🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Otimismo exagerado? Inflação nos EUA anima, mas não significa que vem bull market pela frente — entenda o que isso significa para os seus investimentos

Os dados de inflação abaixo do esperado trouxeram sinais de um fim de ciclo de alta de juros nos EUA, mas isso não quer dizer que é hora de deixar a cautela de lado

16 de novembro de 2023
14:45 - atualizado às 12:34
Estátua do touro de Wall Street representando a alta das bolsas de hoje
Estátua de touro em Wall Street, Nova York, simboliza o "bull market" - Imagem: Shutterstock

Há uma semana falávamos nessa CompoundLetter sobre como os dados da economia americana eram preocupantes e como tudo que acontecia lá poderia respingar aqui. 

O texto versava sobre o déficit primário e o aumento das despesas obrigatórias dos EUA e sua cadeia de repercussões.

Os gastos públicos repercutem na inflação e nas taxas de juros locais.

Por sua vez, os dados repercutem nas outras economias, sobretudo as emergentes, uma vez que os juros americanos são o grande benchmark global para qualquer tipo de investimento.

Mas nesta terça-feira, quando os últimos dados de inflação nos EUA foram divulgados, o clima de preocupação mudou.

Isto me leva a crer que talvez a CompoundLetter esteja passando por uma síndrome de The Economist, acostumada a marcar as mudanças em tendências do mercado — involuntariamente, diga-se — com suas capas.

VEJA TAMBÉM: TOUROS E URSOS - A ‘mamata’ do 1% ao mês com renda fixa acabou. E agora?

Expectativa sobre ciclo de alta de juros dos EUA

É fato que os dados de inflação animaram, e muito, o mercado, sobretudo pelo núcleo do  índice de inflação ao consumidor de outubro, que subiu 0,2%, menos que os 0,3% esperados pelo consenso.

Isso já fez com que as apostas do mercado para os juros americanos se movessem bastante. 

O que a tabela abaixo mostra é que o mercado agora enxerga manutenção da taxa americana nas próximas três reuniões do Fed e corte nas quatro restantes do ano que vem, fechando 2024 com uma taxa básica entre 4,25% e 4,5%.

Ou seja, o ciclo de alta, para o mercado, já acabou e o ano que vem deve ser de quedas seguidas.

O fim da crise parece já estar contratado.

Um novo humor para novos resultados

O dado da inflação aparentemente já foi suficiente para espantar os medos causados pela alta do PIB americano anualizado no terceiro trimestre de 2023. 

O esperado era 4,7%, mas o aferido foi 4,9%, o que demonstrava uma economia ainda aquecida, podendo causar um efeito inflacionário e segurar os juros no patamar que estavam.

A julgar pela performance das ações, a inflação desacelerando foi capaz de mudar o desânimo dos investidores causado pelo PIB aquecido.

Na terça-feira a bolsa de Nova York subiu 1,77% e a brasileira 2,39%, passando dos 123 mil pontos.

O dólar caiu 0,91% e fechou a R$ 4,84. 

As consequências que esse novo contexto inaugurado na anteontem podem trazer são muito boas para a Bolsa.

A repercussão dos dados dos EUA no Brasil

Com a perspectiva de queda de juros nos EUA, os títulos do tesouro americano perdem aquele poder de sugar a liquidez de todos os ativos.

E pode sobrar bastante fluxo para os ativos de risco, não só lá fora mas também aqui no Brasil. 

Conforme a Aline Cardoso explicou no programa 68, as condições fiscais e econômicas no Brasil já estão dadas para uma queda de juros (arcabouço fiscal, reforma tributária etc) e a consequente melhora do ambiente para ativos de risco — ambos aliás, que já vêm acontecendo. 

A solução do fluxo para a bolsa brasileira, portanto, traz uma perspectiva de alta para as ações por aqui.

Isso significa que é hora de dar all-in e investir tudo na bolsa?

Não. 

Cuidado: cautela à vista sobre economia dos EUA

Veja, “all-in” e “investir” são duas expressões que nunca deveriam estar juntas.

Passada a euforia da terça-feira, vale lembrar que o que tivemos até agora foi apenas um dado favorável.

Um dado relevante e positivo, sim, mas não o quadro todo da economia dos EUA, que ainda vive um risco de recessão após tantos meses de política monetária contracionista.

Além disso, conforme mostramos na semana passada, a economia por lá ainda tem muitos problemas para resolver. 

A moral da história é que sem dúvida as condições para os ativos de risco melhoraram, mas talvez seja cedo demais para decretar o fim da crise e o começo de um novo bull market.

Um abraço,
Renato Santiago

Compartilhe

Ficou no prejuízo?

Comprei um carro com meu namorado, mas terminamos e ele não me pagou a parte dele; o que fazer para não tomar calote?

27 de abril de 2024 - 8:00

Ex-namorado da leitora não pagou a parte dele nem se movimenta para vender o carro; e agora?

SEXTOU COM O RUY

Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas

26 de abril de 2024 - 6:11

Antes que você entenda errado, não sou favorável a uma maior taxação apenas porque isso beneficia as ações das siderúrgicas brasileiras – só que elas estão em uma briga totalmente desigual contra as chinesas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Enduro da bolsa: mercado acelera com início da temporada de balanços do 1T24, mas na neblina à espera do PCE

23 de abril de 2024 - 8:54

Na corrida dos mercados, Usiminas dá a largada na divulgação de resultados. Lá fora, investidores reagem ao balanço da Tesla

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Decisão do Copom em xeque: o que muda para a Selic depois dos últimos acontecimentos?

23 de abril de 2024 - 6:24

O Banco Central do Brasil enfrentará um grande dilema nas próximas semanas

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: A pobreza das ações

22 de abril de 2024 - 20:00

Em uma conversa regada a vinho, dois sujeitos se envolvem em um embate atípico, mas quem está com a razão?

DE REPENTE NO MERCADO

Enquanto o dólar não para de subir… Brasil sobe em ranking internacional e este bilionário indonésio fica 10x mais rico em um ano 

21 de abril de 2024 - 12:00

Veja os destaques da semana na ‘De repente no mercado’

BOMBOU NO SD

Dividendos de Klabin (KLBN11), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4), halving do bitcoin e Campos Neto dá pistas sobre o futuro da Selic — veja tudo o que foi destaque na semana

20 de abril de 2024 - 14:01

A ‘copa do mundo’ das criptomoedas aconteceu de novo. A recompensa dos mineradores por bloco de bitcoin caiu pela metade

Mande sua pergunta!

Meu pai me ajudou a comprar um imóvel; agora ele faleceu, e meu irmão quer uma parte do valor; foi adiantamento de herança?

20 de abril de 2024 - 8:00

O irmão desta leitora está questionando a partilha da herança do pai falecido; ele tem razão?

SEXTOU COM O RUY

A ação que dá show em abril e mostra a importância de evitar histórias com altas expectativas na bolsa

19 de abril de 2024 - 6:07

Ações que embutiam em seus múltiplos elevadas expectativas de melhora macroeconômica e crescimento de lucros decepcionaram e desabaram nos últimos dias, mas há aquela que brilha mesmo em um cenário adverso

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: ChatGPT resiste às tentações de uma linda narrativa?

17 de abril de 2024 - 20:11

Não somos perfeitos em tarefas de raciocínio lógico, mas tudo bem: inventamos a inteligência artificial justamente para cuidar desses problemas mais chatos, não é verdade?

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar