🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Inflação nos Estados Unidos: Qual vai ser o próximo passo do Fed sobre a taxa de juros? Veja o que esperar da decisão do BC norte-americano

Uma nova Super-Quarta dos BCs mundiais se aproxima, com a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros no radar dos investidores

19 de setembro de 2023
16:41 - atualizado às 17:06
Montagem mostrando uma nota de dólar rasgada ao centro, com a palavra "inflation" grifada; representa a luta do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) para controlar a inflação do país
Imagem: Shutterstock

*Por José Faria Júnior

A inflação nos Estados Unidos segue caindo e finalmente observamos queda mais expressiva nos custo de moradia (shelter).

Em 13 de setembro foi divulgado o CPI de agosto e a tabela abaixo mostra a variação mensal e anual do CPI “headline” (inflação “cheia”), do CPI Core (que exclui alimentos e combustível), do CPI Median (mediana) e da inflação da moradia (shelter):

Observe que o núcleo da inflação quando se considera a média dos últimos três meses se aproxima do objetivo do Fed de 2% ao ano.

Além disso, note que a perspectiva para a inflação do mês de setembro (em verde) está abaixo da inflação observada no mês de setembro do ano passado (em amarelo), fato que sugere redução dos índices acumulados dos últimos 12 meses e praticamente manutenção da média trimestral.

Petróleo: novo vilão?

O petróleo entrou em tendência de alta de longo prazo segundo o modelo da Wagner Investimentos na semana passada, conforme o gráfico abaixo.

Leia Também

Não acredito em muita pressão na inflação, mesmo com expectativa de WTI perto de $100 e explico: (1) este é o preço médio aproximado observado há um ano e (2) os preços de bens e serviços relacionados a energia na inflação equivalem a 7% e sem eletricidade apenas 4,5%.

Além disso, observando o passado como guia, o preço do petróleo subiu quase 10 vezes entre 1998 e 2008 e a inflação americana ficou muito próxima da meta do Fed no período. Em todo caso, petróleo mais caro ajudará manter a inflação mais resistente (tecnicamente -> sticky).

Reunião do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) do dia 20 de setembro

Nesta quarta-feira teremos reunião do FOMC e não há chance dos juros subirem agora e, por isso, acreditamos que o mais importante será a divulgação das novas projeções dos membros do Fed, com destaque para o gráfico de pontos (Dot Plot), que indica a intenção dos mesmos com relação à taxa de juros.

Atenção: as projeções têm a participação dos 18 membros do Fed, o FOMC conta com apenas 11 membros devido a rotação das regionais.

Abaixo o gráfico de pontos mais recente, divulgado na reunião de junho. Lembro que este é atualizado a cada duas reuniões e os atuais discursos são mais favoráveis a nova alta de juros.

1. Projeção sobre a taxa de juros para 2023

Será mantida com juros a 5,6%, ou seja, mais uma alta. Segundo a curva de juros futura publicada pela CME, há 33% de chance dos juros terminarem o ano sem sofrerem nova alta.

A questão é: 6 membros do Fed votaram em junho para os juros não subirem do patamar atual e se a totalidade ou grande parte destes 6 membros mudarem de ideia, qual o impacto no mercado?

2. Projeção sobre a taxa de juros para 2024

Indica 4 quedas de 25 bps nos juros. Pela curva de juros futura da CME, os juros irão terminar o ano que vem no nível previsto pelo Dot Plot.

A questão é: 8 membros do Fed projetam juros abaixo de 4,6% e se a mediana subir para 4,85%, indicando uma queda a menos do que o projetado pelo mercado? Qual será a reação?

3. Projeção sobre a taxa de juros para o longo prazo

Há anos que não há alteração nesta taxa de 2,5% e cresce o temor de que a mesma pode subir nesta reunião.

Este é o resumo do que mais observaria nesta reunião:

Aumento na projeção dos juros deve fortalecer o dólar e os juros das Treasuries, trazendo impactos negativos, ao menos no primeiro momento, para os ativos de risco.

No caso do Dollar Index, o mesmo fechou no dia 15 de setembro marcando a 9ª alta semanal seguida, evento apenas observado mais 5 vezes desde maio de 1972, quando este contrato passou a existir e ser negociado na bolsa CME em resposta ao “Nixon Shock”, evento que culminou com o fim da conversibilidade do dólar em ouro.

Ou seja, em mais de 2.600 semanas, o DXY fechou apenas 6 vezes com 9 ou mais semanas seguidas em alta.

PIB do 3º trimestre: escolha um número entre 2,27% e 4,90% e provavelmente acertará!

A impressão dos dados recentes do emprego (Payroll) e da inflação (CPI) é que o Fed terá sucesso em reduzir a inflação sem provocar uma recessão, cenário conhecido por “soft landing” (ou “pouso suave” da economia).

A princípio, mais uma alta de juros não deveria alterar muito esta expectativa, isto porque seria a última alta, ou como o mercado está dizendo, a última milha do ciclo de alta dos juros (em analogia ao termo da entrega porta a porta em logística).

A discussão do soft landing está “quente”, ainda mais quando modelos preditivos de recessão indicam que não escaparemos da mesma. Entre estes modelos se destaca o diferencial de juros entre as Treasuries de 10 anos e 3 meses e segundo o Fed de Nova York, há 61% de chances de termos em recessão nos próximos 12 meses.

No momento, acompanhamos a projeção do PIB do 3º trimestre, que será divulgado no dia 26 de outubro, uma semana antes da reunião do FOMC de novembro.

