Sinal amarelo para Wall Street: Fed sobe juros em 0,25 pp e coloca a taxa no nível mais elevado em 22 anos
A decisão desta quarta-feira (26) era amplamente esperada pelo mercado e colocou a taxa referencial dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano
Acelera. Diminui a velocidade. Pisa no freio e para. Anda de novo, devagar. Essa poderia ser a descrição de alguém no trânsito de uma cidade movimentada, mas é a trajetória do aumento dos juros nos EUA. Nesta quarta-feira (26), depois de uma estacionada, o Federal Reserve (Fed) decidiu por unanimidade elevar a taxa referencial em 0,25 ponto percentual (pp), para a faixa de 5,25% a 5,50% ao ano — o maior nível em 22 anos.
Assim como no trânsito, onde dá mais ou menos para prever o que vai acontecer, o mercado já esperava por essa decisão. Por isso, a reação inicial de Wall Street foi morna. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq mantiveram as trajetórias mistas anteriores à decisão.
A questão agora é saber o que vem depois que o banco central norte-americano virou a esquina da retomada do aperto monetário. O comunicado com a decisão de hoje trouxe poucas pistas.
O documento diz que o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) continuará avaliando informações adicionais e suas implicações para a política monetária, mantendo o mesmo tom dos comunicados anteriores.
"Ao determinar a extensão do endurecimento adicional da política que pode ser apropriado para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os fatores econômicos e financeiros", diz o comunicado, que reforça o empenho do Fomc em fazer a inflação retornar para a meta de 2%.
- 5 ações gringas para comprar agora: conheça as melhores apostas nos mercados internacionais para buscar lucros nos próximos meses, segundo analistas da Empiricus Research. [ACESSE A LISTA GRATUITA AQUI]
As rotas que o Fed pode seguir
O Fed tem algumas rotas para seguir daqui até o final do ano, quando tem mais três encontros: setembro, novembro e dezembro.
Leia Também
Existem três possibilidades para o banco central norte-americano, de acordo com os economistas: um segundo aumento consecutivo de juros em setembro, um em novembro ou nenhum aumento de juros depois de julho.
A grande questão é que, mesmo com apertos monetários sucessivos e agressivos, a economia norte-americana vem superando as expectativas. Por isso, muito depende do que os indicadores mostrarem nas próximas oito semanas.
E é por isso que o Fed está tentando manter a opção de outro aumento de juros caso a inflação se mostre mais resiliente do que o esperado.
Em junho, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2%, após uma alta de 0,1% em maio, segundo dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Com isso, a inflação desacelerou de 4,0% para 3,0% no acumulado em 12 meses.
O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de alimentos e energia, subiu 0,2% no mês e 4,8% nos últimos 12 meses. Em abril, a taxa acumulada estava em 5,3%.
Já o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — o indicador preferido do Fed para medir a inflação — desacelerou de 4,3% em abril para 3,8% em maio em base anual. Enquanto o núcleo saiu de 4,7% para 4,6% na mesma base de comparação.
Embora estejam esfriando, tanto o CPI como o PCE seguem bem acima da meta de inflação do BC norte-americano, de 2% no longo prazo.
A economia e os bancos
A avaliação do Fed sobre a economia norte-americana é que os indicadores recentes sugerem um crescimento em ritmo moderado — e não mais modesto como dizia o comunicado da decisão de junho.
O banco central diz ainda que a criação de postos de trabalho seguiu robusta nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Já a inflação continua alta.
O sistema bancário dos EUA, que tirou o sono de muito investidor em março deste ano com a quebra de bancos regionais, é sólido e resiliente, segundo o comunicado de hoje do Fed.
A constatação vem um dia depois de o Pacwest, banco que ficou na berlinda durante a crise dos bancos regionais do início do ano, anunciar uma fusão com o Banc of California.
"Condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas devem pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação", diz o comunicado.
O sinal amarelo de Powell
O principal guardião das sinalizações do Fed é seu presidente, Jerome Powell. Falando em coletiva após a decisão de hoje, o chefão do BC norte-americano deixou todas as possibilidades sobre a mesa.
Ao ser questionado se o Fed elevará os juros mais uma vez, em setembro ou novembro, ele não quis dar uma direção para os investidores.
"Vamos avaliar as condições econômicas reunião por reunião. Daqui até o próximo encontro, em setembro, ainda temos alguns relatórios importantes como o de inflação. Olharemos esse conjunto de dados para decidir o que fazer", afirmou.
Os repórteres presentes na coletiva tentaram obter algum sinal, pressionando Powell, quando ele voltou a dizer que as decisões serão baseadas nos dados que ainda serão divulgados.
"Se chegarmos em setembro e acharmos que é o caso de elevar os juros, faremos. Mas se chegar em setembro e entendermos que o atual patamar dos juros é adequado, eles permanecerão onde estão".
Mas em um ponto Powell foi claro: o trabalho do Fed é trazer a inflação para a meta e, neste sentindo, "ainda há um longo caminho pela frente".
Neste sentido, ele disse que o banco central norte-americano ainda não está totalmente confiante de que a inflação foi derrotada, embora dados recentes mostrem que o aumento de preços esfriou significativamente.
“Precisamos ver se a inflação desacelerou de forma duradoura. Acreditamos que precisaremos manter a política monetária em um nível restritivo por algum tempo e precisamos estar preparados para aumentar os juros ainda mais se acharmos apropriado", afirmou Powell, apontando que o núcleo da inflação ainda está acima de 3% contra a meta de 2% do Fed para a inflação.
Powell também foi questionado sobre um possível corte de juros e sugeriu que é improvável que cortes na taxa ocorram este ano.
