🔴 +20 IDEIAS DE ONDE INVESTIR ANTES DE 2024 ACABAR VEJA AQUI

Onda de calor na bolsa: a ação que pode elevar a temperatura da sua carteira e ainda render bons dividendos

Nos níveis atuais, esse ativo ainda negocia por preços muito menores, e com um portfólio ainda mais robusto após aquisições

17 de novembro de 2023
6:13 - atualizado às 10:24
Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

"Você viu que o Juca está no escritório hoje?", disse a colega fofoqueira se aproximando de mim com a garrafa vazia, enquanto eu observava pacientemente a minha encher no bebedouro da firma.

Apenas para contextualizar, Juca é um daqueles defensores ferrenhos do home office e só usa o LinkedIn para postar os benefícios do trabalho à distância. Sua presença no escritório é um evento raro, e pode ser comparada com acontecimentos como a passagem do cometa Halley ou um título do meu XV de Piracicaba – acontece de vez em nunca.

Sem querer desapontar a colega, que claramente estava ansiosa para falar mais sobre o assunto, eu apenas respondi: é mesmo?

"Pois é, Ruy, você acredita? E não foi só hoje, não. Ele veio a semana inteirinha! Você sabe que eu não gosto de fofoca, mas tem gente que disse que até no feriado ele estava aqui".

Ela deu aquela risada maldosa e continuou: "Ah, com esse calor todo, C-E-R-T-E-Z-A que ele só veio por causa do ar-condicionado. Bom, deixa eu voltar porque tenho muito trabalho ainda", disse ela, levando a garrafa (vazia!!!) de volta para a sua mesa.

O consumo de energia explodiu

Antes que você entenda errado, não tenho nada contra o home office, mas também não é esse o tema da coluna de hoje.

Leia Também

O assunto é essa enorme onda de calor que estamos vivendo no Brasil. Não é só o Juca que está apelando para o ar-condicionado, o consumo de energia aumentou brutalmente nos últimos dias, principalmente por conta dos aparelhos de refrigeração.

Carga de Energia no Brasil. Fonte: ONS.  Elaboração: Seu Dinheiro.

Como isso afeta o setor elétrico?

Nos últimos anos, três fatores importantes contribuíram para trazer um desequilíbrio de preços e despachos no setor.

Para começar, a atividade econômica ainda lenta atrapalhou a demanda. Isso, combinado com a enxurrada de novos ativos de geração solar e eólica, trouxe uma sobreoferta de energia.

Para fechar, o elevado índice de chuvas no país desde o ano passado tornou as termelétricas praticamente inúteis, já que elas não eram chamadas para gerar energia (despachos).

Essa combinação de preços baixos e falta de despachos impactou diretamente a Eneva (ENEV3), que tem na geração termelétrica sua principal fonte de receitas.

Como você pode ver no gráfico abaixo, a receita variável (aquela proveniente dos despachos) do complexo Parnaíba despencou, e isso também pesou sobre os papéis nos últimos trimestres.

Fonte: Eneva. Elaboração: Seu Dinheiro.

Apenas como medida de comparação, no 3T21, quando a situação dos reservatórios era crítica, o complexo Parnaíba apresentou receita de R$ 912 milhões, enquanto no 3T23 esse número foi de apenas R$ 520 milhões.

Despachos baixos para sempre (?)

Esse não é um grande problema em nossa visão, já que o simples fato de as condições não estarem favoráveis agora não significa que continuarão assim para sempre. O problema é que os investidores têm uma tendência perigosa de extrapolar para o futuro as condições atuais.

É comum vermos empresas que tiveram dois ou três anos de ótimos resultados fazerem seu IPO, porque os seus donos sabem que não será nada difícil convencer o mercado que esses números continuarão crescendo na mesma magnitude para sempre, mesmo que isso seja muito improvável. Nem preciso dizer que isso costuma dar bastante errado para os investidores.

Mas também acontece o cenário oposto: resultados ruins por dois ou três anos também tendem a afetar bastante o pessimismo das projeções.

A Eneva é um exemplo. Por conta da conjuntura atual (reservatórios elevados, sobreoferta de energia renovável e baixo crescimento do PIB) muita gente extrapola os despachos ínfimos por vários e vários anos.

