De exploração de terra indígena a esquema de corrupção: Glencore vai pagar US$ 1,5 bilhão em multas por subornos em 7 países, inclusive no Brasil
A companhia pagará aproximadamente US$ 1 bilhão às autoridades norte-americanas e cerca de US$ 40 milhões pela operação no Brasil
A gigante das commodities Glencore, que quer explorar e minerar em terras indígenas brasileiras, admitiu ter subornado e manipulado o mercado nos Estados Unidos, no Reino Unido e até no Brasil durante mais de uma década. Mas a confissão não veio sozinha: a empresa terá que pagar multas bilionárias pela corrupção.
Ao todo, o esquema da mineradora anglo-suíça envolveu propinas para autoridades estrangeiras em sete países, além de manipulação dos preços de combustíveis em dois dos maiores portos de embarque dos EUA.
Segundo Damian Williams, principal promotor federal de Manhattan, a empresa pagou mais de US$ 100 milhões em subornos a funcionários dos governos do Brasil, Venezuela, Nigéria e República Democrática do Congo. “O suborno foi incorporado à cultura corporativa. O tom de cima foi claro: o que for preciso.”
Um bilhão em penalidade
A Glencore espera pagar em torno de US$ 1,5 bilhão em multas e penalidades pelos atos de corrupção. Desse total, aproximadamente US$ 1 bilhão será pago às autoridades norte-americanas, enquanto cerca de US$ 40 milhões será destinado ao Brasil.
O restante deve ser direcionado ao pagamento para o Reino Unido, mas o valor oficial só será definido em audiência no próximo mês, uma vez que a penalidade está sendo definida separadamente.
Apesar de ser um valor significativo e estar entre as maiores multas anticorrupção já aplicadas, o montante é pequeno comparado ao que a Glencore fatura anualmente, com uma receita de aproximadamente US$ 17 bilhões neste ano, de acordo com o consenso dos analistas.
Leia Também
Ou seja, a empresa precisaria apenas de cinco semanas para recuperar o bilhão de dólares pago em multas.
É importante destacar que, até então, nenhum dos principais executivos da empresa enfrentou acusações.
As corrupções da Glencore
De acordo com a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a corrupção, subornos e manipulação de mercado da Glencore aconteceram pelo menos de 2007 a 2018.
Os traders da empresa teriam utilizado códigos como “jornais” ou “chocolates” para falar das propinas pagas aos agentes, segundo a CFTC.
"A Glencore pagou propinas para garantir contratos de petróleo, para evitar auditorias governamentais, a juízes para fazer os processos desaparecerem", disse Damian Williams, procurador de Manhattan.
A primeira notícia de investigação da gigante de commodities surgiu em 2018 nos Estados Unidos. Três anos depois, foram descobertas informações sobre corrupção na África.
Os detalhes apareceram após um ex-operador da Glencore se declarar culpado nos EUA por ter feito parte de um esquema internacional para pagar funcionários na Nigéria para ter um tratamento favorável da estatal petrolífera do país.
A investigação foi aberta em 2019 pelo Serious Fraud Office (SFO) do Reino Unido por pagar mais de US$ 25 milhões em operações de petróleo na Nigéria, Camarões, Costa do Marfim, Guiné Equatorial e Sudão do Sul.
A Glencore e a Petrobras
No Brasil, a Glencore foi investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) por pagar propinas milionárias, junto das companhias Vitol e Trafigura, a funcionários da Petrobras na Operação Lava Jato.
A situação de suborno envolveu cerca de 160 operações de compra e venda de petróleo e derivados da commodity, além do aluguel de tanques para armazenamento de combustíveis entre 2009 e 2014.
No começo de 2022, a empresa fechou um acordo de leniência — mecanismo de combate à corrupção celebrado entre infratores confessos e órgãos estatais — com a Petrobras para pagar à estatal US$ 39,6 milhões pelos atos de corrupção.
Já em fevereiro deste ano, a companhia disse esperar resolver as investigações do Reino Unido, Estados Unidos e Brasil ainda em 2022 e afirmou que reservaria US$ 1,5 bilhão para cobrir os custos. Vale destacar que as investigações na Suíça e na Holanda ainda estão em andamento.