A atual projeção do Fed é de PIB crescendo 1% este ano e a mesma deverá ser revista nesta semana, ou seja, teremos que analisar atentamente as novas projeções que o Fed divulgará dia 20 de setembro.

Porém, acompanhamos projeções dinâmicas e destacamos, pela ordem: 1) Fed de Atlanta; 2) média do mercado; e 3) Fed de Nova York (que voltou a fazer projeções após 2 anos). Abaixo o resumo:

A pergunta que fica é qual a melhor projeção para acompanhar dos dois modelos do Fed: Atlanta ou NY? Pelos estudos que fizemos, Atlanta é muito mais assertivo, conforme o gráfico abaixo:

Se o PIB deste trimestre estiver mesmo rodando próximo de 5%, conforme Atlanta, acreditamos que o FOMC subirá os juros em novembro. Caso o PIB esteja rodando mais próximo de 2%, conforme NY, acreditamos que o FOMC poderá não subir os juros.

Além do PIB, teremos Payroll de setembro (dia 06 de outubro) e CPI de setembro (dia 12 de outubro) como dados fundamentais a serem analisados.

Importante comentar que Atlanta (4,9% atualmente) e NY (2,27% atualmente) rodam seus modelos com muita frequência, ao menos semanalmente, e, assim, daqui a 40 dias, as informações podem estar muito diferentes.

Conclusão sobre juros nos EUA

A inflação americana deve continuar caindo, mas ainda irá demorar um tempo até atingir o objetivo do Fed de núcleo (core) em 2%, e a criação de novas vagas de trabalho começa a convergir para um número mais próximo do normal, que seria a criação de 120.000 vagas de trabalho ao mês.

Caso o PIB siga crescendo, e para os próximos meses não acreditamos em PIB negativo, a economia poderá ter aterrissagem suave, algo muito raro em ser observado em um processo de alta de juros. 

Neste caso, seria natural acreditarmos em mais uma alta de juros e manutenção da taxa até que o núcleo da inflação convirja para a meta de 2% ao ano, algo factível apenas em meados de 2024. Enfim, nos resta acompanhar atentamente os dados e projeções para tomarmos decisões.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Troco um Van Gogh por uma small cap

7 de julho de 2025 - 20:00

Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ontem, hoje, amanhã: Tensão com fim da trégua comercial dificulta busca por novos recordes no Ibovespa

7 de julho de 2025 - 8:14

Apetite por risco é desafiado pela aproximação do fim da trégua de Donald Trump em sua guerra comercial contra o mundo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Talvez fique repetitivo: Ibovespa mira novos recordes, mas feriado nos EUA drena liquidez dos mercados

4 de julho de 2025 - 8:26

O Ibovespa superou ontem, pela primeira vez na história, a marca dos 141 pontos; dólar está no nível mais baixo em pouco mais de um ano

SEXTOU COM O RUY

A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo

4 de julho de 2025 - 7:08

Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Ditados, superstições e preceitos da Rua

3 de julho de 2025 - 19:55

Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Feijão com arroz: Ibovespa busca recuperação em dia de payroll com Wall Street nas máximas

3 de julho de 2025 - 8:28

Wall Street fecha mais cedo hoje e nem abre amanhã, o que tende a drenar a liquidez nos mercados financeiros internacionais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Um estranho encontro com a verdade subterrânea

2 de julho de 2025 - 20:00

Em vez de entrar em disputas metodológicas na edição de hoje, proponho um outro tipo de exercício imaginativo, mais útil para fins didáticos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mantendo a tradição: Ibovespa tenta recuperar os 140 mil pontos em dia de produção industrial e dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

2 de julho de 2025 - 8:29

Investidores também monitoram decisão do governo de recorrer ao STF para manter aumento do IOF

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano

1 de julho de 2025 - 8:13

Melhor investimento do primeiro semestre, Ibovespa reage a trégua na guerra comercial, trade eleitoral e treta do IOF

Insights Assimétricos

Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado

1 de julho de 2025 - 6:03

Com a aproximação do calendário eleitoral, cresce a percepção de que o pêndulo político está prestes a mudar de direção — e, com ele, toda a correlação de forças no país — o problema é o intervalo até lá

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Mercado sobrevive a mais um susto… e as bolsas americanas batem nas máximas do ano

30 de junho de 2025 - 19:50

O “sangue frio” coletivo também é uma evidência de força dos mercados acionários em geral, que depois do cessar-fogo, atingiram novas máximas no ano e novas máximas históricas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo sob controle: Ibovespa precisa de uma leve alta para fechar junho no azul, mas não depende só de si

30 de junho de 2025 - 8:03

Ibovespa vem de três altas mensais consecutivas, mas as turbulências de junho colocam a sequência em risco

TRILHAS DE CARREIRA

Ser CLT virou ofensa? O que há por trás do medo da geração Z pela carteira assinada

29 de junho de 2025 - 7:59

De símbolo de estabilidade a motivo de piada nas redes sociais: o que esse movimento diz sobre o mundo do trabalho — e sobre a forma como estamos lidando com ele?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE

27 de junho de 2025 - 8:09

Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF

SEXTOU COM O RUY

Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações

27 de junho de 2025 - 6:01

A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA

26 de junho de 2025 - 8:20

Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança

25 de junho de 2025 - 19:58

Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA

25 de junho de 2025 - 8:11

Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell

24 de junho de 2025 - 7:58

Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar

24 de junho de 2025 - 6:15

Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar