🔴 DIVIDENDOS DE ATÉ 13% COM ESTE FUNDO IMOBILIÁRIO – VEJA QUAL

Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
ATTENZIONE, PICKPOCKET!

Cuidado, o payroll vem aí! Por que os investidores estão torcendo por mais desemprego nos EUA — e você também deveria

O principal relatório do mercado de trabalho norte-americano será divulgado em um momento de disparada dos juros dos Treasurys e quando o Fed sinaliza que a taxa básica ficará elevada por mais tempo; saiba como tudo isso mexe com o seu dia a dia

Carolina Gama
6 de outubro de 2023
6:25 - atualizado às 8:04
federal reserve bola de cristal
Imagem: Montagem Andrei Morais/Shutterstock

A italiana Monica Poli ficou famosa mundialmente por fazer vídeos nas ruas de Veneza avisando turistas sobre roubos com a célebre frase: “attenzione, pickpocket”. Se a vereadora estivesse circulando pelo mercado financeiro agora, ela também faria o mesmo alerta aos investidores — só que, neste caso, o batedor de carteira é outro: o dado de emprego dos EUA. 

O chamado payroll referente ao mês de setembro será divulgado na manhã desta sexta-feira (6) e o mercado global está em estado de alerta — ainda mais depois que a disparada dos juros projetados pelos Treasurys de dez anos deixou todo mundo um pouco mais pobre. 

Na terça-feira (3), os investidores globais ficaram de cabelo em pé com o aumento súbito dos yields (rendimentos) dos títulos de dívida do governo norte-americano com vencimento em dez anos, que atingiram o maior nível em 16 anos. 

Na ocasião, os juros projetados por esses papéis atingiram 4,804% — o patamar mais elevado desde agosto de 2007, quando a crise do subprime, como ficou conhecido o colapso do setor imobiliário dos EUA, já dava as caras. Explicamos tudo sobre essa disparada em uma matéria especial

E é aí que mora o perigo: os Treasurys de dez anos são considerados uma referência para o mercado global. Os yields desses papéis definem basicamente todas as taxas cobradas no mundo — de financiamento de imóveis a empréstimos bancários e até mesmo o quanto o investidor brasileiro vai receber ao comprar um título de dívida por aqui. 

Isso quer dizer que se os juros dos Treasurys disparam, a casa, o carro e outros bens que qualquer pessoa possua — e isso inclui você, leitor do Seu Dinheiro — vai valer menos. 

“A disparada dos yields está aumentando os custos dos empréstimos em toda a economia, com o ritmo de alta reavivando rumores de que um potencial estresse financeiro surgirá em algum momento”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING. 

No episódio especial do podcast Touros e Ursos de comemoração de cinco anos do Seu Dinheiro, Felipe Miranda, CEO da Empiricus, explica a dinâmica do mercado de dívida norte-americano neste momento. 

Mas o que o payroll tem a ver com isso?

Tudo. Se o payroll mostrar que o mercado de trabalho continua aquecido, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá realizar aumentos adicionais da taxa básica para aliviar a pressão ascendente sobre a inflação. 

E essa não é apenas uma hipótese. Recentemente, dirigentes do Fed sugeriram que os juros devem permanecer mais altos por mais tempo do que o esperado e que a chance de um novo aperto monetário ainda este ano se mantém sobre a mesa. 

O Fed vem elevando os juros de curto prazo há um ano e meio. Esses aumentos visam combater a inflação ao desacelerar a economia — e acabam impulsionando os yields dos títulos de dívida de longo prazo. 

Em outras palavras, os investidores estão torcendo por mais desemprego na maior economia do planeta. E não é por “maldade”. A torcida do mercado é pelo chamado “soft landing”, ou seja, uma desaceleração lenta da atividade que permita ao Fed moderar a dose dos juros. 

O que esperar dos EUA hoje

Não é à toa que os investidores em todo o mundo esperam que o relatório de empregos nos EUA de sexta-feira traga mais clareza sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.

