Facebook (FBOK34), Apple (AAPL34), Airbnb (AIRB34), Nike (NIKE34), Disney (DISB34), Boeing (BOEI34), Exxon Mobil (EXXO34). A lista de empresas de vários setores que estão cortando os laços com o governo de Vladimir Putin não para de crescer desde a invasão da Rússia à Ucrânia.
A suspensão de atividades e fechamento de lojas dessas companhias aumenta ainda mais a dor econômica do país, que começa a sentir os efeitos de uma série de sanções severas e abrangentes impostas pelos Estados Unidos e seus aliados.
Além de mirar setores como defesa e óleo e gás — as joias da coroa russa —, restrições foram também impostas aos bilionários ligados a Putin e ao acesso do país às suas reservas cambiais no exterior.
Muitos bancos russos também foram excluídos do Swift, uma rede global que as empresas financeiras usam para realizar transações.
Como resultado, o valor do rublo despencou, a Rússia foi forçada a aumentar acentuadamente as taxas de juros e o país manteve seu mercado de ações fechado para evitar mais problemas econômicos e financeiros.
Confira os principais anúncios de ruptura das empresas com o governo de Putin nos últimos dias, por setor.
Big Techs
A Meta, controladora do Facebook, disse na segunda-feira (28) que bloquearia o acesso aos meios de comunicação russos RT e Sputnik em toda a União Europeia (UE).
No mesmo dia, a Netflix disse que estava se recusando a transmitir canais de TV estatais russos – algo que o streamer seria obrigado a fazer pela lei do país a partir desta semana.
Além disso, a gigante do streaming também pausou todos os futuros projetos e aquisições na Rússia, incluindo a série Zato que estava sendo gravada no idioma local.
No dia seguinte, a Apple parou de vender seus produtos na Rússia e também passou a limitar o acesso a serviços digitais como o Apple Pay e restringiu a disponibilidade de aplicativos de mídia estatal russos fora do país.
O Twitter também anunciou planos para "reduzir a visibilidade e a amplificação" do conteúdo da mídia estatal russa.
Entretenimento
Os estúdios de entretenimento como a Disney e a WarnerMedia - controladora da CNN - pararam de lançar filmes no país.
A Disney foi a primeira da fila a anunciar a suspensão dos novos filmes nos cinemas russos. A empresa decidiu adiar a estreia de “Turning Red” (em português, Red: Crescer é uma Fera).
No caso da WarnerMedia, a suspensão atingiu diretamente a estreia do filme “O Batman”, que aconteceria hoje.
Hospedagem na Rússia
Agora está mais difícil se hospedar na Rússia. A plataforma de compartilhamento de casas Airbnb suspendeu todas as operações no país e em Belarus.
Brian Chesky, CEO e cofundador da empresa, anunciou a mudança no Twitter na quinta-feira (03), enquanto as empresas continuam boicotando a Rússia após a invasão da Ucrânia.
Na segunda-feira, o Airbnb disse ofereceria alojamento temporário e gratuito para até 100 mil refugiados da Ucrânia. A empresa financiará essas estadias com a ajuda de anfitriões do Airbnb e doações para o Fundo de Refugiados Airbnb.org.
Petróleo e gás
A Exxon anunciou na terça-feira que deixaria seu último projeto russo, enquanto outros players globais de energia, incluindo BP e Shell, também se distanciaram.
A Equinor, maior empresa de energia da Noruega, anunciou na segunda-feira que começaria a se retirar de suas joint ventures na Rússia, avaliadas em cerca de US$ 1,2 bilhão.
Setor financeiro
A Mastercard anunciou na segunda-feira que "bloqueou várias instituições financeiras" de sua rede como resultado de sanções e "continuará a trabalhar com reguladores nos próximos dias".
No dia seguinte foi a vez da Visa, que informou que estava adotando medidas para cumprir as determinações à medida que a guerra avançava.
Aviação
Os fabricantes de aviões Boeing e Airbus pararam de fornecer peças e suporte de serviço para operadoras russas. A Boeing suspendeu as principais operações em Moscou e fechou temporariamente seu escritório em Kiev.
As companhias aéreas russas têm 62 aviões encomendados com os dois fabricantes, de acordo com a Reuters.
Automotivo
A Ford anunciou na terça-feira que estava suspendendo suas operações na Rússia. A montadora americana tem participação de 50% na Ford Sollers, joint venture que emprega pelo menos 4 mil pessoas e é compartilhada com a russa Sollers.
Já a General Motors disse na sexta-feira que estava interrompendo todas as exportações para o país "até novo aviso".
A Volvo Cars e a Harley-Davidson também foram pelo mesmo caminho, enquanto Renault e Toyota anunciaram paralisações específicas de suas unidades.
Confira a lista com outras empresas que também anunciaram a suspensão de atividades na Rússia após a invasão da Ucrânia:
- Dell
- UPS
- FedEx
- Maersk
- H&M
- Ikea
- Nike
O efeito das sanções contra a Rússia
O impacto das sanções tornou praticamente impossível para as empresas fazer negócios naquela que é a 12ª maior economia do mundo e também um grande exportador de suprimentos de energia.
Além disso, muitas empresas se preocupam com o impacto em sua imagem corporativa globalmente caso continuem a fazer negócios na Rússia.
A reação do governo da Rússia
A Rússia não está assistindo a saída das empresas do país sem fazer nada. Na tentativa de impedir esse êxodo, o governo russo anunciou novos controles de capital nesta semana.
Na terça-feira (01), o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, disse que as empresas ocidentais estavam tomando decisões por causa de "pressão política" e seriam impedidas de vender ativos russos até que isso desapareça.