O Sri Lanka, uma ilha localizada no sul da Índia, tem vivenciado uma onda de protestos que atingiu o seu ápice neste sábado (9), com a invasão de manifestantes na residência presidencial, em Colombo. Eles pediam renúncia do presidente.
Em grave crise econômica, o país está com dificuldades de pagar importações de alimentos, remédios e, principalmente, combustível.
No fim de junho, em temor ao esgotamento dos estoques de combustível, o Sri Lanka fechou escolas e passou a permitir que apenas veículos associados a serviços essenciais abasteçam.
O presidente e o primeiro-ministro deixaram o país na manhã deste sábado, antes da invasão à residência oficial.
Causas da crise do Sri Lanka
A disparada do preço do petróleo e a guerra na Ucrânia intensificaram a alta da inflação no Sri Lanka, que está em escalada desde outubro de 2021.
No mês passado, o primeiro-ministro Wickremesinghe, afirmou que a economia do país entrou em colapso. Ele disse que as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) são complexas porque o país estaria falido.
Em abril, o Sri Lanka anunciou que estava suspendendo o pagamento de empréstimos estrangeiros devido a uma escassez dessas moedas. A dívida externa total do país é de US$ 51 bilhões, com previsão de crescimento de mais de US$ 28 bilhões até o final de 2027.
Renúncia do primeiro-ministro
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, concordou em renunciar ao cargo neste sábado depois que líderes do seu partido exigiram que ele e o presidente renunciassem.
Em pronunciamento no Twitter, o primeiro-ministro reafirmou que deixará o cargo "para garantir a continuação do governo, incluindo a segurança de todos os cidadãos".
O porta-voz do primeiro-ministro, Dinouk Colambage, informou, contudo, que Wickremesinghe renunciará quando todos os partidos concordarem em formar um novo governo. Ele havia assumido o cargo em maio, após a renúncia do irmão mais velho do presidente.
Presidente também deve deixar o cargo
O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, também disse que renunciará ao cargo. Ele deve deixar o cargo na próxima quarta-feira (13).
De acordo com a constituição do país, se o primeiro-ministro e o presidente renunciarem, o presidente do parlamento deve assumir como presidente interino. O período máximo é de 30 dias.
Enquanto isso, o parlamento elegerá, entre os representantes, um novo governante, que ocupará o cargo pelos próximos dois anos restantes do atual mandato.
*Com informações de CNN Brasil, Estadão Conteúdo e Reuters