🔴 ATÉ A VALE ESTÁ COMPRANDO VALE3 SAIBA O MOTIVO

Cotações por TradingView

Otimismo exagerado? Inflação nos EUA anima, mas não significa que vem bull market pela frente — entenda o que isso significa para os seus investimentos

Os dados de inflação abaixo do esperado trouxeram sinais de um fim de ciclo de alta de juros nos EUA, mas isso não quer dizer que é hora de deixar a cautela de lado

Renato Santiago
Renato Santiago
16 de novembro de 2023
14:45 - atualizado às 12:34
Estátua do touro de Wall Street representando a alta das bolsas de hoje
Estátua de touro em Wall Street, Nova York, simboliza o "bull market" - Imagem: Shutterstock

Há uma semana falávamos nessa CompoundLetter sobre como os dados da economia americana eram preocupantes e como tudo que acontecia lá poderia respingar aqui. 

O texto versava sobre o déficit primário e o aumento das despesas obrigatórias dos EUA e sua cadeia de repercussões.

Os gastos públicos repercutem na inflação e nas taxas de juros locais.

Por sua vez, os dados repercutem nas outras economias, sobretudo as emergentes, uma vez que os juros americanos são o grande benchmark global para qualquer tipo de investimento.

Mas nesta terça-feira, quando os últimos dados de inflação nos EUA foram divulgados, o clima de preocupação mudou.

Isto me leva a crer que talvez a CompoundLetter esteja passando por uma síndrome de The Economist, acostumada a marcar as mudanças em tendências do mercado — involuntariamente, diga-se — com suas capas.

VEJA TAMBÉM: TOUROS E URSOS - A ‘mamata’ do 1% ao mês com renda fixa acabou. E agora?

Expectativa sobre ciclo de alta de juros dos EUA

É fato que os dados de inflação animaram, e muito, o mercado, sobretudo pelo núcleo do  índice de inflação ao consumidor de outubro, que subiu 0,2%, menos que os 0,3% esperados pelo consenso.

Isso já fez com que as apostas do mercado para os juros americanos se movessem bastante. 

O que a tabela abaixo mostra é que o mercado agora enxerga manutenção da taxa americana nas próximas três reuniões do Fed e corte nas quatro restantes do ano que vem, fechando 2024 com uma taxa básica entre 4,25% e 4,5%.

Ou seja, o ciclo de alta, para o mercado, já acabou e o ano que vem deve ser de quedas seguidas.

O fim da crise parece já estar contratado.

Um novo humor para novos resultados

O dado da inflação aparentemente já foi suficiente para espantar os medos causados pela alta do PIB americano anualizado no terceiro trimestre de 2023. 

O esperado era 4,7%, mas o aferido foi 4,9%, o que demonstrava uma economia ainda aquecida, podendo causar um efeito inflacionário e segurar os juros no patamar que estavam.

A julgar pela performance das ações, a inflação desacelerando foi capaz de mudar o desânimo dos investidores causado pelo PIB aquecido.

Na terça-feira a bolsa de Nova York subiu 1,77% e a brasileira 2,39%, passando dos 123 mil pontos.

O dólar caiu 0,91% e fechou a R$ 4,84. 

As consequências que esse novo contexto inaugurado na anteontem podem trazer são muito boas para a Bolsa.

A repercussão dos dados dos EUA no Brasil

Com a perspectiva de queda de juros nos EUA, os títulos do tesouro americano perdem aquele poder de sugar a liquidez de todos os ativos.

E pode sobrar bastante fluxo para os ativos de risco, não só lá fora mas também aqui no Brasil. 

Conforme a Aline Cardoso explicou no programa 68, as condições fiscais e econômicas no Brasil já estão dadas para uma queda de juros (arcabouço fiscal, reforma tributária etc) e a consequente melhora do ambiente para ativos de risco — ambos aliás, que já vêm acontecendo. 

A solução do fluxo para a bolsa brasileira, portanto, traz uma perspectiva de alta para as ações por aqui.

Isso significa que é hora de dar all-in e investir tudo na bolsa?

Não. 

Cuidado: cautela à vista sobre economia dos EUA

Veja, “all-in” e “investir” são duas expressões que nunca deveriam estar juntas.

Passada a euforia da terça-feira, vale lembrar que o que tivemos até agora foi apenas um dado favorável.

Um dado relevante e positivo, sim, mas não o quadro todo da economia dos EUA, que ainda vive um risco de recessão após tantos meses de política monetária contracionista.

Além disso, conforme mostramos na semana passada, a economia por lá ainda tem muitos problemas para resolver. 

A moral da história é que sem dúvida as condições para os ativos de risco melhoraram, mas talvez seja cedo demais para decretar o fim da crise e o começo de um novo bull market.

Um abraço,
Renato Santiago

Compartilhe

CRYPTO INSIGHTS

O que ‘o fim da Binance’ significa para o mercado cripto

28 de novembro de 2023 - 10:36

Sob o olhar constante dos reguladores norte-americanos, expectativa é de que a Binance fique “pianinho” a partir de agora

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Você prefere arrecadar mais ou ter menos inflação? Entenda a faca de dois gumes que se impõe à economia em tempos de clima extremo

28 de novembro de 2023 - 6:37

Eventos climáticos extremos no Brasil geram preocupações sobre a arrecadação, a inflação e a trajetória da taxa de juros

EXILE ON WALL STREET

Felipe Mirada: Verba volant, scripta manent — o convite para Michel Temer

27 de novembro de 2023 - 20:30

Na quinta-feira, às 19h, numa parceria entre Empiricus e Market Makers, faremos uma conversa com o ex-presidente

DE REPENTE NO MERCADO

Ondas de calor se transformando em dividendos, Ibovespa ‘sonhando’ com os 199 mil pontos e a Argentina de Javier Milei 

26 de novembro de 2023 - 12:00

E mais: uma carteira de FIIs que deixou o IFIX ‘comendo poeira’ e empresa brasileira que pode destravar valor com o novo presidente hermano

Pergunta do leitor

Preciso pagar pensão alimentícia até meu filho atingir que idade? A resposta não é tão exata quanto você gostaria

25 de novembro de 2023 - 8:00

Leitor deseja saber até que idade os filhos têm direito a receber pensão alimentícia; fator não é tão determinante para pagamento quanto se imagina

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Entender de carro não é o mesmo que dirigir bem

22 de novembro de 2023 - 20:01

Para se tornar um bom investidor de ações, é preciso tentar desenvolver dois conjuntos básicos de habilidades

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dilema de Milei: Argentina pode fazer ‘limonada’ com propostas de privatização da YPF, a ‘Petrobras’ do país, mas alianças no Congresso são problema

21 de novembro de 2023 - 6:52

As propostas de privatização de empresas estatais, como a YPF, são notáveis, e sua relação com outros países, especialmente o Brasil, será crucial

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Preparar para a aterrissagem nos EUA — ou seria decolagem nos mercados financeiros?

20 de novembro de 2023 - 20:31

Se você tem um olhar muito local ou está afundado num problema específico, perde a perspectiva histórica

LINHA D'ÁGUA

Como (não) escolhemos os melhores fundos de investimento

20 de novembro de 2023 - 9:14

Conheça seis formas de análise que, apesar de comuns na indústria, ficam distantes de nossas avaliações de fundos – metodologia que você, investidor, também deveria aplicar em sua própria construção de carteira.

Mande sua pergunta!

Estou muito doente, e meu marido se recusa a cuidar de mim. Posso deixá-lo sem herança?

18 de novembro de 2023 - 8:00

Mulher se sente desamparada pelo marido e precisa pagar enfermeiras; é possível deserdá-lo, caso ela venha a falecer antes dele?

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies