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Ricardo Gozzi
Liliane de Lima
É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.
O QUE VEM POR AÍ

A temporada de balanços já começou: veja o que esperar dos resultados do 2º trimestre — e as surpresas desta janela 

As decepções esperadas estão na ponta da língua do mercado e os resultados negativos já vêm sendo antecipados nas cotações das ações

Ricardo Gozzi, Liliane de Lima
24 de julho de 2023
6:08 - atualizado às 11:53
Bolsas aguardam balanços do dia
Imagem: Shutterstock

Nem tanto ao céu e nem tanto à terra — quando o assunto é a temporada de balanços do segundo trimestre, a palavra do dia é “parcimônia”. O economista Luciano Sobral, em entrevista ao Seu Dinheiro, já havia levantado a bola; agora, os analistas ouvidos pela reportagem repetem o mantra.

As decepções esperadas estão na ponta da língua do mercado e os resultados negativos já vêm sendo antecipados nas cotações das ações. Estamos falando de gigantes do comércio eletrônico, como Magazine Luiza, Via e Americanas, além de alguns bancões do naipe de Bradesco e Santander. 

Vale lembrar que, apesar do otimismo dos investidores com o início do ciclo de corte dos juros, o alívio monetário não deve ter impacto imediato sobre o varejo e nem deixará de pressionar o setor financeiro diante do risco de inadimplência. Ainda assim, ninguém espera uma tragédia.

Enquanto isso, na ponta positiva, aparecem nomes do varejo de alta renda e outros bancos de grande porte, como Itaú e Banco do Brasil — o que não é novidade.

Oficialmente, a temporada de balanços do segundo trimestre começou na noite de terça-feira (18), com o resultado das Indústrias Romi (ROMI3), seguido pelo salto de 50% no lucro líquido da Weg (WEGE3), divulgado na quarta-feira (19) pela manhã.

Mas a safra de balanços deve começar a ganhar tração somente a partir desta terça-feira (25). Aqui você confere o calendário de divulgação dos resultados das maiores empresas listadas na B3.

Nas próximas partes desta reportagem, vamos contar para você quais são as expectativas de Heitor De Nicola, diretor de renda variável e sócio da Acqua Vero, e do trio de especialistas do Inter composto pela estrategista-chefe Gabriela Joubert e pelos analistas Breno Francis de Paula (varejo) e Matheus Amaral (bancos).

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2T23: Panorama geral

A expectativa em relação à nova safra de balanços pode ser qualificada como uma espécie de otimismo cauteloso.

O analista de renda variável da Acqua Vero, Heitor de Nicola,  afirma que, a exemplo do que ocorreu no primeiro trimestre, as empresas listadas em bolsa devem continuar apresentando melhora gradativa das margens e dos resultados operacionais.

“Isso é consequência de uma melhora do cenário no país como um todo e também no exterior”, afirma.

Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, ainda vê um cenário incerto, uma vez que os efeitos de uma futura queda das taxas de juros serão sentidos somente nos próximos meses.

Afinal, o cenário de crédito continuará restritivo ainda por algum tempo. Diante disso, a recuperação da demanda é tímida e a inflação ainda pesa sobre os custos.

Ao comparar a expectativa atual com a que havia no primeiro trimestre, o sentimento é “mais positivo, ou menos pessimista” diz ela.

Grande parte disso deriva de avanços políticos como a aprovação da reforma tributária e o avanço do arcabouço fiscal no Congresso — embora o efetivo impacto deles seja tudo, menos imediato.

  • João Piccioni, analista-chefe de renda variável da Empiricus Research, participou do podcast Touros e Ursos desta semana e falou sobre as expectativas para a temporada de balanços. Veja abaixo a conversa na íntegra:

Varejo: o que esperar dos balanços?

O varejo tem figurado como um dos setores mais castigados da bolsa nos últimos anos. O setor costuma se beneficiar do grande volume de vendas para compensar as margens baixas.

Passado o pico das ações com a expansão do comércio eletrônico em meio à pandemia, as empresas de varejo passaram a ter as margens pressionadas pelo aumento das taxas de juro pelo Banco Central (BC), que comprimiu a demanda.

A expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC comece a cortar os juros já em agosto é elevada — pelo menos essa é a perspectiva de 75% dos gestores, segundo um relatório recente do Bank of America (BofA).

A queda da Selic, por sua vez, tende a ocorrer de modo gradual e ainda deve demorar a surtir algum efeito sobre o consumo, o endividamento das famílias e a atividade econômica como um todo.

Para De Nicola, da Acqua Vero, as margens das empresas de varejo devem seguir apertadas, especialmente as entre gigantes do comércio eletrônico como Magazine Luiza e Via. No entanto, o resultado deve vir melhor do que no segundo trimestre de 2022.

“A gente só vai conseguir perceber uma melhora efetiva quando houver uma queda significativa dos juros”, afirma De Nicola. Segundo ele, isso não deve ocorrer antes de 2024.

A mesma visão é compartilhada pelo Inter. “[As companhias de] e-commerce tiveram o pior resultado, em linhas gerais, no primeiro trimestre e o mesmo deve acontecer no período entre abril e junho. O desempenho deve continuar fraco tanto em [receita de] vendas quanto em rentabilidade, em um consumo de caixa ainda muito elevado”, afirma Breno Francis de Paula, analista de varejo do banco. 

Enquanto isso, as varejistas de alta renda, como a Vivara, devem continuar entregando resultados robustos por serem ativos mais resilientes dentro do setor, na avaliação de De Paula, do Inter.

E essa visão é quase um consenso entre os analistas.

Já as companhias de média renda terão de lidar com um ambiente de negócios adverso e poder de compra ainda em recuperação. No setor alimentício, que também segue pressionado pela perda do poder de compra e alto endividamento da população, XP e Itaú BBA esperam uma surpresa positiva por parte do Grupo Mateus (GMAT3).

E a Americanas?

O “fantasma” da Americanas continua perambulando pelos escaninhos do mercado, mas não deve causar sustos. Para De Nicola,  o preço atual da ação da Americanas (AMER3) já absorveu o impacto do escândalo.

De qualquer modo, o fato de a empresa ainda estar no início de um processo de recuperação judicial deve fazer com que ela perca o bonde desse “otimismo cauteloso” com o varejo.

Ainda assim, algumas empresas expostas à varejista ainda podem continuar sendo afetadas pela situação, principalmente no setor financeiro.

Entre os bancões, a cada cabeça, uma sentença

A expectativa do mercado em relação aos grandes bancos remete a um velho ditado: a cada cabeça, uma sentença.

Por motivos diferentes, o mercado guarda baixas expectativas para Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) e aguarda ansiosamente pelos resultados de Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBSA3).

Voltando brevemente à Americanas, quem ainda parece especialmente exposto à varejista é o Santander Brasil.

“Enquanto Itaú e Bradesco, um dos mais afetados, provisionaram bem [a dívida da Americanas] — e não veremos efeito de resultado, mas sim de qualidade do crédito —, o Santander tinha provisionado apenas 30% desse efeito no primeiro trimestre”, disse Matheus Amaral, o analista de bancos do Inter.

Além disso, o Santander pode ser penalizado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no início de junho, de incidência do PIS/Cofins sobre toda a atividade financeira. A decisão inclui as receitas entre 2000 e 2014. 

Para Matheus Amaral, do Inter, a situação deve fazer com que o banco ajuste o provisionamento de despesas com causas judiciais de forma gradual nos próximos balanços, o que inclui o segundo trimestre de 2023.

Também é preciso lembrar que a taxa Selic encontra-se em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.

Isso colocou em xeque um senso comum do mercado financeiro: o de que os bancos se beneficiam indefinidamente de taxas de juros muito altas, por conseguirem emprestar dinheiro mais caro.

Mas a fatura do aperto monetário atingiu os bancos justamente pela porta da inadimplência. A expectativa é de que ela atinja o ápice até o fim do ano.

“A depender dos resultados do segundo trimestre, podemos começar a falar sobre a proximidade do pico de inadimplência nesse período. Antes, as projeções eram que ele fosse atingido no segundo trimestre, mas as condições macroeconômicas [como a queda da Selic] ainda não mudaram. Só saberemos disso no terceiro trimestre.”

Matheus Amaral, analista de bancos do Inter

Nesse aspecto, o Bradesco (BBDC4) é o que mais vem sentindo os efeitos da restrição do crédito. As ações do banco foram penalizadas nos últimos meses pela inadimplência e pela exposição à Americanas.

Para o segundo trimestre, De Nicola, da Acqua Vero, vê uma situação mais positiva para o setor financeiro como um todo. “Os bancos mudaram de postura. Assumiram um comportamento muito mais conservador, menos agressivo, com menor apetite por risco”, afirma.

Com isso, a expectativa para o Bradesco é de que o banco reporte uma melhora gradativa nos índices de inadimplência. “Pode ser um catalisador de curto prazo para as ações”, diz Heitor De Nicola.

Como destaques positivos entre os bancões, os analistas consultados pelo Seu Dinheiro citam Itaú e Banco do Brasil.

“O Itaú se mostrou muito resiliente nesse período difícil atravessado pelos bancos”, diz De Nicola. Já o Banco do Brasil é mencionado pela diversificação de sua carteira de crédito.

A Vale e a China

Ao longo das últimas semanas, os mercados financeiros globais vêm mostrando recuperação em meio à diluição dos temores de que a desaceleração econômica em andamento resulte em uma recessão duradoura.

No entanto, a recuperação da economia da China preocupa. Embora o PIB chinês esteja retomando o ritmo de crescimento, a aceleração do gigante asiático ocorre em velocidade menor que a esperada.

E isso tem impacto especialmente sobre a ação de maior peso individual sobre a carteira teórica do Ibovespa: a Vale (VALE3).

Enquanto o Ibovespa vem recuperando terreno desde maio, as ações VALE3 ficaram no meio do caminho. “Grande parte disso se deve à atividade econômica da China, à qual a Vale tem grande exposição”, resume De Nicola.

Na noite de terça-feira (18), a mineradora divulgou sua prévia operacional. Houve aumento de produção e de vendas, mas os preços caíram. No dia seguinte, a reação do mercado à prévia pouco mexeu com a cotação de VALE3 e seus ADRs.

Em termos financeiros, a expectativa para o segundo trimestre é a de que o balanço, embora robusto, venha mais fraco do que nos primeiros três meses do ano.

Segundo as estimativas do Inter, a mineradora deve reportar receita total de US$ 9,8 bilhões. Isso representa um aumento de 16% na comparação com o primeiro trimestre, mas está 12% abaixo em relação ao segundo trimestre de 2022. 

O Ebitda (lucro antes impostos, juros, depreciação e amortização) é estimado em US$ 4,3 bilhões, um crescimento de 22% em relação aos primeiros três meses do ano.

Petrobras e outras petroleiras

Enquanto isso, outro peso-pesado da B3, a Petrobras (PETR4), segue se ajustando aos efeitos da mudança de governo — e, nesse contexto, as petroleiras menores despontam como possíveis surpresas positivas.

No decorrer dos últimos meses, a Prio (PRIO3) e a 3R Petroleum (RRRP3) apresentaram aumento constante de produção em seus relatórios mensais.

Mas também há pontos de preocupação:  pode pesar sobre o resultado delas a recente depreciação do dólar ao redor do mundo, uma vez que ambas são exportadoras de petróleo.

As estimativas sobre Petrobras (PETR4) ainda estão em análise — o balanço ainda está distante, com divulgação prevista para 3 de agosto.

Contudo, o BTG Pactual já apontou alguns pontos de atenção para os resultados da estatal. São eles: 

  • Política de dividendos, com recorrentes rumores de alterações à frente; 
  • Interferência de governo, principalmente na questão de formação de preços dos combustíveis; e
  • Revisões em seu plano de capex — o que inclui os investimentos da companhia. 

Weg, a queridinha do mercado

Como de costume, a Weg (WEGE3) foi a primeira representante do Ibovespa a divulgar seu balanço no segundo trimestre.

O aumento do lucro líquido da multinacional brasileira beirou os 50% em relação ao segundo trimestre de 2022, alcançado R$ 1,37 bilhão.

E a queda do dólar, inicialmente vista como um risco, não ofuscou as receitas da empresa, que cresceram bem mais lá fora do que por aqui.

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