Pegando fogo: ações ligadas à cannabis disparam às vésperas de votação na Câmara dos EUA; gestores confiam em recuperação
Fundos de cannabis avançam diante de expectativa de avanço na legislação federal norte-americana em torno da descriminalização
O otimismo dos investidores quanto à possibilidade de avanço na legislação federal dos Estados Unidos rumo a uma futura legalização da maconha alimenta uma nova onda de alta dos ativos financeiros relacionados à indústria da cannabis.
O ETF Alternative Harvest, por exemplo, acumula ganhos de mais de 10% em março e caminha para seu melhor desempenho mensal desde fevereiro de 2021. Como grande parte dos ativos financeiros ligados à cannabis, porém, o fundo registra forte queda no acumulado em 12 meses.
A recente alta nas ações de fabricantes de produtos à base do canabidiol coincide com movimentos similares ocorridos no passado diante da expectativa de avanços regulatórios.
MORE deve ser votado na Câmara ainda esta semana
Hoje, o projeto de lei conhecido pelas iniciais MORE, destinado a descriminalizar a maconha em âmbito federal nos EUA, deve passar por uma comissão na Câmara. Além da descriminalização, a lei prevê regulações bancárias e para a venda de produtos embalados.
A expectativa é de que a votação seja simbólica. Caso isso confirme, o MORE poderá ser pautado para votação pelo plenário da Câmara ainda esta semana.
“Estou muito otimista com a aprovação do MORE na Câmara”, afirmou o deputado Ed Perlmutter (democrata pelo Colorado) à emissora norte-americana CNBC.
Leia Também
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Nos EUA, o problema é o Senado
Entretanto, na avaliação de analistas políticos norte-americanos, o problema não é a Câmara, mas o Senado. Em 2020, o MORE chegou a passar na Câmara, mas parou no Senado.
Jaret Seiberg, analista da Cowen Research, observa que os democratas precisariam de pelo menos dez votos republicanos no Senado para superar qualquer possibilidade de obstrução e passar um projeto de lei descriminalizando a maconha.
De qualquer modo, ele acredita na possibilidade de a lei avançar no Senado em 2023 se os democratas mantiverem o controle do Senado nas eleições de meio de mandato previstas para o segundo semestre deste ano.
Gestores de fundos mantêm aposta na cannabis
E é justamente a expectativa de avanços regulatórios nos próximos anos - ainda que lentos - que mantém os gestores dos fundos de cannabis animados com o rendimento deles no médio prazo.
Os primeiros fundos de investimentos no setor de cannabis chegaram ao Brasil no fim de 2019 envoltos mais em euforia do que em polêmicas.
No início de 2021, quando o valor desses fundos disparou, a tese de ganhos exponenciais com a “indústria da maconha” parecia começar a se cumprir muito mais rápido do que imaginavam seus mais otimistas entusiastas.
Longe das máximas
Pouco tempo depois, entretanto, a euforia passou — esses fundos mudaram de curso e passaram a registrar fortes perdas. Um ano depois de terem atingido seu ápice, mesmo com a recuperação recente, os fundos ligados à cannabis encontram-se distantes de suas máximas históricas.
No início de março, o Seu Dinheiro resolveu, então, investigar os motivos que levam à queda desses fundos e por que seus entusiastas mantêm-se irredutíveis na defesa de que ganhos exponenciais podem ser obtidos em um futuro relativamente próximo.
Para muito além da volatilidade, eles apresentam desvalorização acumulada de aproximadamente 50% nos últimos 12 meses. O que mais chama a atenção, porém, é o fato de os principais defensores da tese de investimento em cannabis seguirem firmes em suas posições.

