.

Todo esse alívio para as bolsas vem na esteira desses dados mais fracos de emprego nos EUA — sinais de que a tentativa do Federal Reserve (Fed) de esfriar a economia norte-americana e reprimir a inflação pode estar funcionando.

“Os números do mercado de trabalho são sempre a última coisa a mudar em ciclo econômico. O abrandamento da criação de vagas e do aumento dos salários junto com a subida da taxa de desemprego tornam ainda mais provável que o Fed não volte a aumentar os juros”, disse o economista-chefe internacional do ING, James Knightley. 

Bolsas sobem, mas o payroll tem um porém

Os investidores e as bolsas comemoram o dado mais fraco de emprego de outubro, mas é preciso cautela até mesmo nessa comemoração e os analistas explicam o motivo. 

A abertura de postos de trabalho nos EUA desacelerou consideravelmente em outubro, com a economia norte-americana criando o menor número de empregos em quatro meses e registrando o segundo ganho mensal mais fraco desde dezembro de 2020. 

“Parte dessa ‘suavidade’ pode ser atribuída às greves trabalhistas que abrangem os setores automotivo e de entretenimento e setores de saúde, já que os trabalhadores em greve não contam para o payroll”, disse o diretor e economista sênior da TD Economics, Thomas Feltmate. 

O Bureau of Labor Statistics, responsável por divulgar o relatório de emprego nos EUA, estima que pouco mais de 48 mil trabalhadores estiveram em greve durante o período do levantamento no mês passado — o maior número mensal desde fevereiro de 2004. 

No entanto, com acordos trabalhistas provisórios entre o UAW, como é conhecido o sindicato dos trabalhadores do setor automotivo nos EUA, e as três grandes montadoras, um número significativo desses empregados serão recontados no payroll do próximo mês.

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Juros altos nunca mais?

Juros altos são ruins para a bolsa, mas uma taxa básica menor ainda não é uma realidade nos EUA.

O presidente do Fed, Jerome Powell, já disse que os juros devem permanecer mais altos por mais tempo por lá — mas os sinais de que o banco central norte-americano fez seu trabalho com relação à inflação são cada vez mais fortes. 

“Esperamos que o abrandamento do crescimento que se avizinha e a desaceleração da inflação convençam o Fomc de que não é necessário um maior aperto da política monetária e que os juros permaneçam no intervalo atual até setembro de 2024”, o economista-chefe da Julius Baer, David Kohl. 

Na quarta-feira (01), quando o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros inalterada na faixa entre 5,25% e 5,50% por ano, Powell não quis cravar o fim do aperto monetário por lá, mas reconheceu que o trabalho do Fed estava perto do fim com relação a trazer a inflação para a meta de 2% ao ano. 

A inflação medida pelo índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a métrica favorita do Fed para os preços — mantém-se em 3,4% desde julho na comparação anual, depois de bater em dois dígitos no ano passado, quando o banco central deu início ao ciclo agressivo de aumento de juros. 

“Na coletiva, Powell reconheceu que o recente aperto nas condições financeiras (se sustentado) poderá funcionar como um substituto para futuros aumentos dos juros. No entanto, Powell também sublinhou que os membros do Fomc têm pouca convicção sobre se a posição da política monetária atual é ‘suficientemente restritiva’”, afirmou Feltmate, da TD Economics. 

Segundo ele, as bolsas e os investidores precisam ter um pouco de cautela, já que o Fed precisará de mais alguns relatórios de emprego mais brandos, acompanhados de um novo esfriamento das pressões inflacionárias antes de ter provas suficientes de que o trabalho está realmente feito.

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