"Estou dizendo que estaríamos confortáveis em cortar os juros quando estivermos confortáveis em cortar os juros, e isso não acontecerá este ano", disse.
VEJA TAMBÉM — Vale, Itaú, Petrobras e outras: o que esperar da temporada de resultados das gigantes da bolsa
Trabalhe enquanto eles dormem? Milei quer permitir jornada de trabalho de 12 horas na Argentina, após ‘virar o jogo’ nas eleições
Regras sobre férias, horas extras, acordos salariais e até acordos trabalhistas também devem mudar, caso a proposta avance nas Casas Legislativas
O cúmulo da incompetência? Ele nasceu príncipe e perdeu tudo que ganhou de mão beijada — até a majestade
O príncipe Andrew perde seu título e residência oficial, enquanto novos detalhes sobre suas ligações com Epstein continuam a afetar a imagem da família real britânica
Argentina lança moeda comemorativa de gol de Maradona na Copa de 1986 — e os ingleses não vão gostar nada disso
Em meio à histórica rivalidade com a Inglaterra, o Banco Central da Argentina lança uma moeda comemorativa que celebra Diego Maradona na Copa de 1986
Juros voltam a cair nos EUA à sombra da falta de dados; ganho nas bolsas dura pouco com declarações de Powell
Enquanto o banco central norte-americano é iluminado pelo arrefecimento das tensões comerciais entre EUA e China, a escuridão provocada pelo shutdown deixa a autoridade monetária com poucas ferramentas para enxergar o caminho que a maior economia do mundo vai percorrer daqui para frente
João Fonseca no Masters 1000 de Paris: onde assistir e horário
João Fonseca entra em quadra nesta quarta-feira (29) pela segunda rodada do Masters 1000 de Paris, na França
Cachoeira, cinema 24h e jacuzzi com vista: o melhor aeroporto do mundo vai muito além do embarque e do desembarque
Da cachoeira mais alta do mundo a suítes com caviar e fragrâncias Bvlgari, o luxo aéreo vive um novo auge nos aeroportos da Ásia
Por que a emissão de vistos de turismo e negócios para brasileiros continua mesmo com o ‘shutdown’ nos EUA
A Embaixada e os Consulados dos EUA no Brasil informam que os vistos de turismo e negócios seguem em processamento
A nova Casa Branca de Trump: uma reforma orçada em US$ 300 milhões divide os EUA
Reforma bilionária da Casa Branca, liderada por Trump, mistura luxo, política e polêmica — projeto sem revisão pública independente levantou debate sobre memória histórica e conflito de interesses
Mercado festeja vitória expressiva de Milei nas eleições: bolsa dispara e dólar despenca; saiba o que esperar da economia argentina agora
Os eleitores votaram para que candidatos ocupem 127 posições na Câmara dos Deputados e 24 assentos no Senado, renovando o Congresso da Argentina, onde Milei não tinha maioria
Garoto de ouro: João Fonseca já soma R$ 13 milhões em prêmios e entra para o top 30 da ATP aos 19 anos
Aos 19 anos, João Fonseca conquista seu primeiro título de ATP 500, entra para o top 30 do ranking mundial e já soma R$ 13 milhões em prêmios na carreira
Máquina de guerra flutuante: conheça o porta-aviões enviado pelos EUA à costa da Venezuela e que ameaça a estabilidade regional
Movido por reatores nucleares e equipado com tecnologia inédita, o colosso de US$ 13 bilhões foi enviado ao Mar do Caribe em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela
A motosserra ronca mais alto: Javier Milei domina as urnas das eleições legislativas e ganha fôlego para acelerar reformas na Argentina
Ao conseguir ampliar o número de cadeiras no Congresso, a vida do presidente argentino até o fim do mandato, em 2027, deve ficar mais fácil
EUA e China costuram acordo sobre terras raras e tarifaço às vésperas do encontro entre Trump e Xi Jinping; veja o que foi discutido
As operações do TikTok nos EUA também foram pautadas no encontro das equipes econômicas norte-americana e chinesa
Argentina decide futuro do governo de Javier Milei nas eleições deste domingo; entenda o que está em jogo
O partido de Milei, o La Libertad Avanza (LLA), busca conquistar ao menos um terço dos assentos na Câmara de Deputados e no Senado
Roubo de joias no Museu do Louvre: polícia da França prende dois suspeitos, mas peças não são encontradas
Apesar da prisão dos suspeitos, a França — e o mundo — pode nunca mais ver as joias, segundo especialistas
O dia em que a Mona Lisa desapareceu: o crime que consolidou a pintura de Da Vinci como ícone mundial da arte
O desaparecimento da Mona Lisa em 1911 mudou para sempre o destino da obra de Leonardo da Vinci. Entenda como o roubo no Louvre fez do quadro o símbolo mais famoso da arte mundial
Como é o charmoso vilarejo italiano que fica perto de Florença e promete pagar metade do aluguel para você morar lá
Com pouco menos de mil habitantes, Radicondoli, na Toscana, oferece subsídios para compra de imóveis, aluguel e até abertura de negócios
Além do fundador da Binance, confira outros 3 perdões de Donald Trump
Mais de 1500 pessoas já foram perdoadas por Donald Trump, apenas em 2025. Relembre alguns dos casos mais icônicos
O crime perfeito que não aconteceu: pintura de Picasso é encontrada e polícia revela o motivo do misterioso desaparecimento
A pintura de Picasso deveria estar em exibição desde 9 de outubro, mas, dez dias depois, foi oficialmente dada como desaparecida. Mas o que aconteceu, na realidade?
É por causa de 30 centavos? O plano da Amazon para substituir 600 mil funcionários por robôs
A gigante fundada por Jeff Bezos tem planos ambiciosos para o futuro do trabalho, automatizando as operações e reduzindo custos