🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

O choque de realidade nos fundos imobiliários de papel. Veja o que comprar e o que manter distância nessa classe de FIIs

As últimas semanas têm sido turbulentas para os fundos imobiliários (FIIs) de papel, mas ainda há boas alternativas nesse segmento

9 de abril de 2023
8:11 - atualizado às 12:15
Imagem mostrando pilhas de moedas em frente a uma maquete de uma residência, representando os fundos imobiliários (FIIs)
Imagem: Unsplash

No mercado de fundos imobiliários (FIIs), o evento de março foi a divulgação da sequência de inadimplências por FIIs de crédito imobiliário na última semana. Em resumo, alguns fundos informaram a interrupção do fluxo de pagamentos em algumas operações de Certificados de Recebíveis (CRIs), causando grande movimentação entre os investidores — e, consequentemente, em suas cotas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa era uma "bola cantada" desde o ano passado, quando notamos os primeiros sinais de insolvência em alguns segmentos, como o de multipropriedades. Não por acaso, nossa última coluna discorre especificamente sobre os FIIs mais impactados pelo evento e reforça a manutenção de distância da categoria. 

Trazendo um pouco do contexto, o mercado de crédito vive um momento desafiador no Brasil, diante das condições econômicas apresentadas. A combinação entre deterioração da atividade e um elevado custo de endividamento tende a ser bem prejudicial para as empresas, principalmente aquelas com margens operacionais menores. 

De acordo com dados do Banco Central de fevereiro, a inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (SFN) segue em trajetória de alta, se aproximando dos valores observados em 2015.

Conforme o gráfico, o financiamento imobiliário registra maior estabilidade do que a média, tendo em vista sua sólida estrutura, incluindo a presença de garantias reais nas operações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A alienação fiduciária é um dos pontos que nos atrai em relação à categoria, aliado à ótima remuneração contratada nos últimos dois anos — neste período, alinhado à evolução da inflação e dos juros, surgiram operações bem interessantes para os investidores, com respaldo suficiente de projetos e/ou empresas sólidas do mercado imobiliário.

Leia Também

Fundos imobiliários também correm risco

Ainda assim, conforme observado na última semana, alguns setores imobiliários não estão imunes. Apesar da presença das garantias, algumas operações estão expostas ao risco de obras, devedores financeiramente frágeis ou então a segmentos mais sensíveis à atividade econômica, como o de multipropriedades. 

É por isso que se exige maior rentabilidade neste tipo de operação — com taxas reais de dois dígitos, em alguns casos. Pois bem, esse alto rendimento proveniente dessas estratégias trouxe diversos holofotes para os fundos high yield e, pela inexperiência de alguns investidores, camuflou os riscos. 

Com o início da deterioração do crédito, o "efeito manada" se inicia, e alguns fundos imobiliários já acumulam perdas de 30% a 40% em 2023. A primeira pergunta que recebo é: chegou a hora de comprar?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Claro que depende do perfil do investidor, mas geralmente a resposta é não. Abaixo, reuni alguns dos motivos que me afastam dessas teses, mesmo após a correção recente.

  • Pelo momento de mercado, é praticamente uma obviedade mencionar o incremento de risco de crédito e, consequentemente, a continuidade dos impactos negativos nas carteiras high yield. Por mais que o valuation sinalize potencial de valorização, é bastante improvável que os fundos imobiliários voltem a distribuir o mesmo patamar de dividendo observado até o primeiro semestre de 2022;
  • Quando analisamos as garantias, a diversificação entre regiões é a primeira característica que salta aos olhos. Essa alocação geográfica gera uma impressão favorável, tendo em vista a esperada diluição de riscos. Contudo, diante do baixo nível de sofisticação das contrapartes e do posicionamento de algumas garantias (difícil acesso), temos dúvidas sobre a efetividade do acompanhamento das operações nesses cases. Em geral, a maioria das gestoras de crédito imobiliário possui equipes enxutas, o que reduz a escala de acesso. Além disso, na eventual necessidade de execução de garantias, o processo judicial em diferentes regiões pode trazer dificuldades; e
  • Apesar do disclaimer sobre regras de conflito de interesses, esse é um ponto a se monitorar. Infelizmente, a indústria de FIIs ainda sofre com a falta de transparência em algumas operações e o segmento high yield é um dos mais expostos a este risco.

Além destes três principais, outros fatores que não são unanimidades nos FIIs reduzem a atratividade da categoria. Em especial, gostaria de mencionar a política de apuração de resultados de alguns fundos imobiliários (regime de competência) e a alta volatilidade na base de cotistas, o que traz imprevisibilidade para a cotação no curto prazo.

Fundos imobiliários: até onde esse movimento pode chegar?

No curtíssimo prazo, espero a sequência de eventos de insolvência nas operações de risco, com eventual impacto no restante da cadeia. A atuação das gestoras na renegociação de dívidas e, eventualmente, na execução de garantias será posta à prova — nem todos os CRIs problemáticos chegarão a este ponto. 

Na minha visão, mais pessimista para o primeiro semestre, é possível que esse movimento se expanda para outros segmentos. Como estamos falando de crédito, os próprios FIIs high grade podem ser vítimas de inadimplências pontuais, em menor magnitude. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante do perfil das operações e característica dos devedores, tenho uma preocupação pontual voltada para os Fiagros neste momento. Grande parcela da categoria está posicionada no crédito e é sempre bom lembrar que não estamos falando do filé mignon do agronegócio brasileiro — diante da estruturação do setor atualmente, os grandes players dificilmente acessam o mercado de capitais para financiamento.

Ainda existe atratividade no crédito imobiliário?

Sem dúvida. O ambiente começa a apontar uma assimetria favorável para tijolo (tema para a próxima coluna, quem sabe), mas o crédito segue entre as principais apostas para o ano. Conforme citado na última coluna, estamos falando apenas da parcela High Grade.

Nesta categoria, estamos tratando de portfólios bem estruturados, com operações realizadas com devedores de alta qualidade de crédito e/ou garantias muito bem posicionadas. Não ignoramos o risco de insolvência, mas a probabilidade de inadimplência nesses casos é bem mais controlada.

Aliás, diante do fluxo vendedor nas estratégias high yield nos últimos dias, acreditamos que parte deste capital deve ser direcionado a fundos com perfil de risco moderado no curto/médio prazo. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com isso em mente, trago novamente uma tese que está entre as minhas preferências no segmento:

FundoMCCI11
GestorMauá Capital (Jive)
ClasseHigh Grade
IndexaçãoIPCA (92,4%); CDI (4,5%); IGP-M (3,1%)
N˚ Operações30
Taxa médiaIPCA + 6,91%; CDI + 3,56%; IGP-M + 4,75%
DVD Yield anualizado13,4%
DVD Yield projetado (12 meses)12,9%
TIR Líquida projetada (3 anos)14,1% a.a.

Listado em 2019, o Mauá Capital Recebíveis (MCCI11) é o principal veículo de crédito da Mauá Capital — gestora que recentemente se fundiu com a Jive Investments, criando uma casa com cerca de R$ 13 bilhões sob gestão. Entre as características, destaca-se o forte perfil de originação, o que favorece o monitoramento das operações pela gestão.

Com diversas emissões no currículo, o MCCI11 possui um patrimônio de R$ 1,5 bilhão alocado em 30 CRIs, cotas de outros FIIs e aplicações de caixa.

Praticamente todo o portfólio está indexado à inflação, de modo que a rentabilidade de sua carteira está bem atrelada ao índice — aliás, é bem possível que o FII acompanhe a elevação dos preços neste ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No geral, o fundo possui um portfólio de CRIs com taxa média ponderada bem atrativa, de IPCA + 6,9% ao ano, além de operações de risco de crédito controlado e com garantias bem amarradas, variáveis que têm se tornado extremamente importantes para o segmento no cenário atual. Para se ter uma ideia, 71% das garantias estão localizadas no Estado de São Paulo.

A gestão adota uma política de estabilidade de rendimentos, de modo a minimizar o impacto da volatilidade dos indexadores em sua distribuição. O fundo já anunciou o guidance de distribuição mensal para o primeiro semestre,  na casa de R$ 0,95 por cota, o que equivale a um dividend yield anualizado de 13,4% na cotação atual. 

Não podemos deixar de mencionar o desconto em relação ao valor patrimonial na casa de 8% (acima da média histórica). Considerando nossas estimativas de rentabilidade da carteira, esse deságio promove uma excelente taxa interna de retorno líquida de 14% para os próximos três anos. 

Apesar da alta qualidade da carteira, é claro que o fundo também está exposto ao risco de crédito do mercado. Seu portfólio possui maior exposição ao mercado logístico (33% dos devedores), que vive um momento de inversão de ciclo. Apesar de serem ativos com boa liquidez, é importante ponderar essa característica na hora de montar uma posição. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Antes de finalizar, gostaria de indicar um conteúdo complementar à última coluna, na qual retomei a tese de investimento no RBR High Grade (RBRR11). Na última semana, conversei com o gestor do fundo, Guilherme Antunes, na edição mais recente do programa Conexão FIIs. Uma aula de crédito imobiliário. Toda a conversa pode ser encontrada aqui.

Um abraço,

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje

29 de agosto de 2025 - 8:06

Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA

SEXTOU COM O RUY

Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações

29 de agosto de 2025 - 6:01

Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje

28 de agosto de 2025 - 7:52

Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?

27 de agosto de 2025 - 20:00

Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje

27 de agosto de 2025 - 7:58

Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje

26 de agosto de 2025 - 7:54

Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação

EXILE ON WALL STREET

Lady Tempestade e a era do absurdo 

25 de agosto de 2025 - 19:58

Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje

25 de agosto de 2025 - 7:43

Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje

22 de agosto de 2025 - 8:17

Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar