Vale a pena manter um site em pleno 2023? Sim! E as empresas que vivem do “www” ainda são uma boa opção de investimento em tecnologia
Talvez você discorde de mim, mas eu ainda vejo valor no “www” e nas empresas que vivem da criação e hospedagem de sites na internet

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Uma pessoa da minha família está começando uma empreitada pessoal rumo ao empreendedorismo; ela está abrindo uma clínica de beleza.
Como eu sei que tecnologia não é o forte dela, eu me ofereci para criar um site para ela.
O que eu não esperava, foi a resposta: Um site? Mas em que ano você está? Em 2003? Eu faço todo o meu marketing e agendamentos pelo Instagram.
"Ok, tudo bem" eu disse, obviamente constrangido.
Foi então que eu comecei a pensar realmente sério sobre o que significa ter um site hoje e a implicação disso para uma série de empresas de tecnologia listadas que vivem disso, como a Squarespace, a Wix e a GoDaddy. Aliás, as três contam com BDRs negociados aqui na B3.
Leia Também
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”
Talvez você discorde de mim, mas eu ainda vejo valor no "www".
O que fazem exatamente essas empresas?
Pode não parecer grande coisa em tempos de ChatGPT, mas empresas como a Squarespace e a Wix trabalham com templates padronizados para criação de sites.
No passado, elas vendiam a ideia de que tudo o que você precisava para criar um site personalizado era arrastar algumas caixinhas.
"Hoje eu vou te mostrar como eu criei meu site incrível usando o Wix", diziam todos os anúncios do YouTube antes dos meus vídeos de melhores momentos dos jogos do fim de semana.
Esse modelo de arrastar caixinhas ficou conhecido como "no code", ou seja, ferramentas de criação na internet para pessoas que não sabem programar.
Hoje, dizer que elas arrastam caixinhas é até um pouco ofensivo.
Ao fazer login no Wix ou na Squarespace, você vai responder a duas ou três perguntas e tcharam: eles vão criar o site para você e você fará apenas pequenos ajustes.
Obviamente, esse serviço tem seu público, e não são programadores ou outros profissionais de tecnologia.
São, principalmente, pequenos empreendedores: contadores, advogados, comerciantes dos mais variados setores, prestadores de serviços e outros.
Como um site faz essas empresas ganharem dinheiro
E a monetização desses serviços é, pasme, até que bastante interessante.
Primeiro, é comum que você compre um domínio (no Wix, por exemplo, seu primeiro domínio é "www.qualquercoisa.wix"). Ao fazer o upgrade, o ".wix" desaparece.
Daí em diante, tudo o que eles vendem é comodidade a um preço acessível: por mais alguns poucos dólares por mês, você pode adicionar frente de loja se o seu site tiver um e-commerce; pode adicionar uma agenda integrada com seu Gmail para que seus clientes marquem diretamente horários com você, sem a intermediação de um atendente e por aí vai.
Não raro, um cliente que sobrevive acaba pagando uma fatura bem interessante a esses serviços, especialmente quando há transações ocorrendo diretamente no site.
A dificuldade está em construir uma base de clientes grande: sabemos que a taxa de mortalidade é altíssima entre os pequenos negócios.
Juntas, Squarespace, GoDaddy e Wix somam US$ 21 bilhões em valor de mercado e mais de US$ 7 bilhões em receitas anuais.
A pergunta que cabe ao investidor é se esses valores serão maiores ou menores no futuro.
Notícias estranhas
No último dia 15 de junho, a Squarespace anunciou a aquisição do Google Domains, mais um dos tantos serviços em que o Google parecia fadado a dominar totalmente o mercado, porém não obteve sucesso.
Há duas maneiras de ler essa notícia, a otimista e a pessimista.
Os otimistas dirão que o Google falhou e ponto. Com menos concorrência, sobra mais espaço para consolidação e rentabilidade.
Os pessimistas dirão que esse é o testemunho de que a indústria do "www" está fadada a um lento declínio, afinal, nenhum dos grandes players se interessa mais por ela.
A resposta, acredito, está entre os dois extremos.
- LEIA TAMBÉM: ChatGPT pode ter chegado ao limite e agora o futuro da inteligência artificial está nas mãos de algo nada tecnológico
Redes sociais x sites
Primeiro, eu ainda acredito haver valor em ter um endereço estável online, que não esteja sujeito às oscilações de tendências da moda.
Quantas pessoas perderam perfis enormes no Facebook quando todos migraram para outras redes sociais? E quanto às inúmeras redes sociais que simplesmente deixaram de existir, como Orkut, MySpace e tantas outras?
Além desse argumento, adiciono o fato objetivo de que diferentes pessoas consomem conteúdos de diferentes maneiras.
O Twitter é um lugar que atrai usuários mais afeitos à leitura e escrita, é um público bem diferente do Instagram, por exemplo.
O Seu Dinheiro tem uma presença grande nas redes sociais, mas mantém o site seudinheiro.com como carro-chefe.
Enfim, não há uma única resposta sobre como criar e crescer uma audiência online. Apesar de não ser oblíquo como nos tempos da bolha.com (onde empresas eram avaliadas com múltiplo do tipo "market cap por page views"), existem motivos sim para você manter um site em 2023.
Existem motivos e oportunidades de investimentos
A internet é uma plataforma madura e por se tratar de uma das suas primeiras aplicações, o mercado de domínios é também saturado.
Ou seja, esse mercado se parece mais com o de óleo e gás, onde empresas investem pela manutenção e paga-se pouco pela sua perpetuidade, do que com empresas de tecnologia onde paga-se antecipadamente por uma longa curva de crescimento.
Na prática, as empresas de domínio estão diante de uma década de busca por eficiência, e não de crescimento.
Isso está refletido no valor de mercado dessas empresas. No gráfico abaixo, veja como o múltiplo "preço sobre vendas" dos players de domínios contraiu desde a pandemia.
Das três empresas que eu mencionei, nenhuma é particularmente lucrativa, pois a sensação que eu tenho é de que apenas agora elas aceitaram a realidade de que precisam focar menos em crescimento, e mais em rentabilidade.
Ou seja, com um valuation interessante e um longo caminho para melhorarem seus perfis de rentabilidade, eu vejo bons argumentos para que, olhando em retrospecto dentro de alguns anos, o setor de domínios seja visto como o "value investing" dentro da tecnologia.
- O mercado de tecnologia está a todo vapor – e essa é a hora ideal para o investidor aproveitar e buscar lucros. Uma empresa do setor é líder de mercado, cresce 20% ao ano e está MUITO barata na bolsa. Essa e + 4 recomendações de BDRs para você comprar agora estão disponíveis gratuitamente neste link aqui.
O que a inteligência artificial vai falar da sua marca? Saiba mais sobre ‘AI Awareness’, a estratégia do Mercado Livre e os ‘bandidos’ das bets
A obsessão por dados permanece, mas parece que, finalmente, os CMOs (chief marketing officer) entenderam que a conversão é um processo muito mais complexo do que é possível medir com links rastreáveis
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)