Magazine Luiza (MGLU3) dá prejuízo, mas ainda se salva num trimestre fraco para as varejistas; entenda o cenário para as gigantes do setor
Além da Magazine Luiza (MGLU3), a Via (VIIA3) surpreendeu o mercado positivamente diante de sua recuperação gradual

A divulgação dos resultados das grandes varejistas brasileiras é um dos momentos mais aguardados da temporada de balanços. E, desta vez, não foi diferente — mas os prejuízos de empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) vieram até piores do que os analistas previam.
Os números confirmam a tese de que a situação macroeconômica ainda bastante difícil afetou o bolso do consumidor. E, considerando a dependência das grandes varejistas das vendas de produtos de maior valor agregado — como televisores, geladeiras ou celulares — as empresas do setor, ainda têm um longo caminho para reverter os prejuízos apresentados ontem.
Mas, segundo analistas, a companhia de Luiza Trajano conseguiu se sair melhor que as rivais ao longo do terceiro trimestre, confirmando as expectativas.
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 40% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
De maneira geral, o período foi marcado pela alta dos juros e inflação, que além de atingir o bolso do consumidor em cheio e também o acesso ao crédito, ainda afeta a dinâmica operacional das companhias. De olho no lucro, a saída foi sacrificar margens.
E, aqui, a Magazine Luiza já saiu na frente: apesar do prejuízo de R$ 166 milhões no trimestre, a varejista atingiu sua maior margem Ebitda ajustada em dois anos, de 6% — no mesmo período de 2021, a linha estava em 4,1%; a evolução mostra o ganho de eficiência operacional da companhia em um ano. No segundo trimestre deste ano, o dado era de 5,7%.
Magazine Luiza (MGLU3): dinâmica mais saudável
Em relatório, o Credit Suisse aponta que o repasse da inflação e maiores receitas de serviços ajudaram na expansão das margens do Magazine Luiza (MGLU3), além de elogiar o crescimento de 2,3% nas receitas.
Leia Também
A XP Investimentos também pondera que a receita veio pressionada e as margens estáveis, mas que o resultado da Magalu foi melhor do que dos pares.
Entre os pontos negativos, o mercado mantém atenção para a queda nas vendas, tanto das lojas físicas quanto online. O marketplace, apesar dos diversos esforços da empresa, não cresceu conforme previsto e avançou apenas 1% no período.
As vendas totais, que incluem vendas nas três frentes citadas acima, chegaram a R$ 14,1 bilhões, alta de 2,2% na comparação anual.
Durante a teleconferência com analistas realizada nesta manhã, os executivos da empresa reforçaram uma mensagem já passada anteriormente: o cenário de fato é difícil e a base de comparação não ajuda — afinal, muitas compras de eletroeletrônicos e eletrodomésticos foram antecipadas no pico da pandemia, ou seja, no terceiro trimestre de 2021.
Para o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, é importante olhar para o futuro, com a promessa de um quadro mais favorável. O quarto trimestre do ano, que tradicionalmente já é mais positivo para o setor, ainda traz a Copa do Mundo em 2022 — eis mais uma oportunidade de consumo.
"Achávamos que o efeito da Copa seria sentido já no terceiro trimestre, mas não aconteceu. Porém, já vimos outubro e novembro melhores. Além disso, um maior efeito do auxílio deve ser mais sentido nesse período também", disse o executivo.
Ele afirmou, ainda, que a empresa fará um esforço adicional de comunicação nesses últimos meses do ano, a fim de aumentar as vendas.
Já o Bank of America (BofA) afirma que, apesar dos "resultados modestos", as ações da Magalu ainda podem subir quase o dobro — 94%, para ser mais exata. O banco tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$8.
Na avaliação da equipe do banco, a companhia da família Trajano tem vantagens competitivas quando em relação às concorrentes e tende a ganhar maior participação de mercado nos próximos meses, principalmente na categoria de bens duráveis — onde sempre operou bem.
Além disso, algumas aquisições já feitas pela companhia, também trarão mais retornos ao longo do tempo, como o site Kabum!, por exemplo.
A maior queda do Ibovespa hoje, MGLU3 fechou o dia em baixa de 13,07% , cotada a R$ 3,46.
Via (VIIA3): recuperação que vem aos poucos
Entre as varejistas, o resultado da Via (VIIA3) talvez fosse visto com maior preocupação, já que a empresa enfrenta há meses a desconfiança dos investidores. Embalada por uma série de resultados ruins e uma crise de governança, ela trouxe um prejuízo de R$ 203 milhões no terceiro trimestre.
Ainda que a cifra seja maior do que aquela registrada pela concorrente Magalu, ela representa um prejuízo 68,2% menor em relação ao mesmo período de 2021.
E isso foi suficiente para impulsionar a ação em boa parte do pregão de hoje, pelo menos no começo do dia. Ao contrário das demais empresas do setor, VIIA3 abriu em alta, mas inverteu o sinal no fim da tarde e terminou o dia com queda de 5,43%, a R$ 2,44.
Para o mercado, o prejuízo já era previsto e precificado. E, tratando-se da Via, qualquer sinal positivo já é animador e pode antecipar um futuro melhor.
Na avaliação da Genial Investimentos, por exemplo, a direção da companhia é positiva.
"Enxergamos que, dentro de suas limitações, a Via tem caminhado para uma rentabilização de suas operações. Com uma estrutura de custos e despesas mais enxutas, a varejista mostrou mais um trimestre de forte recomposição operacional", escreveram os analistas.
Destacaram, ainda, o desempenho das lojas físicas da varejista, que continuam a apresentar a melhor produtividade líquida do setor de varejo e-commerce.
Com um faturamento bruto de R$ 5,12 bilhões — alta de 3,7% na comparação anual — este canal avançou oito pontos percentuais na mesma base de comparação em participação no GMV total da Via.
Entre os pontos negativos, o mercado mantém no radar o capital de giro, a queima de caixa, principalmente nas atividades de financiamento, as despesas financeiras — que mais que dobraram no terceiro trimestre — e a fraca performance no digital.
Analistas afirmam que todas as varejistas foram obrigadas a abrir mão de vendas em nome da preservação das margens; o repasse justo de preços também é cada vez mais difícil, prejudicando o lado operacional.
Durante sua teleconferência com analistas realizada na tarde de hoje, os executivos da Via reforçaram a necessidade de continuar arrumando a casa com a intenção de competir melhor com as demais lojas.
E, claro, a aposta principal para o curto prazo também mora na proximidade da Copa do Mundo e festas de fim de ano, com a promessa de impulsionar as vendas.
Americanas (AMER3): aos poucos, alguma recuperação
No fim de outubro, foi justamente a Americanas (AMER3) a primeira a acender o alerta de que os resultados das varejistas poderiam vir mais fracos do que o previsto. Em 20 de outubro, a ação tombou mais de 10% e liderou as baixas da bolsa.
Na época, um relatório do BTG Pactual indicava que ela traria números fracos. Bom, as projeções de um balanço fragilizado de fato se confirmaram e a companhia teve prejuízo de R$ 212 milhões no terceiro trimestre — revertendo o lucro líquido de R$ 240,5 milhões do mesmo período do ano passado.
Parte do mercado esperava algo até pior e, por isso, os investidores se concentram especialmente em outras duas linhas do resultado: Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da companhia na sigla em inglês) ajustado e receitas.
O Ebitda foi de R$ 582 milhões entre julho e setembro, baixa de 21,6% na comparação com os mesmos meses de 2021.
Já a receita líquida foi de R$ 5,435 bilhões, recuo de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A performance do 3T22 foi impactada pela forte desaceleração das categorias de alto ticket, como eletrônicos, aliada à decisão da companhia de ser menos agressiva comercialmente para preservar a margem bruta em um cenário de baixa demanda e alta competição”, disse a Americanas em sua divulgação de resultados.
Para o BTG Pactual, os principais pontos de atenção com AMER3 daqui para frente são a geração de receita, fluxo de caixa e operações do e-commerce no curto prazo.
Na avaliação do Goldman Sachs, a perda de vendas online e a queima de caixa devem continuar penalizando nas ações AMER3 no curto prazo.
Por fim, o Itaú BBA rebaixou a recomendação de AMER3 para "em linha com o desempenho do mercado", já que os resultados trimestrais vieram piores do que o esperado — vale lembrar que a equipe era uma das mais otimistas com esse balanço.
Em relatório, a justificativa para a mudança está em fatores como vendas digitais fracas, resultado do Ebitda, queima de caixa e falta de visibilidade de uma melhoria operacional significativa no curto prazo.
Os papéis terminaram o dia em baixa de 3,40%, cotados a R$ 12,21.
Nem toda boa notícia é favorável: entenda por que o UBS mudou sua visão sobre Itaú (ITUB4), mesmo com resultados fortes
Relatório aponta que valorização acelerada da ação e preço atual já incorporam boa parte dos ganhos futuros do banco
Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA
A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão
A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa
O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano
Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista
A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano
Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar
A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3
Nvidia (NVDA34) é tetra: queridinha da IA alcança a marca inédita de US$ 4 trilhões em valor de mercado
A fabricante de chips já flertava com a cifra trilionária desde a semana passada, quando superou o recorde anteriormente estabelecido pela Apple
Cyrela (CYRE3) quase triplica valor de lançamentos e avança no MCMV; BTG reitera compra — veja destaques da prévia do 2T25
Na visão do banco, as ações são referência no setor, mesmo com um cenário macro adverso para as construtoras menos expostas ao Minha Casa Minha Vida
Ações da Braskem (BRKM5) saltam mais de 10% na bolsa brasileira com PL que pode engordar Ebitda em até US$ 500 milhões por ano
O que impulsiona BRKM5 nesta sessão é a aprovação da tramitação acelerada de um programa de incentivos para a indústria petroquímica; entenda
Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda
De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre
Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ?
A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal
Jeff Bezos vende mais US$ 666 milhões em ações da Amazon (AMZN34); saiba para onde está indo esse dinheiro
Fundador da Amazon já se desfez de quase 3 milhões de papéis só em julho; bilionário planeja vender cerca de 25 milhões de ações até maio de 2026
Ação do Inter (INTR) ainda tem espaço para subir bem, segundo o Citi — mas rentabilidade de 30% em 2027 ainda não convence
O Citi elevou estimativas para lucro e rentabilidade do Inter, além de aumentar o preço-alvo das ações, mas acha que plano 60-30-30 não deve se concretizar por completo
Produção pode salvar o segundo trimestre da Vale (VALE3)? Citi faz as contas e mantém cautela
Para o banco americano, os resultados do 2T25 devem apresentar melhora da produção e potencial alta no minério de ferro, que está sob pressão
BitChat: fundador do Twitter lança app que rivaliza com o WhatsApp e funciona sem internet
Aplicativo criado por Jack Dorsey permite trocar mensagens via Bluetooth ou Wi-Fi local; projeto mira privacidade, descentralização e resistência à censura
JBS (JBSS32) cai mais de 3% na B3 após previsões nada saborosas para o segundo trimestre
Goldman, XP e Itaú BBA cortam projeções e destacam a pressão nos EUA em um trimestre amargo para a gigante das carnes
Itaú BBA eleva projeção para o Ibovespa até o fim de 2025; saiba até onde o índice pode chegar
Banco destaca cenário favorável para ações brasileiras com ciclo de afrouxamento monetário e menor custo de capital
Falta de OPA na Braskem não é o que preocupa o BTG: o principal catalisador da petroquímica está em outro lugar — e não tem nada a ver com Tanure
Embora as questões de governança e mudança de controle não possam ser ignoradas, o verdadeiro motor (ou detrator) é outro; veja o que dizem os analistas
Enquanto Banco do Brasil (BBAS3) sofre o peso do agronegócio, Bradesco (BBDC4) quer aumentar carteira agrícola em até 15% na safra 2025/26
O Bradesco traçou uma meta ousada: aumentar sua carteira agrícola entre 10% e 15% para a safra 2025/2026; veja os detalhes da estratégia
XP cobra na Justiça a Grizzly Research por danos milionários após acusações de esquema de pirâmide
A corretora acusa a Grizzly Research de difamação e afirma que o relatório causou danos de mais de US$ 100 milhões, tanto em perdas financeiras quanto em danos à sua reputação
Fundador da Hypera (HYPE3) estabelece acordo para formar bloco controlador — e blindar a empresa contra a EMS; entenda
Mesmo com a rejeição da oferta pela Hypera em outubro do ano passado, a EMS segue demonstrando interesse pela aquisição da rival