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São Paulo lidera lista das melhores cidades para empreender no Brasil — mas não em todos os quesitos

Prédios em São Paulo

A cidade de São Paulo, além de ser o maior centro financeiro e a região mais rica do país, conquistou uma nova liderança: a melhor localidade para abrir um negócio no Brasil, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), divulgado nesta semana.

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O levantamento é realizado anualmente pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) do governo, com apoio da Endeavor, a partir de sete fatores — como educação e salários — e conta com a avaliação dos 101 municípios mais populosos do país desde 2014. Neste ano, além de São Paulo, o pódio é ocupado pelas cidades de Florianópolis (SC) e Joinville (SC).

Brasília (DF), Niterói (RJ), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Macapá (AP) e Goiânia (GO) também estão entre as melhores cidades para empreender no país.

Mas, quando o quesito é o capital humano — ou seja, qualidade da mão de obra —, a capital paulista cai mais de 50 posições (52º lugar), mas não é a única — entre as melhores cidades, apenas Florianópolis (SC) mantém-se no top 10 do levantamento.

Além de capital humano, o ICE avalia as condições de ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação e cultura empreendedora. A cidade de São Paulo tem boas colocações no ambiente regulatório (7º), Infraestrutura (7º); acesso a capital (1º) e inovação (5º).

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Quesito humano: por que São Paulo está fora da liderança?

O capital humano é um dos sete fatores analisados pela pesquisa para fazer o ranking geral. Segundo Arnaldo Mauerberg Junior, um dos pesquisadores que elaboraram o ICE, trata-se de uma forma de mensurar a qualidade da mão de obra numa cidade, a partir de indicadores na área de educação básica e fundamental, superior e níveis de mercado de trabalho.

Entre esses indicadores, estão:

Segundo o pesquisador, o último indicador tem um efeito inverso no ICE, porque, quanto maior o salário dos dirigentes, menor é o incentivo para a pessoa empreender no município — sendo este um dos motivos que penalizam a cidade de São Paulo no quesito de capital humano.

"Um dos grandes avanços que a análise econômica passou nas últimas décadas foi o reconhecimento da importância do capital humano para o desenvolvimento econômico", destacou Luciano Rossini, consultor que também participou da organização da pesquisa. Nesse aspecto, Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Santa Maria (RS) são diferenciadas, tanto pelo acesso de qualidade à mão de obra básica quanto especializada.

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Impactos do capital humano no empreendedorismo

De acordo com o ICE de 2023, os estudos mostram que a maior abundância de capital humano nas cidades pode impactar positivamente o empreendedorismo, de três formas:

1) aumentando a chance de êxito nas empresas, pois é mais provável que o empreendedor seja mais capacitado na gestão do negócio;

2) alocando recursos e coordenando atividades de forma mais eficiente;

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3) ampliando as redes de relações sociais que se organizam no desenvolvimento do empreendedorismo.

O maior nível de educação formal nas cidades e a presença de escolas de negócios estão positivamente atrelados à criação de empreendimentos de maior crescimento. As cidades que conseguem ter maior porcentual de adultos com curso superior apresentam maiores taxas de empreendimentos inovadores.

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Os três lugares para empreender que avançaram no ranking

Brasília (DF), Boa Vista (RR) e Aparecida de Goiânia (GO) foram as que mais subiram posições no ranking das melhores cidades para empreender. Brasília saiu de 69º para 4º lugar; Boa Vista, de 47º para 6º; e Aparecida de Goiânia, de 65º para 35º em 2023.

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No caso de Brasília, a subida no ranking geral se deve, principalmente, às melhorias no ambiente regulatório, como a redução da alíquota interna do ICMS, e à simplificação burocrática (redução de tempo gasto com processos).

Aparecida de Goiânia (GO) foi a cidade do interior com maior ascensão no ICE de 2023. A cidade registrou redução no tempo de tramitação de processos e na taxa de congestionamento em tribunais, ampliação da simplicidade tributária e maior interesse da população no empreendedorismo.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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