Na quinta-feira (5), a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego no país deram uma apimentada nas expectativas. Os pedidos iniciais de subsídio ao desemprego totalizaram 207 mil na semana encerrada em 30 de setembro, apenas 2 mil acima do período anterior e abaixo da estimativa da Dow Jones de 210 mil.

No dia anterior, o relatório de emprego da ADP mostrou um quadro diferente dos dados de pedidos de auxílio-desemprego divulgados hoje. A empresa disse que o crescimento do emprego no setor privado norte-americano desacelerou significativamente em setembro, com apenas 89 mil vagas criadas, abaixo das 180 mil em agosto e muito aquém das estimativas.

Para esta sexta-feira, economistas consultados pela Dow Jones projetam que a economia dos EUA gerou 170 mil empregos em setembro — uma ligeira queda em relação à abertura de 187 mil postos de trabalho em agosto no país.

Compartilhe

O FUTURO DOS JUROS

Por que o dado negativo de emprego nos EUA anima os mercados e pode fazer você ganhar dinheiro na bolsa

3 de maio de 2024 - 13:22

A economia norte-americana abriu menos vagas do que o esperado em abril e a taxa de desemprego subiu no período — isso pode ser uma boa notícia para os investidores; descubra as razões

TEMPOS DE ELEIÇÃO

Paciência no limite? Biden solta o verbo e não perdoa nem mesmo um grande aliado dos EUA

2 de maio de 2024 - 20:00

O presidente norte-americano comparou o aliado à China e à Rússia; saiba o que ele disse e a razão para isso

O CAMINHO É LONGO, HERMANOS

O milagre de Milei será adiado? A Via Sacra da Argentina até o crescimento econômico na visão da OCDE

2 de maio de 2024 - 17:03

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, no relatório Perspectiva Econômica divulgado nesta quinta-feira (2), que o PIB da Argentina sofrerá contração de 3,3% em 2024

A MENSAGEM TELEGRAFADA DO FED

Os juros não sobem mais nos EUA? A declaração de Powell que animou os investidores — e os dois fatores determinantes para a taxa começar a cair

1 de maio de 2024 - 16:28

Na decisão desta quarta-feira (1), o comitê de política monetária do Fed manteve a taxa de juros inalterada como era amplamente esperado; foi Powell o encarregado de dar os sinais ao mercado

MAR CALMO NÃO FAZ BOM MARINHEIRO

Juros nos EUA não caíram, mas decisão do Fed traz uma mudança importante para o mercado

1 de maio de 2024 - 15:16

Com amplamente esperado, o banco central norte-americano manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas a autoridade monetária marcou uma data para mudar uma das políticas mais importantes em vigor desde a pandemia

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic

30 de abril de 2024 - 8:16

Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução

PRESIDENTE X DEPUTADOS

Novo round de Milei contra o Congresso na Argentina tem proposta para regularizar fortunas, minirreforma trabalhista e corte em isenção de impostos 

29 de abril de 2024 - 16:33

O texto precisou passar por uma série de alterações e terminou com 232 artigos, sendo 112 deles relativos a medidas fiscais

ELEIÇÕES NOS EUA

Nova pesquisa eleitoral liga sinal amarelo para governo de Joe Biden: Donald Trump segue à frente do democrata

28 de abril de 2024 - 16:25

No topo da lista de prioridades do eleitorado norte-americano, estão a proteção à democracia — sendo considerada extremamente importante por 58% dos entrevistados

GUERRA NO LESTE EUROPEU

Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra

28 de abril de 2024 - 13:28

Na semana passada, os Estados Unidos aprovaram um novo pacote bilionário para ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan

ATENÇÃO INTERNACIONAL

O que a queda do lucro da indústria da China pode significar para o mundo neste momento? Exportação de carros elétricos preocupa EUA e Europa

27 de abril de 2024 - 11:36

No acumulado do trimestre, o lucro cresceu 4,3%, para US$ 208 bilhões, o que representa uma desaceleração em relação à recuperação após a pior fase da pandemia de covid-19

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar