Muito pior que o bitcoin: confira dez criptomoedas que “viraram pó” e perderam praticamente 100% do valor em 2022
Além de colapsos e falências no setor, o ritmo agressivo de aperto monetário do Federal Reserve também deu um empurrão — para baixo — nos ativos digitais; saiba qual sofreu mais neste ano

No horóscopo chinês, 2022 foi o ano do tigre: um período marcado por novos comportamentos e valores permeados por emoções mais intensas e inflamadas. Acredite nisso ou não, é fato que os investidores de bitcoin (BTC) e outras criptomoedas enfrentaram situações ao longo deste ano que nem mesmo os mais céticos poderiam prever.
Do ponto de vista macroeconômico, o ritmo agressivo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deu um belo empurrão — para baixo — nos ativos considerados mais arriscados, como ações e criptos.
Mas as perdas do bitcoin no ano ficam até pequenas se comparadas ao que aconteceu com outras criptomoedas e mesmo empresas que atuam nesse mercado. Várias delas inclusive "viraram pó", como é o caso da Terra (LUNA).
A criptomoeda acabou retornando ao mercado com o nome de Terra Luna Classic (LUNC), mas teve um destino semelhante, com uma perda de praticamente 100% do valor.
A tabela abaixo mostra os ativos digitais que mais caíram no acumulado do ano. A lista foi feita com base em dados da Messari que foram compilados pelo analista Vinicius Bazan, da Empiricus:
Criptomoeda | Ticker | Desvalorização no ano* |
Terra Luna Classic | LUNC | 100% |
BitTorrent | BTT | 99,98% |
Anchor Protocol | ANC | 99% |
Qredo | QRDO | 98,55% |
TerraUSD | UST | 97,94% |
Tokemak | TOKE | 97,76% |
Raydium | RAY | 97,69% |
Spell Token | SPELL | 97,68% |
Rally | RLY | 97,60% |
Yield Guild Games | YGG | 96,97% |
*Desvalorização no ano até 19 de dezembro de 2022 em relação ao dólar
Justiça seja feita para as criptomoedas que derreteram
Antes de relembrar os casos que chamaram mais atenção no mercado cripto em 2022, justiça seja feita: as altcoins, as moedas alternativas ao bitcoin, têm uma volatilidade maior do que o próprio BTC ou o ethereum (ETH).
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O ano começou com cerca de 21,6 mil criptomoedas e chega ao fim com mais de 10 mil delas no mercado, de acordo com dados da CoinMarketCap e da Nomics. Portanto, é natural que muitos desses projetos fiquem pelo caminho mesmo em anos favoráveis — o que definitivamente não foi o caso de 2022.
Bons projetos inclusive podem sumir se os desenvolvedores não tiverem uma boa gestão de recursos e um programa bem estabelecido de crescimento e sustentabilidade do negócio.
Vale lembrar ainda que quase tudo relacionado ao mundo cripto ainda está em fase embrionária. Projetos em metaverso e em Web 3.0, por exemplo, tendem a ter a volatilidade ainda mais acentuada. Isso não significa, porém, que os projetos passaram a ser ruins, mas que o momento do mercado é muito difícil.
Além dos problemas individuais que levaram as criptomoedas do nosso ranking a perder praticamente todo o valor, o mercado como um todo passou por um verdadeiro choque de confiança. Relembre a seguir os casos que deram o que falar ao longo deste ano.
O bitcoin já dava sinais do que viria…
O ano começou mal, com uma onda de vendas que levou o bitcoin de US$ 46 mil para US$ 35 mil. Mas o investidor voltou a ter esperanças em fevereiro e março, quando o BTC apagou as perdas.
A partir de abril, no entanto, ecoando o clima de maior apreensão pela guerra entre Rússia e Ucrânia e o temor sobre os efeitos da aceleração da inflação, os preços do bitcoin voltaram a recuar.
Em maio, o mercado cripto foi tomado por incertezas na esteira do colapso do projeto Terra (LUNA) e da stablecoin TerraUSD (UST), que fez sumir US$ 18 bilhões das mãos de investidores.
Esses investidores chegaram em junho assistindo de camarote o terceiro mês consecutivo de baixa do bitcoin, deixando o primeiro semestre de 2022 marcado na história como o período no qual a maior criptomoeda do mundo recuou, pela primeira vez, para menos do que a máxima do ciclo de alta anterior. Ou seja, abaixo do antigo recorde de US$ 20 mil, atingido em dezembro de 2017.
O gráfico abaixo mostra o desempenho do bitcoin no ano até 19 de dezembro de 2022:

A espiral da morte das criptomoedas
O colapso do ecossistema Terra (LUNA), que entrou em uma verdadeira “espiral da morte” com a implosão da TerraUSD (UST), em maio, seguido pela derrocada das empresas Celsius e Three Arrows Capital (3AC) causaram perdas bilionárias ao mercado de criptomoedas — provocando mais estragos do que a falência da FTX, segundo estudo recente da Chainalysis.
Espiral da morte é aquele cenário que envolve uma queda sistemática de um ativo em meio a um momento de pânico no mercado.
