Dólar pode cair mais e renda fixa deve ganhar espaço com fim da “bolha” do juro zero, diz André Esteves, do BTG Pactual
Diferencial de juros favorece o real contra o dólar, segundo o banqueiro do BTG, que defende redução mais rápida da Selic em agosto
Mesmo depois da forte queda nas últimas semanas, o dólar tem espaço para cair mais frente ao real, ainda que em doses menores agora. A visão é de André Esteves, sócio sênior e presidente do conselho de administração do BTG Pactual (BPAC11).
"Pode ser que o ganho de capital seja limitado, mas ainda vejo valor intrínseco no real", disse Esteves durante a abertura do BTG Talks, evento sobre investimentos promovido pelo banco.
Para o banqueiro, o diferencial entre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos deve seguir atraindo dólares para o país. E isso deve acontecer mesmo com o provável início do ciclo de corte da taxa básica de juros (Selic) em agosto.
Esteves também avalia que o dólar deve ficar mais fraco no exterior, o que ajuda a reduzir a pressão sobre o câmbio por aqui.
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Selic deveria cair mais rápido
O sócio do BTG defendeu que o Banco Central inicie o corte de juros no Brasil de forma mais agressiva do que as sinalizações da autoridade monetária. "Como a taxa está muito alta, eu prefiro começar 0,50 ponto, mas essa é uma escolha do BC."
Esteves também espera que os próximos dados da atividade econômica, como crédito, produção industrial e vendas no varejo, mostrem uma desaceleração maior da economia.
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Desse modo, haveria espaço para o BC cortar ainda mais os juros do que o mercado atualmente projeta. E isso pode representar uma boa oportunidade para o investidor em títulos prefixados ou atrelados à inflação.
O banqueiro destacou em particular as debêntures de infraestrutura de nomes de primeira linha, que contam com isenção de imposto de renda.
"São boas opções em qualquer portfólio, inclusive no meu", afirmou.
Renda fixa ganha com o fim da "bolha" do juro zero
Esteves enfatizou bastante as oportunidades na renda fixa, que passou a última década praticamente esquecida dos portfólios dos investidores em todo o mundo.
O que provocou o fenômeno foi o cenário de juro real zero ou negativo na maior parte das economias. Esse movimento, combinado com os estímulos fiscais sem precedentes dos governos, ajudou a formar uma bolha no mercado, de acordo com o sócio do BTG.
"Com o juro tão barato qualquer business plan [plano de negócios] parava de pé."
Agora, com a tendência de que as taxas fiquem em patamares mais altos, a renda fixa deve ganhar participação nos portfólios dos investidores. "Com os juros a 6% na Inglaterra, por exemplo, faz sentido ter um bond [título de renda fixa] em libras", disse Esteves.
Apesar da preferência pela renda fixa, ele entende que o início do processo de queda da Selic também favorece a bolsa. "O Brasil tem grandes empresas que vão navegar em cenários adversos entregando resultados positivos."
"Cacofonia econômica"
O sócio do BTG fez ainda uma espécie de balanço dos primeiros seis meses de governo Lula. Na avaliação de Esteves, a transição de governo acabou sendo mais abrupta porque o presidente se mostrou mais à esquerda do que o esperado, principalmente nos discursos.
"Vivemos um período de cacofonia econômica, com políticas que não estavam muito claras." A consequência disso foi a volatilidade nos mercados nos primeiros três meses do ano.
Mas depois desse período de adaptação, a situação foi se acomodando, principalmente após o anúncio do novo arcabouço fiscal. "Ainda que não nos garanta estabilidade eterna, o projeto prevê uma trajetória razoável da dívida", disse Esteves.
Após a aprovação do arcabouço, o banqueiro defendeu que o país avance na agenda microeconômica, em busca de um aumento da produtividade. Ele elogiou o projeto da reforma tributária, mas alerta para o risco de o texto sair o oposto da intenção do governo, de simplificar o sistema de pagamento de impostos no país.
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