O mercado de criptomoedas não está um mar de rosas com a crise mais recente envolvendo a FTX. Nesta quarta-feira (30), a situação se agravou um pouco mais, agora em terras brasileiras, depois que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu a oferta de investimentos em criptoativos da BlueBenx.
A determinação acontece depois que a área técnica identificou que a empresa e seus sócios administradores não possuem autorização da CVM para ofertar publicamente títulos ou contratos de investimento coletivo.
A ausência de autorização está ligada às “oportunidades de investimento” nomeadas BENX, CriptoSavings, Defi 90 dias, Defi 180 dias e Defi 360 dias.
DeFi é um conjunto de serviços e produtos financeiros, como empréstimos e transferências, que rodam em uma blockchain — espécie de banco de dados descentralizado.
Além disso, a autarquia também encontrou indícios de operação fraudulenta no mercado de criptoativos.
Em caso de descumprimento da determinação da CVM, a multa diária para a BlueBenx e os sócios é de R$ 100 mil.
A CVM já estava de olho na BlueBenx
Segundo a CVM, a BlueBenx e seus sócios administradores — Roberto de Jesus Cardassi e William Tadeu Batista Silva — são, desde março do ano passado, alvos de processo sancionador que apura a realização de oferta pública de valores mobiliários sem registro.
Em agosto, a BlueBenx e o sócio propuseram Termos de Compromisso, que foram rejeitados pelo órgão regulador.
No mesmo período, a empresa foi acusada por clientes de bloquear recursos e valores em criptos e não prestar informações sobre a situação financeira.
Na época, a BlueBenx alegou que foi vítima de um golpe e que estava reestruturando as operações para cumprir os compromissos.
Em setembro, a Justiça determinou o arresto dos imóveis de Cardassi e de Silva.