SLC Agrícola (SLCE3) mira biocombustíveis e startups para crescer, mas sem deixar de engordar a conta dos acionistas com dividendos
Uma das pioneiras do agronegócio na B3, a SLC produz em 23 fazendas e segue plano de expansão, afirmou ao Seu Dinheiro Aurélio Pavinato, CEO da companhia; ação chegou a subir mais de 900% no melhor momento desde o IPO

O sonho de muita gente é virar dono de fazenda, de preferência daquelas que garantam uma boa renda com cultivo de grãos ou criação de gado. O que nem todos sabem é que é possível realizar esse projeto investindo diretamente em empresas do setor do agronegócio na B3, como a SLC Agrícola (SLCE3).
Aliás, quem comprou ações da produtora de grãos na abertura de capital da companhia, em 2007, fez um ótimo negócio. De lá para cá, os papéis da companhia se valorizaram mais de 900% na bolsa.
Uma das pioneiras do agronegócio na B3, a SLC se tornou no ano passado a primeira empresa do setor a integrar o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, frequentado por gigantes como a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4).
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
Para chegar lá, a companhia — que tem a família Logemann e a gestora britânica Odey Asset Management entre os principais acionistas — apostou na produção e cultivo de milho, soja e algodão, além da comercialização de sementes e criação de gado.
Hoje, são 23 fazendas em sete estados brasileiros, todas na região do Cerrado, 2/3 em uso por arrendamento e outro 1/3 de propriedade da empresa. No total, a SLC tem 675,4 mil hectares de área plantada — um aumento de 45% entre as safras de 2021 e 2022.
Se depender dos planos da companhia, o crescimento não para por aí. "Vamos continuar arrendando áreas maduras e, eventualmente, comprar outras áreas para expandir nossa produção via crescimento orgânico", resume Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola, em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro.
Leia Também
Após fala de CEO, Magazine Luiza (MGLU3) faz esclarecimento sobre as projeções de faturamento para 2025
Além dos negócios em que já atua, a companhia monitora outros segmentos e oportunidades.
"Temos olhado bastante os negócios de frutas e biocombustíveis, são duas frentes que temos estudado, assim como investimentos em startups", afirma.
Além de compreender como a tecnologia pode chegar ao campo — seja pela conectividade entre fazendas ou para o monitoramento de pragas e doenças nas lavouras — a SLC busca oportunidades capazes de gerar não necessariamente um retorno financeiro imediato, mas uma abertura oportuna em determinados negócios.
Um bom exemplo disso está na startup Sensix, uma "agrotech" de Minas Gerais, que levantou R$ 4,9 milhões há poucas semanas via crowdfunding e atraiu investidores como a gestora de venture capital DOMO Invest e a própria SLC.
A proposta da Sensix, agora avaliada em R$ 30 milhões, é usar tecnologia para monitoramento agrícola, o que inclui mapeamento de fertilidade de solo, existência de plantas daninhas e o uso de imagens geradas via satélite ou drones para acompanhamento das lavouras, para citar algumas atividades.
VEJA TAMBÉM – 10 anos de Nubank: fintech volta a deixar BB, Bradesco e Santander para trás, o que esperar daqui para a frente?
"Temos um time focado em trazer melhorias para o nosso negócio e por isso criamos um centro de inteligência agrícola. Um outro time olha para esses novos projetos que surgem no mercado. Fizemos aportes pequenos e nossa intenção não é ganhar muito dinheiro, mas queremos estar inseridos nesse cenário e trazer inovação para o nosso próprio negócio", diz Pavinato.
Outros movimentos mais recentes
Enquanto mira novos campos, a SLC também expande as fronteiras. A companhia anunciou a chegada ao mercado de sementes em Mato Grosso em março deste ano — nada menos que o maior produtor de grãos do Brasil.
Para marcar espaço num território tão importante para o mercado, a SLC Sementes fechou uma parceria com a Kothe Agro para o beneficiamento e armazenagem de sementes de soja, sendo cliente exclusiva do espaço por pelo menos 15 anos.
De acordo com a companhia, a capacidade inicial do novo negócio é de 1 milhão de sacas de 200 mil sementes de soja, enquanto seus concorrentes chegam a produzir 3 milhões por ano.
Também no início deste ano, a SLC anunciou a compra de 12,4 mil hectares de terra em São Desidério, na Bahia, por R$ 470 milhões. A aquisição foi feita por uma subsidiária da companhia, a Fazenda Paysandu — que arrendava as terras até então.
Na época, a empresa informou que, do valor total do negócio, R$ 55,1 milhões serão utilizados para benfeitorias no local. Assim, o preço por hectare agricultável é de R$ 33,2 milhões.
Se você gosta de bons dividendos, é bom olhar para a SLC Agrícola (SLCE3)
Quem gosta de receber bons dividendos, deveria ter a SLC no radar. No ano passado, ela anunciou a distribuição de R$ 535 milhões aos acionistas, referentes aos resultados de 2022 — a maior cifra já distribuída pela companhia.
O total corresponde a 50% dos lucros registrados pela SLC no período, algo que Pavinato pretende manter daqui para a frente.
"Nossa estratégia é manter esse mesmo nível de pagamento de dividendos, distribuindo 50% do lucro, além de oferecer o programa de recompra de ações", afirma o CEO.

Ele se refere ao programa aprovado há duas semanas, que prevê a recompra de até 5 milhões de ações num prazo de 18 meses.
"Acreditamos que as ações estão sub precificadas, então vimos uma outra forma de gerar valor ao acionista por meio da recompra e cancelamento dos papéis", explica o executivo.
Em 2022, a SLC teve um lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, alta de 18,1% na comparação com o ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, a empresa viu esse mesmo indicador cair 27,9% em relação ao mesmo período de 2022, somando R$ 575 milhões.
Segundo a empresa, o número reflete um volume menor no faturamento de algodão, que teve menor produtividade e também qualidade, algo compensado apenas parcialmente pelos resultados obtidos com a soja e o milho.
Comprar ou não comprar?
Após a divulgação do balanço referente ao 1T23, os analistas do BTG Pactual informaram, em relatório, que os dados da companhia são sólidos e ainda não refletem todo o seu poder de geração de lucro.
O grande calcanhar de Aquiles da SLC é a cotação das commodities agrícolas. Mas na avaliação do banco, ainda que as perspectivas para os preços não sejam as melhores e os valores caiam consideravelmente, a ação da SLC ainda seria negociada a 5,3 vezes o múltiplo EV/EBITDA, com um dividend yield de 8% — esse número faz a relação entre o dividendo pago e o preço das ações.
O BTG tem recomendação de compra para SLCE3, com preço-alvo de R$ 59,00 para os próximos 12 meses — potencial de valorização de 68,2% se considerado o fechamento de segunda-feira (29).
Apesar do forte desempenho desde o IPO, as ações da SLC deram uma derrapada neste ano, com uma queda acumulada de 13,95%. Mas para Felipe Miranda, estrategista-chefe e co-fundador da Empiricus, esta representa uma oportunidade de entrada para quem quer virar “fazendeiro” na bolsa.
“SLC é um dos maiores players agrícolas do mercado. Se essa ‘história’ derreter ainda mais na Bolsa, vai dar um belo buy opportunity. Seria a chance de se ter na carteira um case ultra-high quality do setor por um preço bem barato", disse durante um podcast da casa.

Mas nem todos concordam com essa análise. A XP, por exemplo, acabou de rebaixar a recomendação para as ações da SLC de compra para neutro.
"Embora ainda vejamos a empresa negociando com um valuation descontado, acreditamos que uma perspectiva de commodities mais pessimista desencadeará uma revisão de lucros para a companhia (temos EBITDA ajustado 5% e 18% abaixo do consenso para 2023E e 2024E, respectivamente) e, portanto, deve continuar pesando no desempenho das ações", escreveu a equipe da XP.
Ainda assim, a maioria dos analistas está otimista com a companhia. De acordo com dados compilados pela plataforma TradeMap, das oito recomendações para os papéis da SLC, seis são de compra, uma é de manutenção e a outra é de venda.
Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança
Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras
Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil
Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional
CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte
A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões
Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são
Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro
Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança
Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais
Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel
Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira
Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?
Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno
Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB
Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária
Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo
Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam
De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira
Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores
A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares
Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA
A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança
WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA
O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros
Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%
Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo
Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”
Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado
Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes
Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação
Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?
A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre
Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual
O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos
Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?
A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?
Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3
Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.