Como investir em cannabis
Apenas duas corretoras oferecem no momento acesso a fundos de cannabis no Brasil: a XP, que administra o Trend Cannabis, e a Vitreo, com os fundos Canabidiol, Canabidiol Light e Cannabis Ativo — o BTG Pactual, dono da Vitreo, oferece acesso a este último através de sua plataforma de investimentos.
Em resumo, as corretoras captam os recursos dos investidores e os alocam em fundos estrangeiros que reúnem empresas de capital aberto que atuam no setor de cannabis, principalmente nos EUA e no Canadá. Portanto, além das questões regulatórias e legislativas, isso acarreta também algum risco cambial.
Entramos em contato tanto com a XP quanto com a Vitreo para falar sobre o desempenho dos fundos de cannabis até aqui e as perspectivas para o futuro. A XP, no entanto, não quis comentar sobre o fundo Trend Cannabis, que acumula perda de 50% em relação em 12 meses.

Tese inalterada
Na Vitreo, fomos atendidos por George Wachsmann. Ele é Chief Investiment Officer (CIO) e sócio fundador da casa — e prefere ser chamado de Jojo. Pois bem: em entrevista ao Seu Dinheiro, Jojo adianta sua posição sem meias palavras. “A tese [de investimento] está inalterada”, afirma.
O primeiro fundo de canabis da Vitreo foi lançado em outubro de 2019. Batizado ‘Vitreo Canabidiol’, ele ficou restrito a investidores qualificados — aqueles com patrimônio investido igual ou superior a R$ 1 milhão.
“Eu adoraria estar lançando o fundo hoje, e não quando a gente lançou”, admite Jojo. “Se formos pensar em timing de mercado, a gente lançou antes da hora”, acredita ele. Desde o lançamento, o Canabidiol caiu 19,5%.
‘Só uma pontinha’
Wachsmann segue firme na tese e sustenta que quem vai investir nesse tipo de fundo precisa ter em mente que é preciso ser parcimonioso com setores voláteis, como o de cannabis. "Eu falava que era só uma pontinha. Se a pessoa respeitou a pontinha, entendeu que era longo prazo, beleza", diz ele.
O fato, segundo Jojo, é que a regulamentação e a legalização da indústria da cannabis não vão parar. Pode ser que ocorra alguma acomodação nos avanços, mas o CFO da Vitreo não vê espaço para retrocessos.
Foi só em 2020, por exemplo, que a Organização das Nações Unidas (ONU) retirou a maconha da lista de drogas consideradas mais perigosas, o que a equiparava à cocaína ou à heroína.
Jojo conta que, quando lançou o primeiro fundo, tinha medo de ver alguma manchete estampada como “Vitreo lança fundo de maconha”.
Era um tabu econômico que virou um tabu sociocultural. O grande desafio é saber quando a ciência vai vencer os costumes. É um processo geracional.
Jojo Wachsmann, Chief Investiment Officer (CIO) e sócio fundador da Vitreo

Avanços legislativos e regulatórios
Jojo enfatiza que, mesmo sob governos conservadores nos Estados Unidos e no Brasil em anos recentes, houve avanços consideráveis na legislação nos dois países. Ainda assim, há um tabu a ser vencido.
Num passado mais distante, por lobby dos setores de bebidas alcoólicas e algodão nos EUA, o cânhamo era escanteado e a maconha era considerada uma droga perigosa. Mas, quando se fala em cannabis, é preciso salientar que se trata de um produto bastante versátil — sua aplicação vai muito além da extração da substância entorpecente.
A começar pela produção de cânhamo para fins industriais. Ela inclui a produção de tecidos, roupas, fibras e sementes para alimentação e rações animais. Abrange também a indústria de cosméticos. “Tudo isso sem contar um leque absurdo de usos na medicina", diz ele. "O que sabemos hoje é só a pontinha de um iceberg”.
Considerando esse leque amplo de possibilidades, o sócio fundador da Vitreo mantém-se bastante otimista em relação às perspectivas de futuro desses fundos de cannabis.
- SAIBA MAIS: Leia aqui a íntegra da reportagem.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal; basta clicar aqui.
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos