Dólar acima ou abaixo dos R$ 5,00? Os 3 fatores que podem fazer a moeda americana disparar nos próximos meses — e um que pode fazê-la cair
Os juros altos nos EUA, o medo de uma recessão global e o descontrole das contas do governo podem fazer o dólar subir mais, mas a China pode ‘salvar’ o real

“Os economistas foram criados para não deixar o pessoal da previsão do tempo errar sozinho”. Sempre que alguém pergunta quanto o dólar irá custar no futuro — seja ele próximo ou não — essa é a primeira frase que sai da boca dos analistas — alguns deles economistas.
Diferentemente dos colegas que voltam seus olhos para as nuvens no céu, prever o futuro da moeda norte-americana exige que os especialistas olhem para o cenário macroeconômico. E, ao olhar para a divisa da moeda norte-americana com a brasileira, o tempo fecha na hora.
O panorama que se apresenta não é favorável, tanto aqui quanto no exterior, para que voltemos a ver o dólar ficar abaixo dos R$ 5,00 novamente até o final do ano.
Em resumo: as estimativas indicam que o dólar deve permanecer na faixa entre R$ 5,00 e R$ 5,30 até o fim de 2023.
- AS 3 AÇÕES DO MÊS SEM ENROLAÇÃO: Descubra em dois cliques quais são os papéis mais recomendados para quem quer lucrar antes do fim de maio. Basta apertar aqui.
O número está em linha com a projeção do Boletim Focus do Banco Central. A pesquisa mais recente da autoridade monetária aponta para um número intermediário: o dólar deve fechar 2023 custando R$ 5,20.
Mas como a cotação do câmbio costuma ser tão imprevisível quanto aquela frente fria que aparece do nada justamente naquele fim de semana em que planejamos passar na praia, também um cenário em que a moeda norte-americana volte a ficar abaixo do nível dos R$ 5,00 não pode ser descartado.
Leia Também
É por isso que nesta reportagem eu trago para você três razões que devem sustentar o dólar acima dos patamares — e um que pode enfraquecer a moeda contra o real.
1 — Dólar mais caro com os juros americanos
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, foi quem esclareceu as principais dúvidas sobre essa questão. Para ele, quem deve exercer maior influência sobre o dólar é o cenário internacional.
O principal fator são os altos juros norte-americanos, que devem continuar altos por um período indeterminado. As taxas por lá estão na faixa entre 5,00% e 5,25% ao ano, o que é considerado alto para os padrões de uma economia do porte dos Estados Unidos.
Traduzindo para termos mais simples, o juro alto torna o dinheiro mais caro, ou seja, o dólar tende a se fortalecer frente às demais divisas. “Principalmente ante as moedas de países emergentes”, frisa Rostagno.
Entretanto, apesar de os juros serem um remédio contra a inflação, eles também geram um gargalo na economia — cenário que pode enfraquecer o real frente ao dólar ainda mais.
- Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.
2 — Em momentos de incerteza, dólar é proteção contra riscos
A atividade econômica dos Estados Unidos vem perdendo tração nos últimos trimestres. As últimas leituras do PIB do país indicam uma queda no ritmo de crescimento.
Inclusive, o país já se encontra em situação de “recessão técnica”, quando o PIB cai por dois trimestres seguidos. Ainda que algumas dessas leituras ainda sejam preliminares — ou seja, os números podem ser revisados —, o cenário que vem se desenhando está longe do mais positivo.
E parte dessa desaceleração econômica se deve justamente à taxa de juros elevada. Outra parcela tem origem nos problemas da cadeia de distribuição global causados pela pandemia de covid-19.
Seja como for, os Estados Unidos batalham para não entrar em recessão “de fato”. Essa luta não tem um final certo — e, quando o mercado olha para a palavra “incerteza”, há um aumento da busca por ativos de proteção.
Além do ouro, o dólar americano também é usado como proteção em cenários pouco claros para os operadores do setor. A partir daí, imperam as leis do mercado: a maior demanda pela moeda faz os preços subirem.
3 — Risco fiscal e o dólar
Por fim, o estrategista-chefe do Banco Mizuho avalia que o panorama doméstico não terá tanta influência para baixar o preço do dólar, mas pode influenciar em uma alta maior.
“A tendência da economia brasileira perder força é grande. O primeiro trimestre foi positivo impulsionado pelo setor agrícola, mas a economia deve estagnar nas próximas leituras”, diz Rostagno.
Ele destaca que a aprovação do arcabouço fiscal, do jeito que foi entregue ao Congresso, pode ser um dos fatores para o enfraquecimento do real. Isso porque o sucesso do projeto depende mais do aumento da arrecadação do que do corte de despesas.
A deterioração das contas públicas seria um fator de risco que poderia gerar uma corrida por dólares, com a consequente valorização da moeda norte-americana.
Contraponto: retomada da China é ‘porto seguro’ para o Brasil
O futuro pode parecer pouco favorável. Porém, existe um cenário um pouco mais improvável que pode fazer o dólar cair.
Para entendê-lo, é preciso sair dos Estados Unidos e viajar diretamente para a China, o principal parceiro econômico do Brasil.
O dado mais recente mostra que o superávit da balança comercial do Brasil com a China foi de US$ 28,7 bilhões, sendo que os principais produtos exportados para o país são a soja, o minério de ferro e o petróleo — em outras palavras, commodities.
Se o país surpreender com um crescimento econômico elevado e aumento de demanda por esses produtos, a elevação do preço das commodities pode favorecer o Brasil e, consequentemente, a divisa com o dólar.
Mas, ressalta Luciano Rostagno, esse não é o “cenário base”.
Bônus: como e onde comprar dólar
Se o dólar pode se valorizar, então é uma boa ideia diversificar a carteira com a moeda norte-americana — ou deixá-la debaixo do colchão em caso de crise.
Para o investidor em bolsa, existe a opção de fundos cambiais, negociação no mercado futuro de dólar e fundos de índice (ETF, na sigla em inglês) internacionais. Vale a pena consultar sua corretora de preferência para saber qual a melhor opção para o seu perfil de investidor.
Existe também a possibilidade de comprar usando as contas internacionais em dólar. Nesta reportagem especial, você confere as melhores, contando os prós e contras de cada uma.
Por fim, para você que quer fugir do mercado tradicional e prefere se aventurar pelo setor de criptomoedas, existe a forma tokenizada do dólar. Elas são chamadas stablecoins, as moedas digitais com lastro — e você pode conferir mais sobre elas aqui. O único porém desse método é estar atento aos emissores da stablecoin para não cair em golpes.
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar