A crise do preço dos combustíveis e a pressão para a criação de um subsídio com recursos do Tesouro, para conter a alta da gasolina, acirraram os ânimos entre os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes. E essa disputa pode se refletir no comando da Petrobras (PETR4).
Nos bastidores, o nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Mário Paes de Andrade, tem sido indicado ao presidente Jair Bolsonaro para substituir Joaquim Silva e Luna no comando da Petrobras.
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Ele, que já foi presidente do Serpro (estatal de processamento de dados do governo), é auxiliar de Guedes e atua à frente da digitalização dos serviços públicos na plataforma Gov.br.
Porém, o aparecimento do nome foi interpretado no Ministério de Minas e Energia como uma tentativa de ingerência de Guedes na área que não é dele, para apoiar a saída de Silva e Luna. Vale lembrar que o ministro da Economia indicou o primeiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro, Roberto Castelo Branco.
Na contramão, o ministro Bento Albuquerque e outros ministros têm apoiado Silva e Luna a permanecer na Petrobras, mas sua situação no cargo segue delicada, segundo fontes.
Guedes nega indicação para Petrobras
Em meio às notícias de que a saída do presidente da Petrobras pode ocorrer no dia 13 de abril, data da eleição do novo conselho de administração da empresa, Guedes negou a interlocutores que tenha sugerido o nome de Andrade.
Mas em conversas com auxiliares não esconde que está cada vez mais desconfortável com a pressão do Ministério de Minas e Energia para a criação de um subsídio com recursos do Tesouro.
A percepção na área econômica é que Bento estaria acuado com as críticas de Bolsonaro à Petrobras e tentando jogar a conta para o Ministério da Economia via subsídio "sem controlar os lucros abusivos da empresa", motivo de descontentamento do presidente.
Guedes e equipe preferem esperar o cenário internacional antes de decidir sobre a criação de um subsídio.
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*Com informações do Estadão Conteúdo