No caso da UST, token da Terra, a Chainalysis estima que as perdas foram de US$ 20,5 bilhões (R$ 109 bilhões). Já no caso da Celsius e da 3AC, as perdas foram de US$ 33 bilhões (R$ 175 bilhões). A FTX, por sua vez, gerou perdas estimadas em US$ 9 bilhões (R$ 47 bilhões).
Terra (LUNA), onde tudo começou
A Terra (LUNA) era um ecossistema de protocolos diversos. Entre eles, o destaque vai para uma stablecoin, uma criptomoeda com lastro em dólar, nativa da rede, chamada TerraUSD (UST).
O token nativo da blockchain Terra, chamado de LUNA, era usado como lastro do preço dessa stablecoin do protocolo.
O ecossistema chegou a somar mais de US$ 40 bilhões em valor de mercado e se tornou relevante a ponto de alcançar a lista das 10 maiores criptomoedas em capitalização de mercado.
Mas tudo começou a dar errado depois que, em abril deste ano, o token LUNA alcançou US$ 119 — o valor mais alto já registrado para a cripto. No mesmo mês, a oferta total de LUNA em circulação atingiu 346 milhões de tokens, a mínima histórica, dada a crescente demanda por UST.
Para tentar salvar as cotações de ambas as moedas, que entraram na chamada “espiral da morte”, os desenvolvedores precisaram se livrar das criptomoedas que faziam o lastro da TerraUSD.
Mas o efeito foi justamente o contrário: ao despejar cerca de US$ 1,5 bilhão em bitcoins no mercado, a Terraform Labs (TFL), responsável pela Terra (LUNA), derrubou ainda mais as cotações da sua própria criptomoeda.
Até as últimas tentativas de salvar a Terra (LUNA), os desenvolvedores movimentaram cerca de US$ 3,5 bilhões em criptomoedas, mas nada adiantou. A LUNA já valia menos do que US$ 0,0001 e a UST havia perdido paridade com o dólar. Entenda mais sobre o caso.
Celsius e Three Arrows Capital (3AC)
A Celsius (CEL) foi uma das criptomoedas que desabaram após o colapso da Terra (LUNA) arrastar para baixo os projetos que tinham algum tipo de envolvimento com o protocolo.
Entre eles, a Celsius, que entrou com pedido de proteção contra falência depois que o inverno cripto levou a plataforma de empréstimos — no jargão do mercado, lending e staking — de criptomoedas a congelar saques de clientes.
Mas foi só em julho que a empresa abriu a solicitação de falência nos EUA e reconheceu que tinha um buraco no balanço.
Na ocasião, documentos enviados às autoridades norte-americanas mostravam que o passivo da Celsius em criptomoedas para clientes ultrapassava US$ 6,6 bilhões, enquanto a empresa detinha apenas US$ 3,3 bilhões em moedas digitais.
A Three Arrows Capital foi outro caso que chamou a atenção neste ano e você pode relembrar aqui. Também conhecido como 3AC, o fundo de hedge de criptomoedas de Cingapura foi fundado em 2012 por Kyle Davies e Su Zhu.
O 3AC era um dos fundos de hedge de criptomoedas mais promissores do mercado, mas também ficou conhecido por suas apostas altamente arriscadas. E, assim como a plataforma Celsius, o Three Arrows sofreu uma crise de liquidez devido às quedas nas cotações.
A empresa não conseguiu atender às chamadas de margem de seus credores em meio a uma enorme desaceleração do mercado este ano, com o bitcoin caindo abaixo de US$ 20 mil pela primeira vez em dois anos.
Para completar, na ocasião do colapso do 3AC, fontes próximas do assunto afirmavam que o fundo tinha grande exposição à Terra (LUNA) e TerraUSD (UST) — olha a espiral da morte dando as caras mais uma vez.
O ano termina com a falência da FTX
Quem esperava um fim de ano mais “tranquilo” no mercado de criptomoedas, levou um susto quando a implosão da FTX no mês passado enviou novas ondas de choque ao mercado de ativos digitais.
Tudo começou com uma reportagem da CoinDesk que mostrava que os fundos dos investidores na corretora estavam sendo usados para operações alavancadas na Alameda Research.
Além dos recursos dos clientes, o token nativo da FTX, o FTT, estava sendo usado como garantia dos depósitos dos investidores. Até mesmo papéis da companhia de serviços financeiros Robinhood foram usados desta forma para tentar salvar a Alameda.
Por coincidência ou não, na semana seguinte, a Binance — um dos maiores investidores na FTX — se desfez de posições em FTT, o que derrubou as cotações e piorou o balanço da corretora.
A partir daí, a empresa entrou em insolvência — quando a dívida é maior do que o patrimônio da empresa.
O problema é que o império construído por Sam Bankman-Fried — conhecido como SBF — estava intimamente ligado a outras empresas do setor.
Por isso, o efeito dominó da quebra da FTX começou a ser sentido rapidamente, com Genesis, Gemini, BlockFi e outras plataformas bilionárias do setor suspendendo saques e depósitos e caminhando na direção da falência.
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