Magazine Luiza (MGLU3) dá prejuízo, mas ainda se salva num trimestre fraco para as varejistas; entenda o cenário para as gigantes do setor
Além da Magazine Luiza (MGLU3), a Via (VIIA3) surpreendeu o mercado positivamente diante de sua recuperação gradual
A divulgação dos resultados das grandes varejistas brasileiras é um dos momentos mais aguardados da temporada de balanços. E, desta vez, não foi diferente — mas os prejuízos de empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) vieram até piores do que os analistas previam.
Os números confirmam a tese de que a situação macroeconômica ainda bastante difícil afetou o bolso do consumidor. E, considerando a dependência das grandes varejistas das vendas de produtos de maior valor agregado — como televisores, geladeiras ou celulares — as empresas do setor, ainda têm um longo caminho para reverter os prejuízos apresentados ontem.
Mas, segundo analistas, a companhia de Luiza Trajano conseguiu se sair melhor que as rivais ao longo do terceiro trimestre, confirmando as expectativas.
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De maneira geral, o período foi marcado pela alta dos juros e inflação, que além de atingir o bolso do consumidor em cheio e também o acesso ao crédito, ainda afeta a dinâmica operacional das companhias. De olho no lucro, a saída foi sacrificar margens.
E, aqui, a Magazine Luiza já saiu na frente: apesar do prejuízo de R$ 166 milhões no trimestre, a varejista atingiu sua maior margem Ebitda ajustada em dois anos, de 6% — no mesmo período de 2021, a linha estava em 4,1%; a evolução mostra o ganho de eficiência operacional da companhia em um ano. No segundo trimestre deste ano, o dado era de 5,7%.
Magazine Luiza (MGLU3): dinâmica mais saudável
Em relatório, o Credit Suisse aponta que o repasse da inflação e maiores receitas de serviços ajudaram na expansão das margens do Magazine Luiza (MGLU3), além de elogiar o crescimento de 2,3% nas receitas.
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A XP Investimentos também pondera que a receita veio pressionada e as margens estáveis, mas que o resultado da Magalu foi melhor do que dos pares.
Entre os pontos negativos, o mercado mantém atenção para a queda nas vendas, tanto das lojas físicas quanto online. O marketplace, apesar dos diversos esforços da empresa, não cresceu conforme previsto e avançou apenas 1% no período.
As vendas totais, que incluem vendas nas três frentes citadas acima, chegaram a R$ 14,1 bilhões, alta de 2,2% na comparação anual.
Durante a teleconferência com analistas realizada nesta manhã, os executivos da empresa reforçaram uma mensagem já passada anteriormente: o cenário de fato é difícil e a base de comparação não ajuda — afinal, muitas compras de eletroeletrônicos e eletrodomésticos foram antecipadas no pico da pandemia, ou seja, no terceiro trimestre de 2021.
Para o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, é importante olhar para o futuro, com a promessa de um quadro mais favorável. O quarto trimestre do ano, que tradicionalmente já é mais positivo para o setor, ainda traz a Copa do Mundo em 2022 — eis mais uma oportunidade de consumo.
"Achávamos que o efeito da Copa seria sentido já no terceiro trimestre, mas não aconteceu. Porém, já vimos outubro e novembro melhores. Além disso, um maior efeito do auxílio deve ser mais sentido nesse período também", disse o executivo.
Ele afirmou, ainda, que a empresa fará um esforço adicional de comunicação nesses últimos meses do ano, a fim de aumentar as vendas.
Já o Bank of America (BofA) afirma que, apesar dos "resultados modestos", as ações da Magalu ainda podem subir quase o dobro — 94%, para ser mais exata. O banco tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$8.
Na avaliação da equipe do banco, a companhia da família Trajano tem vantagens competitivas quando em relação às concorrentes e tende a ganhar maior participação de mercado nos próximos meses, principalmente na categoria de bens duráveis — onde sempre operou bem.
Além disso, algumas aquisições já feitas pela companhia, também trarão mais retornos ao longo do tempo, como o site Kabum!, por exemplo.
A maior queda do Ibovespa hoje, MGLU3 fechou o dia em baixa de 13,07% , cotada a R$ 3,46.
Via (VIIA3): recuperação que vem aos poucos
Entre as varejistas, o resultado da Via (VIIA3) talvez fosse visto com maior preocupação, já que a empresa enfrenta há meses a desconfiança dos investidores. Embalada por uma série de resultados ruins e uma crise de governança, ela trouxe um prejuízo de R$ 203 milhões no terceiro trimestre.
