Putin influenciou? A decisão dos produtores de petróleo após o teto de preços da Europa e a ameaça da Rússia
Presidente russo disse que vai cortar o fornecimento da commodity para os países europeus que adotarem o limite de US$ 60 para o barril russo — a ameaça bateu também na porta da Opep e de seus aliados
Os maiores produtores de petróleo do mundo se sentaram à mesa de negociações neste domingo (04) para definir metas de produção com uma crise batendo na porta. De um lado, o teto de preços da Europa para o barril russo e, do outro, as ameaças do presidente Vladimir Putin de suspender o fornecimento da commodity.
Foi nesse clima nada amistoso que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, tomaram talvez a decisão mais prudente: não mexer nos níveis de oferta — pelo menos por enquanto — e ver o que acontece daqui pra frente.
O acerto, no entanto, não foi fácil, já que a Opep+ está lidando com uma baixa expressiva do petróleo, que teve uma queda de 13% apenas no mês passado.
Russos, sauditas e americanos: a treta de milhões (de barris)
Na última reunião da Opep+, os produtores do bloco concordaram em reduzir a oferta em 2 milhões de barris por dia, reabrindo uma ferida entre a Arábia Saudita — o maior exportador do grupo — e os EUA.
Na ocasião, os norte-americanos acusaram os sauditas de diminuir a produção para sustentar os preços do petróleo no mercado internacional e apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia — um argumento refutado por Riad.
A irritação da Casa Branca não foi à toa: a decisão da Opep+ em cortar a oferta, elevando os preços, prejudicava o presidente norte-americano, Joe Biden, antes das eleições de meio de mandato e que podiam mudar o equilíbrio de forças no Congresso.
Leia Também
Vale lembrar que um dos principais efeitos colaterais da guerra entre Rússia e Ucrânia foi a disparada dos preços do petróleo, que alimentou a inflação em todo o mundo, inclusive nos EUA. Por lá, o aumento de preços da gasolina afetou diretamente a popularidade de Biden.
Esse imbróglio entre EUA, Arábia Saudita e Rússia é tamanho que delegados da Opep+ contaram que a reunião deste domingo havia sido planejada para ocorrer presencialmente na sede do cartel, em Viena, mas acabou sendo realizada de forma remota para evitar pressões, inclusive da imprensa.
- Leia também: Bolsonaro, Lula e Biden? Saiba o que um dos homens de confiança do presidente dos EUA vem fazer no Brasil
Por que a Opep se reúne tanto?
A Opep e seus aliados vêm cortando a produção desde 2020, quando o auge da pandemia de covid-19 e o fechamento das economias para conter a disseminação do novo coronavírus derrubaram as cotações do petróleo.
Desde então, o grupo vem se reunindo periodicamente para decidir se retoma ou aumenta os níveis de oferta anteriores à pandemia ou não. O acerto é feito a cada encontro e leva em consideração as condições de oferta e demanda e os preços praticados no mercado internacional.
De acordo com a consultoria Kpler, a produção da Opep caiu 550.000 barris por dia (bpd) em novembro, para 28,1 milhões de bpd — em linha com a decisão de outubro de reduzir a oferta em 2 milhões de bpd. Os dados oficiais ainda não foram divulgados.
A ameaça de Putin
A decisão da Opep+ de manter a produção foi tomada após a União Europeia e países do G7 (grupo formado por EUA, Alemanha, França, Itália, Canadá, Japão e Reino Unido) terem concordado com um teto de US$ 60 por barril de petróleo russo.
A ideia do teto de preços é garantir que as sanções contra a Rússia tenham efeito sobre a capacidade de Putin de financiar a invasão da Ucrânia sem estrangular o mercado mundial de petróleo.
Putin não deixou a medida, que deve ser oficializada na segunda-feira (05), barato. O representante permanente da Rússia para organizações internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, disse que os apoiadores europeus do teto de preços lamentariam a decisão.
“A partir deste ano, a Europa viverá sem petróleo russo”, disse Ulyanov. “Moscou já deixou claro que não fornecerá petróleo aos países que apoiam o limite de preço antimercado. Espere, muito em breve a UE acusará a Rússia de usar o petróleo como arma."
Não uma, mas várias bolhas da IA: Deutsche Bank aponta os exageros e o que realmente pode dar errado a partir de agora
Além das bandeiras vermelhas e verdes ligadas às ações de empresas de inteligência artificial, o banco alemão também acende o sinal amarelo sobre o setor
O dólar vai subir na Argentina? Banco Central anuncia mudança de regime cambial e programa de compra de reservas
A escassez contribuiu para uma corrida contra o peso em outubro, com investidores temendo que a Argentina ficasse sem dólares para sustentar as bandas cambiais
Saída de Warren Buffett e dança das cadeiras representam o fim da Berkshire Hathaway como a conhecemos?
Movimentações no alto escalão da empresa de investimentos do Oráculo de Omaha indicam que a companhia está deixando para trás sua cultura descentralizada e migrando para uma estrutura mais tradicional
Vem aí acordo de paz entre Rússia e Ucrânia? Zelensky abre mão de ingressar na Otan com início das negociações em Berlim
O presidente ucraniano disse que, em conjunto com os europeus e os EUA, está analisando um plano de 20 pontos e que, ao final disso, há um cessar-fogo
Na corrida da IA, Kinea diz que só uma big tech é realmente magnífica e não é a Nvidia — ganho no ano beira 50%
Se a big tech que mais brilhou em 2025 até aqui teve um ganho acumulado de quase 50%, na contramão, a que foi ofuscada perdeu quase 7%
CEO da Nvidia é eleito ‘Pessoa do Ano’ pelo Financial Times e diz se vai ter bolha da IA
A fabricante de chips se tornou a primeira empresa pública do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado; seus papéis acumulam valorização de 36% no ano em Nova York
EUA tomam petroleiro na costa da Venezuela — o que pode acontecer com os preços de petróleo?
As cotações operam em queda nesta quinta-feira (11), com os investidores concentrados nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia; entenda o que mexe com o mercado agora
Os juros caíram nos EUA: as janelas de oportunidade que se abrem para o investidor brasileiro
Entenda por que a decisão do Fed desta quarta-feira (10) — que colocou a taxa na faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano — importa, e como montar uma carteira de olho nos juros norte-americanos
A última do ano: Fed atende chamado do mercado e corta juros em 0,25 pp; a projeção para 2026 é de uma redução
No comunicado, o BC norte-americano indica que a incerteza sobre as perspectivas econômicas permanece elevada nos EUA e que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses
Copa do Mundo 2026: passagens para as cidades onde o Brasil joga já estão mais caras; confira os preços
Simulações do Google Flights mostram que as viagens para Nova York, Filadélfia e Miami ficaram mais caras após o sorteio da Copa do Mundo 2026
Criptomoedas como o bitcoin (BTC) podem ser um risco para os bancos dos EUA, segundo a Fitch — mas há janelas de oportunidade
A agência de classificação de risco aponta benefícios na emissão de stablecoins, na tokenização de depósitos e no uso de tecnologia blockchain
Cartão de débito internacional em dólar e euro: confira os detalhes da Conta Global integrada ao Superapp do Itaú Personnalité
A ideia é que o cliente tenha a opção disponível em 180 países, 24 horas por dia, sete dias por semana, no mesmo aplicativo em que já concentra sua vida financeira
João Fonseca x Carlos Alcaraz: veja onde assistir à partida de tênis e horário
João Fonseca x Carlos Alcaraz agita o Miami Invitational em duelo que marca a pré-temporada do brasileiro, após um ano de ascensão no circuito
Nvidia, Trump e China: o “sim” que fez a ação da gigante de chips de IA subir forte em Nova York
Os semicondutores, que são componentes essenciais em quase todas as categorias de eletrônicos, estão no centro da corrida de IA entre os Estados Unidos e a China
O polo de IA mais poderoso do mundo: por que Ray Dalio diz que Oriente Médio é o Vale do Silício dos capitalistas
O megainvestidor também fala o que pensa sobre a possibilidade de a bolha da inteligência artificial estourar, e conta o que o investidor deve fazer agora
Mega da Virada é pouco? Loteria espanhola El Gordo distribui prêmio equivalente a R$ 17,6 bilhões no Natal
Criado em 1812, o concurso espanhol é tratado como patrimônio cultural, e milhões de pessoas adquirem bilhetes na expectativa de garantir uma fatia do montante total, que movimenta algo próximo de 2,7 bilhões de euros em prêmios
Perdeu sua mala? Justiça de SP dá prazo para retirada de 17 mil objetos perdidos no aeroporto de Guarulhos; veja itens inusitados
Os objetos — que incluem bolsas, malas, mochilas, relógios, roupas e aparelhos eletrônicos — estão armazenados no galpão do Fundo Social do Município
Ataque russo com drones e mísseis atinge setores de energia nuclear e de transporte da Ucrânia, diz Kiev
Não houve nenhum avanço nas conversações intermediadas pelos Estados Unidos nesta semana com o objetivo de encerrar o conflito.
Como um surto de varíola animal ameaça a produção (e o preço) de queijos feitos com leite de cabra e ovelha
A varíola animal já levou ao abate de milhares de cabras e ovelhas na Grécia, reduzindo a oferta de leite, pressionando o preço do queijo feta e levantando críticas à resposta do governo
Bolsões de risco nos EUA: a expansão das finanças estruturadas esconde um perigo — e a Fitch diz onde ele está
As finanças estruturadas fazem parte dos mercados de capitais que securitiza os setores imobiliários, entre outras atividades