Brasil na guerra entre Israel e Hamas: o pedido que o governo brasileiro fez após condenar ataque terrorista
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, representou o país em uma cúpula convocada pelo Egito para discutir a guerra
O Brasil fez neste sábado (21) um novo apelo por um cessar-fogo no conflito entre Hamas e Israel, que completa 15 dias hoje. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, representou o país em uma cúpula convocada pelo Egito para discutir a guerra no Oriente Médio.
"A missão que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva [PT] me confiou, quando me instruiu a representá-lo nesta reunião, foi inequívoca: somar a voz do Brasil à de todos aqueles que apelam pela calma, pela contenção e pela paz na região", declarou ele.
Vieira reforçou a condenação já feita por Lula aos atos terroristas praticados pelo Hamas em 7 de outubro e que deram início ao atual conflito. "Brasileiros estão entre as vítimas, três compatriotas foram assassinados em Israel."
O país recebeu hoje o sétimo voo da Força Área Brasileira (FAB) com repatriados de Israel, mas o governo ainda tenta encontrar formas de resgatar cidadãos em Gaza. "A trágica situação em curso na Faixa de Gaza é de máxima preocupação. Enquanto sempre haverá aqueles que estão dispostos a atirar gasolina no fogo, o Brasil conclamará em favor do diálogo", afirmou o ministro.
Esforços diplomáticos
O Brasil teve resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) rejeitada nesta semana, mas nem por isso desistiu de colaborar efetivamente para reduzir a escalada do conflito entre Israel e o Hamas.
O ministro abordou hoje o réves na ONU: "Os muitos votos favoráveis - de 12 dos 15 membros - evidenciam o amplo apoio político em favor de uma ação rápida por parte do Conselho. Acreditamos que essa visão é compartilhada pela comunidade internacional em geral."
O Egito convidou o Brasil para participar do encontro com outros países para discutir a escalada da violência no Oriente Médio.
"Ao longo das últimas décadas, temos testemunhado um conflito sem vencedores, que se arrasta no tempo. E um conflito no qual a população civil continua a ser a principal vítima da falta de diálogo e de um ressentimento crescente", destacou Vieira.
Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de uma cirurgia no quadril, o chefe do Itamaraty foi escalado para a cúpula. Além do Brasil, participam do encontro Jordânia, Catar e Turquia e representantes da China, Rússia, Reino Unido, União Europeia e ONU.
Ajuda humanitária à Faixa de Gaza
O 15º dia da guerra entre Israel e o Hamas começou com uma boa notícia para a população afetada pelo conflito e o cerco à Faixa de Gaza: cerca de 20 caminhões com mantimentos e remédios atravessaram a passagem de Rafah, entre o Egito e o território.
Os veículos que cruzaram a fronteira — que é a única saída de Gaza por terra não controlada por Israel, e sim pelo Egito — fazem parte de uma frota de cerca de 200 caminhões que carregam mais de quatro mil toneladas de itens como mantimentos, água, remédios e equipamentos médicos.
O governo federal do Brasil, por exemplo, enviou na última quarta-feira (18) uma aeronave com doações que incluem purificadores de água portáteis e kits médicos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os caminhões que conseguiram transpor a passagem de Rafah transportam medicamentos e suprimentos para 1.200 pessoas e bolsas portáteis para estabilização no local de até 235 pessoas feridas.
A frota leva também "medicamentos e tratamentos para doenças crônicas para 1.500 pessoas e medicamentos essenciais básicos e suprimentos de saúde para 300 mil pessoas durante três meses", diz o comunicado publicado na conta oficial da OMS no Twitter.
A Organização destacou que trabalha com autoridades egípcias e o Crescente Vermelho da Palestina para certificar-se que os suprimentos serão entregues aos hospitais e outras instalações de saúde na região.
"Estes fornecimentos são uma tábua de salvação para pessoas gravemente feridas ou que lutam contra doenças crônicas e que suportaram duas semanas angustiantes de acesso limitado a cuidados de saúde e grave escassez de medicamentos e material médico", diz a instituição.
Mas o comunicado também alerta que os itens liberados hoje "mal começarão" a suprir às crescentes necessidades de saúde, à medida em que o confronto segue evoluindo na região.
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