É possível que isso realmente aconteça, especialmente se as condições não mudarem muito. Mas boa parte desse "pessimismo" com os despachos também já está incorporado nos preços, e não deveria afetar muito o humor se as coisas continuarem como estão.

Mas estamos falando do clima, e prever o que vai acontecer nos próximos dois, três ou quatro anos é praticamente impossível.

Qualquer perturbação que modifique esse cenário projetado tem chances de elevar as perspectivas para despachos, deixando a situação assimétrica. E estamos observando exatamente isso nos últimos dias.

Os despachos voltaram... e a ação?

Com a explosão da demanda de energia, algumas térmicas foram "chamadas" para despachar e suprir toda a necessidade que o calorão criou recentemente.

Entre essas térmicas estão algumas da própria Eneva, que não via todas as suas usinas do Complexo Parnaíba ligadas desde a crise hídrica de 2021.

Por isso, mesmo com resultados relativamente tímidos no 3T23, a ação engatou uma boa valorização nos últimos dias, na expectativa de números melhores já para o 4T23 (outubro, novembro e dezembro).

Mas a valorização recente da ação reflete apenas uma pequena melhora nas perspectivas de curto prazo, na minha visão. Há mais por vir se os desequilíbrios continuarem.

Fonte: TradingView

Lembre-se que em 2021, quando a crise hídrica fez os analistas extrapolarem os despachos elevados para a eternidade, e a ação da Eneva chegou a negociar por R$ 18.

Nos níveis atuais, a ação ainda negocia por preços muito menores, e com um portfólio ainda mais robusto após as aquisições do complexo Solar Futura I e das térmicas Celse e Termofortaleza (que são bem menos sensíveis aos despachos).

Gostamos da Eneva não porque acreditamos que os despachos vão melhorar daqui para frente, mas porque nos preços atuais há espaço para surpresas positivas e pouco espaço para surpresas negativas.

Por isso, temos recomendação de compra para a Eneva na série Vacas Leiteiras, de olho em uma eventual valorização das ações se o mercado ficar menos pessimista com relação aos despachos e também nos dividendos que devem começar a pingar daqui a alguns anos.

Mas enquanto o longo prazo não chega, existe uma outra vaca que está prestes a pagar um ótimo dividendo já no dia 1º de dezembro, mas só para quem tiver as ações na carteira até a quarta-feira (22) da semana que vem.

Essa ação está na série Vacas Leiteiras e você pode conferir qual é neste relatório gratuito.

  • 5 ações além de Eneva (ENEV3) para buscar bons pagamentos na Bolsa, segundo Ruy Hungria: conheça os papéis que todo investidor de dividendos deve ter na carteira agora acessando este relatório 100% gratuito.

Um grande abraço e até a próxima semana!

Ruy

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MOU PARA FUSÃO

Após criação de joint venture, Ybyrá Capital (YBRA4) assina memorando de entendimento sobre potencial fusão com empresa americana

6 de dezembro de 2024 - 10:54

A possível união dos negócios será definida após um processo de due diligence (investigação prévia para avaliar potenciais riscos da transação)

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Equatorial (EQTL3) conclui a venda da divisão SPE 7 para a Energia Brasil por R$ 840 milhões

6 de dezembro de 2024 - 8:39

O movimento faz parte da execução da estratégia do grupo Equatorial de reciclagem de capital, que busca a desalavancagem das operações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP

6 de dezembro de 2024 - 7:55

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA

SEXTOU COM O RUY

A possibilidade de se tornar uma boa pagadora de dividendos fez essa ação disparar

6 de dezembro de 2024 - 6:14

Não à toa, essa companhia foi eleita por nós uma das 5 melhores ações para dividendos no mês de dezembro

DINHEIRO NO BOLSO

Dividendos e JCP: Bradesco (BBDC4) divulga o calendário de pagamentos para 2025; confira

5 de dezembro de 2024 - 19:16

Além do banco, a Log (LOGG3) anunciou a distribuição de R$ 150 milhões em dividendos aos acionistas e distribuição trimestral a partir de 2025

RESPIRO

Após dia de pressão no mercado, ação da Petrobras (PETR4) sobe com maior descoberta de gás natural da Colômbia; troca no conselho vai para escanteio