Ainda que a cifra seja maior do que aquela registrada pela concorrente Magalu, ela representa um prejuízo 68,2% menor em relação ao mesmo período de 2021.
E isso foi suficiente para impulsionar a ação em boa parte do pregão de hoje, pelo menos no começo do dia. Ao contrário das demais empresas do setor, VIIA3 abriu em alta, mas inverteu o sinal no fim da tarde e terminou o dia com queda de 5,43%, a R$ 2,44.
Para o mercado, o prejuízo já era previsto e precificado. E, tratando-se da Via, qualquer sinal positivo já é animador e pode antecipar um futuro melhor.
Na avaliação da Genial Investimentos, por exemplo, a direção da companhia é positiva.
"Enxergamos que, dentro de suas limitações, a Via tem caminhado para uma rentabilização de suas operações. Com uma estrutura de custos e despesas mais enxutas, a varejista mostrou mais um trimestre de forte recomposição operacional", escreveram os analistas.
Destacaram, ainda, o desempenho das lojas físicas da varejista, que continuam a apresentar a melhor produtividade líquida do setor de varejo e-commerce.
Com um faturamento bruto de R$ 5,12 bilhões — alta de 3,7% na comparação anual — este canal avançou oito pontos percentuais na mesma base de comparação em participação no GMV total da Via.
Entre os pontos negativos, o mercado mantém no radar o capital de giro, a queima de caixa, principalmente nas atividades de financiamento, as despesas financeiras — que mais que dobraram no terceiro trimestre — e a fraca performance no digital.
Analistas afirmam que todas as varejistas foram obrigadas a abrir mão de vendas em nome da preservação das margens; o repasse justo de preços também é cada vez mais difícil, prejudicando o lado operacional.
Durante sua teleconferência com analistas realizada na tarde de hoje, os executivos da Via reforçaram a necessidade de continuar arrumando a casa com a intenção de competir melhor com as demais lojas.
E, claro, a aposta principal para o curto prazo também mora na proximidade da Copa do Mundo e festas de fim de ano, com a promessa de impulsionar as vendas.
Americanas (AMER3): aos poucos, alguma recuperação
No fim de outubro, foi justamente a Americanas (AMER3) a primeira a acender o alerta de que os resultados das varejistas poderiam vir mais fracos do que o previsto. Em 20 de outubro, a ação tombou mais de 10% e liderou as baixas da bolsa.
Na época, um relatório do BTG Pactual indicava que ela traria números fracos. Bom, as projeções de um balanço fragilizado de fato se confirmaram e a companhia teve prejuízo de R$ 212 milhões no terceiro trimestre — revertendo o lucro líquido de R$ 240,5 milhões do mesmo período do ano passado.
Parte do mercado esperava algo até pior e, por isso, os investidores se concentram especialmente em outras duas linhas do resultado: Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da companhia na sigla em inglês) ajustado e receitas.
O Ebitda foi de R$ 582 milhões entre julho e setembro, baixa de 21,6% na comparação com os mesmos meses de 2021.
Já a receita líquida foi de R$ 5,435 bilhões, recuo de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A performance do 3T22 foi impactada pela forte desaceleração das categorias de alto ticket, como eletrônicos, aliada à decisão da companhia de ser menos agressiva comercialmente para preservar a margem bruta em um cenário de baixa demanda e alta competição”, disse a Americanas em sua divulgação de resultados.
Para o BTG Pactual, os principais pontos de atenção com AMER3 daqui para frente são a geração de receita, fluxo de caixa e operações do e-commerce no curto prazo.
Na avaliação do Goldman Sachs, a perda de vendas online e a queima de caixa devem continuar penalizando nas ações AMER3 no curto prazo.
Por fim, o Itaú BBA rebaixou a recomendação de AMER3 para "em linha com o desempenho do mercado", já que os resultados trimestrais vieram piores do que o esperado — vale lembrar que a equipe era uma das mais otimistas com esse balanço.
Em relatório, a justificativa para a mudança está em fatores como vendas digitais fracas, resultado do Ebitda, queima de caixa e falta de visibilidade de uma melhoria operacional significativa no curto prazo.
Os papéis terminaram o dia em baixa de 3,40%, cotados a R$ 12,21.
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