O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, usou suas redes sociais na tarde desta segunda (28) para se posicionar contra a política de preços da Petrobras (PETR4).
“Não existe nenhuma razão técnica, política ou econômica, para que a Petrobras tenha tomado a decisão de internacionalizar o preço do combustível”, afirmou. De acordo com Lula, o único motivo que leva a estatal a seguir a cotação internacional do barril de petróleo é colocar dinheiro no bolso dos acionistas da empresa, sobretudo os de Nova York.
Ele destacou ainda que, ao longo de seu governo, a petroleira manteve os preços dos combustíveis atrelados ao real.
O preço do petróleo passou por forte volatilidade na semana passada, com a invasão da Rússia à Ucrânia — tanto é que, na quinta-feira (24), logo após o início do conflito entre os países, o barril do Brent chegou a ultrapassar os US$ 100, embora tenha recuado para abaixo dessa faixa no mesmo dia.
Essa volatilidade tende a elevar ainda mais o valor dos combustíveis por aqui. Mas, hoje mais cedo a Petrobras afirmou que não pretende mexer em sua política de preços.
O argumento é o de que, se não acompanhar as cotações do petróleo e dos derivados, o mercado brasileiro de combustíveis e o abastecimento interno poderão ser afetados, como afirmou o diretor de Comercialização e Logística da estatal, Cláudio Mastella, em teleconferência com analistas para detalhar o lucro recorde de 2021.
A Petrobras utiliza o Preço de Paridade de Importação (PPI) para definir os reajustes dos valores da gasolina e óleo diesel em suas refinarias.
Por essa política, os preços internos deveriam subir em linha com a valorização das cotações do petróleo e dos seus derivados nos principais mercados mundiais de negociação, como o do Golfo do México, nos EUA, e o de Londres.
Além da commodity, também pesam no cálculo da estatal o câmbio e os custos de importação. Isso porque os principais concorrentes da empresa, atualmente, são os importadores e o objetivo da Petrobras é manter seus preços próximos aos deles.