5 de dezembro de 2024 - 18:12

Depois de a estatal confirmar a possível troca na presidência do conselho, o impacto negativo nos mercados foi amenizado após o anúncio do projeto de exploração em consórcio com a Ecopetrol

DESTAQUES DA BOLSA

Acordo entre Eletrobras (ELET3) e AGU abre espaço para pagamento de dividendos de R$ 8 bilhões, diz Itaú BBA; entenda

5 de dezembro de 2024 - 14:56

Para os especialistas que cobrem a Eletrobras, o acordo, até o momento, foi bastante positivo para o mercado

CRISE EM PARIS

Uma bomba explodiu no colo de Macron: a reação dos mercados à queda do governo na França e o que acontece agora

5 de dezembro de 2024 - 12:46

O primeiro-ministro Michel Barnier apresentou sua renúncia na manhã desta quinta-feira (5) e aumentou a pressão sob o presidente francês, que corre contra o relógio para encontrar um substituto; saiba quem são os possíveis candidatos a ocupar o cargo

RECOMPRA MAIS

Tupy amplia programa de recompra de ações e anuncia R$ 190 milhões em JCP; valor líquido equivale a R$ 1,14 por ação  

5 de dezembro de 2024 - 11:29

Programa de recompra, que já tinha sido aprovado em novembro, teve o limite de ações ampliado de 4 milhões para 14 milhões de ações

RENDA EXTRA

Suzano (SUZB3) vai pagar R$ 2,5 bilhões em JCP; veja quem tem direito e como receber

5 de dezembro de 2024 - 10:06

Montante equivale a R$ 2,017362506 por ação e será pago em 10 de janeiro de 2025

SD Select

‘Descartar um rali de fim de ano agora é pedir pra errar’: analista se mantém otimista com a bolsa brasileira e indica as 10 ações mais promissoras de dezembro

5 de dezembro de 2024 - 10:00

Para Larissa Quaresma, da Empiricus, o rali de fim de ano não pode ser completamente descartado e a bolsa brasileira ainda reserva boas oportunidades de investimento

CHEGOU COM TUDO

Novo CEO da Braskem (BRKM5) reforma diretoria executiva após poucos dias no comando; Felipe Montoro Jens assumirá como diretor financeiro

5 de dezembro de 2024 - 9:51

O presidente indicou Felipe Montoro Jens para substituir Pedro van Langendonck Teixeira de Freitas nas cadeiras de CFO e diretor de relações com investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara

5 de dezembro de 2024 - 8:30

Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”

4 de dezembro de 2024 - 20:00

Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores

ATENÇÃO, ACIONISTA

Dividendos e JCP: BRF (BRFS3) anuncia R$ 200 milhões em proventos; veja quem tem direito

4 de dezembro de 2024 - 19:59

Gigante de alimentos aprovou mais uma distribuição de juros sobre o capital próprio para quem estiver na base acionária em dezembro

CHOQUE DE FORÇAS

Incertezas na Coreia do Sul: como o possível impeachment ou renúncia de Yoon Suk Yeol está mexendo com a economia

4 de dezembro de 2024 - 17:45

Horas após o fim da Lei Marcial, a oposição sul-coreana avança com proposta de impeachment contra o presidente, enquanto os mercados questionam a confiança no país

O GATO, O RATO E OS JUROS

Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você

4 de dezembro de 2024 - 17:21

Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo

DESTAQUES DA BOLSA

Efeito Black Friday impulsiona LWSA (LWSA3) e coloca a ação entre as maiores altas do Ibovespa. O que esperar da antiga Locaweb agora?

4 de dezembro de 2024 - 13:52

A forte alta dos papéis acontece após a divulgação do desempenho da companhia em uma das datas mais importantes para o varejo no ano

UMA LUZ NOS NEGÓCIOS

Após compra da AES Brasil, chegou a hora do ‘amanhecer de uma nova era’ para a Auren (AURE3)? Ações saltam na bolsa depois de bancão responder a essa pergunta

4 de dezembro de 2024 - 12:00

Na publicação, os analistas do Itaú BBA mantiveram recomendação neutra para as ações da Auren, mas elevaram o preço-alvo do papel

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell

4 de dezembro de 2024 - 8:21

Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar