Inflação da ganância: como o ‘lucro em excesso’ das grandes empresas pode ter pesado nos índices de preços no pós-pandemia
Empresas com poder de mercado (temporário) parecem ter sido capazes de proteger suas margens ou até colher ‘lucros em excesso’ praticando preços mais altos do que seria socialmente e economicamente benéfico, diz estudo britânico que incluiu empresas brasileiras
Uma "dica de bolso" clássica para se proteger da inflação ao investir na bolsa é apostar nas "empresas que fazem a inflação", isto é, as grandes companhias, com elevado poder de mercado e cujos produtos e serviços têm grande peso nos índices de preços. Assim, elas conseguem repassar o aumento dos seus custos com facilidade aos consumidores.
Mas segundo um estudo de um think tank britânico, as grandes empresas de energia, commodities e produção de alimentos podem ter exagerado no repasse de custos aos seus preços no pós-pandemia a fim de preservar suas margens, e com isso acabaram levando a inflação no mundo a escalar e persistir mais do que deveria.
Para o Institute For Public Policy Research and Common Wealth, essas grandes companhias fizeram a inflação "ter um pico mais elevado e ficar mais persistente" em 2022, com um repasse maior que o necessário da sua alta de custos ao consumidor.
"Nós argumentamos que o poder de mercado de algumas companhias e em alguns setores – incluindo o poder de mercado temporário que emergiu após a pandemia – amplificou a inflação", diz o estudo.
Estudo incluiu empresas brasileiras
Os autores analisaram relatórios financeiros de 1.350 companhias listadas no Reino Unido, nos Estados Unidos, na Alemanha, no Brasil e na África do Sul e concluíram que os lucros nominais dessas empresas foram, em média, 30% mais altos no fim de 2022 do que no fim de 2019.
Isso não necessariamente significa que as margens de lucro aumentaram no geral, mas significa que os preços mais altos foram suportados pelos consumidores, dizem os autores.
Leia Também
"Empresas com poder de mercado (temporário) parecem ter sido capazes de proteger suas margens ou até colher 'lucros em excesso' praticando preços mais altos do que seria socialmente e economicamente benéfico", diz o estudo.
O relatório frisa que os lucros corporativos não foram o único motor da inflação e não causaram o choque no mercado de energia que se seguiu à invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022.
No entanto, os autores defendem que o chamado "poder de mercado" não foi suficientemente abordado no debate público sobre as causas da inflação, especialmente quando comparado com a discussão sobre o impacto do mercado de trabalho e o aumento dos salários, que teriam recebido muito mais destaque.
"Num cenário de choque de energia, se os custos fossem igualmente partilhados entre os assalariados e os sócios das empresas, o esperado seria uma queda da taxa de retorno, uma vez que as companhias não repassam totalmente os custos para seus preços, e os salários não acompanham totalmente a inflação. Mas não foi isso que aconteceu. Uma taxa de retorno estável, como a vista no Reino Unido, sugere poder de precificação por parte das empresas, o que permitiu que elas aumentassem preços para proteger suas margens", diz o estudo.
PODCAST TOUROS E URSOS: CAMPOS NETO FECHA A CONTA DE 2023 COM CORTE NA SELIC. QUEM GANHA E QUEM PERDE COM OS JUROS MAIS BAIXOS?
Em outras palavras, num cenário de pressão inflacionária atípica, empresas e consumidores partilham o impacto do aumento dos custos, de forma que nem os negócios nem as famílias suportem, sozinhos, a inflação, o que ocasiona uma queda nas taxas de retorno das empresas.
No entanto, de acordo com o estudo, a preservação das taxas de retorno das companhias com grande poder de mercado em 2022 (e consequentemente, com grande poder de formação de preço) demonstra que elas foram capazes de preservar totalmente suas margens, repassando todo o aumento de custos e, consequentemente, a pressão inflacionária a seus consumidores.
Entre as companhias que o estudo identifica como tendo sido capazes de auferir lucros que "ultrapassaram de longe" a inflação estão as grandes petroleiras Shell e Exxon Mobil, a mineradora Glencore e a empresa de alimentos processados Kraft Heinz.
- Leia também: Milei toma posse e vai precisar de ainda mais que um “Plano Real” para salvar a economia em frangalhos da Argentina
Inflação pós-pandemia teve múltiplas causas, mas 'greedflation' seria a menos debatida
A inflação no mundo começou a escalar em meados de 2020 em razão dos efeitos da pandemia, como os estímulos econômicos e monetários dos governos, a quebra nas cadeias de produção globais e as dificuldades na produção de alimentos em razão das medidas de restrição contra o coronavírus e, mais recentemente, a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Mas o impacto do que foi apelidado de "greedflation" (algo como inflação motivada por ganância), fenômeno apontado pelo estudo britânico, tem sido alvo de disputa no debate público.
Alguns analistas e mesmo autoridades, como a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, já citaram a questão como um potencial fator que contribui para a inflação.
As empresas, no entanto, negam, e um texto publicado em um blog pelos economistas do Banco da Inglaterra (BoE), o banco central do país, em novembro, diz que eles não encontraram evidências de um aumento geral nos lucros das empresas do país, onde eles dizem que os preços subiram junto com os salários e outros custos de produção, o que também teria ocorrido na zona do euro.
"No entanto, companhias nos setores de óleo e gás e mineração contrariaram a tendência, e há muita variação dentro de setores também – algumas empresas têm sido muito mais lucrativas que outras", escreveram os economistas.
*Com informações da CNBC
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
Quina desencanta e faz 19 milionários de uma vez só, mas um deles vai ficar bem mais rico que os outros
Depois de acumular por 14 sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio das loterias sorteadas pela Caixa na noite de sábado, 1º de novembro
Lotofácil entra em novembro com o pé direito a faz um novo milionário no Nordeste
Ganhador ou ganhadora Lotofácil 3528 poderá sacar o prêmio a partir de amanhã, quando vai mudar o horário dos sorteios das loterias da Caixa
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Aos 28 anos, Pedro Franceschi é o único bilionário brasileiro abaixo dos 30 que construiu sua fortuna do zero — e transformou linhas de código em um império avaliado em bilhões
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Premiação histórica da Mega da Virada 2025 é estimada inicialmente em R$ 850 milhões, mas pode se aproximar de R$ 1 bilhão com mudanças nas regras e aumento na arrecadação