O Credit Suisse já foi um dos bancos de investimento mais robustos do mundo. Nos últimos anos, porém, uma sucessão de escândalos levou a instituição suíça para a beira do abismo financeiro.
Às voltas com prejuízos bilionários, saques da ordem de dezenas de bilhões de francos suíços - centenas de bilhões se convertermos para o real - e um aumento de capital, o Credit Suisse agora chama a atenção de potenciais investidores.
Um príncipe-herdeiro saudita e um fundo de private equity dos EUA estariam entre aqueles que enxergam uma oportunidade na crise do banco, segundo informações do Wall Street Journal.
Quem são os potenciais investidores do Credit Suisse?
O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman está considerando um investimento de cerca de US$ 500 milhões na CS First Boston (CSFB), nova unidade do banco de investimento.
Mohammed bin Salman também seria a favor do CEO designado do CSFB, Michael Klein.
Outro interessado seria Bob Diamond, que já esteve à frente do Barclays e hoje dirige o fundo de private equity Atlas Merchant Capital.
De acordo com o Wall Street Journal, as propostas ainda não foram formalizadas, mas totalizaram o equivalente a mais de US$ 1 bilhão.
Até o momento, o Credit Suisse não se pronunciou sobre o teor da reportagem.
A reformulação do Credit Suisse
Uma das alternativas buscadas pelo Credit Suisse para viver dias melhores encontra-se na reformulação de sua unidade de banco de investimentos.
A instituição financeira anunciou em outubro que ressuscitaria a marca First Boston. Informou também que Klein, membro do conselho de administração da matriz, seria o CEO do CSFB.
Em seguida, o Saudi National Bank (SNB), controlado pelo governo da Arábia Saudita, comprometeu-se a investir até 1,5 bilhão de francos suíços (US$ 1,6 bilhão) no próprio Credit Suisse em troca de uma fatia de até 9,9%.
Também deixou as portas abertas para apoiar a refundação do CSFB, que deve operar como uma unidade independente com sede em Nova York.
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Revisita às glórias do passado?
A história do Credit Suisse com a marca First Boston data de 1978, quando a dupla se aliou para operar no mercado de títulos da dívida de Londres.
Posteriormente, eles se fundiram para criar o CS First Boston, mas a transação enfrentou problemas administrativos e regulatórios.
Entre investidores e analistas, a dúvida é se o CS First Boston será capaz de revisitar as glórias do passado em um mercado em retração.
*Com informações do Wall Street Journal e da Reuters.