*Com informações de Bloomberg e Reuters
Atualização pela manhã: desdobramentos da guerra na Síria, tensão no governo francês e expectativas com a Selic movimentam bolsas hoje
A semana conta com dados de inflação no Brasil e com a decisão sobre juros na próxima quarta-feira, com o exterior bastante movimentado
Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA
Após dia de pressão no mercado, ação da Petrobras (PETR4) sobe com maior descoberta de gás natural da Colômbia; troca no conselho vai para escanteio
Depois de a estatal confirmar a possível troca na presidência do conselho, o impacto negativo nos mercados foi amenizado após o anúncio do projeto de exploração em consórcio com a Ecopetrol
As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara
Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul
Mercado sob pressão: Ações da Petrobras (PETR4) caem e Ibovespa toca mínimas do dia com rumores sobre troca de presidente do conselho
As ações ordinárias PETR3 encerraram o pregão em queda de 0,96%, negociadas a R$ 42,37; Ibovespa também reduziu ganhos, fechando o dia com queda de 0,04%, aos 126.087,02 pontos
Um presente e um almoço: pregão espremido entre feriado e fim de semana deve trazer volatilidade para bolsa brasileira hoje
Em dia de pagamento da primeira parcela do décimo terceiro e Black Friday, investidor deve continuar a digerir o pacote apresentado por Haddad
Seu pacote chegou! Haddad confirma corte de R$ 70 bilhões, mas isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve pesar na bolsa hoje
O feriado do dia de Ação de Graças mantém as bolsas dos Estados Unidos fechadas por hoje e amanhã, o que deve aumentar a volatilidade global
Petrobras (PETR4) abre processo para vender fatia de 25% no Campo de Tartaruga, em Sergipe
A decisão de desinvestimento, segundo a estatal, é justificada por ser tratar de um “ativo não operado”
Oi (OIBR3) disparou 19% na bolsa após mudanças no regime de telefonia, mas não é hora de comprar a ação; veja motivo
Casa de análise prefere ação de concorrente com potencial para se tornar uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa; conheça a recomendação
Por que as ações da Brava Energia (BRAV3) saltam mais de 10% e lideram as altas do Ibovespa hoje?
Desempenho positivo dos papéis vem na esteira do investimento milionário em novos campos de petróleo
A ‘rainha dos dividendos’ está de volta? Petrobras (PETR4) ‘parece criar espaço para proventos mais elevados’, diz BTG – veja se vale investir
Petrobras animou investidores com dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões e a divulgação do plano de negócios – entenda o que esperar das ações nos próximos 5 anos
Petrobras (PETR4): UBS BB aposta alto em dividendos e projeta valorização de 30% das ações para 2025; veja o novo preço-alvo
O banco afirma que o dividend yield da estatal no próximo ano deve ser de 16%, mas o indicador poderia chegar a 20%
A Arábia Saudita tem um projeto ambicioso para ‘se livrar’ da dependência do petróleo – mas é justamente a commodity que pode atrapalhar os planos
A trajetória de gastos para o projeto Neom pode não ser sustentável, em um contexto de queda da demanda por petróleo e aumento do déficit fiscal
O pacote (fiscal) saiu para entrega: investidores podem sentir alívio com anúncio entre hoje e amanhã; bolsas tentam alta no exterior
Lá fora, a Europa opera em alta enquanto os índices futuros de Nova York sobem à espera dos dados de inflação da semana
Petrobras (PETR4) reafirma que retomada do investimento em etanol se dará por meio de parcerias estratégicas
Investimento de US$ 2,2 bilhões pela estatal no segmento de 2025 a 2029, previsto no plano estratégico, chamou a atenção do mercado
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Mistério detalhado: Petrobras (PETR4) vai investir 11,9% a menos em 2025 e abre janela de até US$ 55 bilhões para dividendos; confira os números do Plano Estratégico 2025-2029
Já era sabido que a petroleira investiria US$ 111 bilhões nos próximos cinco anos, um aumento de 8,8% sobre a proposta anterior; mercado queria saber se o foco seria em E&P — confira a resposta da companhia
Dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): conselho aprova o pagamento de R$ 20 bilhões; veja quem tem direito ao provento
Além dos proventos anunciados hoje, estatal já aprovou R$ 17,12 bilhões em dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2024
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson