Os empregos no Brasil estão começando a aparecer novamente: o país abriu mais de 615 mil vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano. Mas, infelizmente, as oportunidades seguem desiguais em termos de remuneração entre homens e mulheres.
Segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Novo Caged), as mulheres foram as que mais assinaram contratos de admissão. Mais de 70 mil trabalhadoras entraram ou reingressaram no mercado em março, cerca de 5 mil a mais que o número de homens.
Contudo, as mulheres ainda recebem salários menores. Elas ganham 20% a menos que eles, segundo a consultoria IDados, que utiliza informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E essa disparidade aumenta na área de tecnologia - o setor com mais vagas disponíveis.
O Banco Nacional de Empregos (BNE) apontou que a diferença salarial entre os gêneros em um cargo de desenvolvedor front-end é de 63,2%. Confira, os cargos com maior discrepância de remuneração, segundo levantamento do BNE.
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Cargos com maior diferença salarial
A diferença salarial entre homens e mulheres não tem nada a ver com a proporção de vagas. Ou seja: o motivo não é a falta de posições disponíveis no mercado de trabalho.
Um exemplo disso é o cargo de técnico administrativo, apontado como um dos grandes grupos de profissionais pelo Caged. Cerca de 9.281 mulheres foram admitidas em março, frente ao número de 8.427 homens. Contudo, é a segunda posição com maior disparidade salarial, segundo o BNE.
Veja a seguir a lista de empregos e suas respectivas variações de remuneração entre homens e mulheres:
- Desenvolvedor Front-end - diferença de 63,2%
- Técnico administrativo - 58%
- Gerente geral - 57,9%
- Supervisor de produção - 56,3%
- Supervisor de vendas - 43,4%
- Auxiliar de Manutenção - 41,7%
- Engenheiro Civil - 38,6%
- Gerente de Projetos - 36%
- Analista de Qualidade - 35,8%
- Comprador - 31,2%
O levantamento considerou os todos níveis hierárquicos: desde cargos de liderança, como gerentes e supervisores, até outras funções, como auxiliares e analistas.
Outro aspecto que chama a atenção é a relação entre renda e escolarização. Segundo o BNE, os homens têm maiores salários e ocupam cargos mais altos, mas as mulheres são mais escolarizadas: 29,75% delas frequentaram o ensino superior contra 21,5% dos homens, conforme a pesquisa Estatísticas de Gênero, do IBGE.
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