Os dois ‘Brasis’: Descubra as maneiras de analisar os diferentes cenários da economia brasileira
Economia é algo complexo e baseado em variáveis que não podem ser isoladas, além de as análises também serem influenciadas pelos pontos de vista pessoais dos especialistas
Pergunte algo para um economista e a resposta dele certamente vai ser “depende”, ou alguma coisa parecida, do tipo “sim e não“.
Tivemos um gostinho disso na nossa conversa com o economista e professor do Insper Roberto Dumas, convidado do episódio 15 do Market Makers, que foi ao ar ontem.
Thiago Salomão: Professor, por favor, explique como está o cenário do Brasil hoje.
Roberto Dumas: Depende. O Brasil relativo ou o Brasil absoluto?
Isso não acontece por que economistas gostam de ficar em cima do muro ou são indecisos, mas porque economia é algo complexo e baseado em variáveis que não podem ser isoladas. E também porque questões assim dependem do ponto de vista.
O Brasil e os mercados emergentes
O raciocínio de Dumas, resumidamente, é o seguinte: o Brasil, em relação a outros mercados emergentes, vai muito bem, portanto, um gestor que trabalha nesse tipo de mercado vai optar por trazer seu dinheiro para cá.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
“Quando houve a última rotação de ativos, as FAANgs caíram, a Nasdaq caiu, S&P caiu. Começou então a guerra na Ucrânia, as commodities subiram. O gestor gringo que veio para cá ganhou 40% em dólar”, diz Dumas.
“Esse gestor hoje vai para onde? Rússia, Ucrânia, Turquia, Argentina, Chile? Acaba sobrando só o Brasil”, completa.
E no absoluto?
“Tivemos um crescimento de PIB anabolizado, cortamos ICMS, aumentamos o auxílio para R$ 600”, diz Dumas.
"Ao mesmo tempo, o mercado está comprando uma queda nos juros no ano que vem, mas um novo governo que abra as portas da esperança do crédito no ano que vem pode fazer a inflação subir de novo”, completa.
Ou seja: se a inflação subir, os juros não caem, e seus influencers favoritos do Twitter serão obrigados a postar “manteu“ a cada 45 dias em 2023, a cada vez que a taxa de juros não cair.
Falamos mais sobre isso na nossa newsletter de ontem, que você lê clicando aqui.
Vol é vida. Mas cadê a volatilidade?
A quarta cadeira da mesa no episódio de ontem foi ocupada por Paolo Di Sora, da RPS. Paolo havia sido um dos oito gestores que entrevistamos no episódio especial da semana passada sobre eleições.
Sua estratégia para explorar a volatilidade eleitoral chamou tanta atenção entre a audiência que resolvemos chamá-lo mais uma vez para explicar como ele usou opções da Petrobras para ganhar dinheiro com o resultado das urnas.
Clique aqui e veja a explicação completa.
China (ainda) menos liberal
O professor Dumas é um dos maiores especialistas em China do Brasil. Por isso, o Carlos Carvalho, membro da Comunidade Market Makers de Investimentos, mandou sua pergunta justamente sobre esse tema.
Pergunta: Professor Dumas, acabou a China de Deng Xiaoping e está voltando a China de Mao, que é mais centralizada e menos liberal?
Dumas: Sim e não. Acabou a China de Hu Jintao, que é muito mais liberal, e entrou a China de Xi Jinping, que é muito mais um capitalismo estatal que entra nas empresas privadas.
Não é um órgão de planejamento central, o verdadeiro comunismo, que era Mao. É uma visão mais draconiana de Estado.
Essa é a vertente de Xi. Mas não chega a ser comunismo. A China não é comunista. Como um país comunista teria duas bolsas de US$ 18 trilhões?
O Carlos conseguiu mandar sua pergunta porque os membros da Comunidade Market Makers têm acesso prévio à agenda e um canal direto com a gente para mandar suas sugestões.
Para ter acesso à nossa pauta e agenda, torne-se membro da Comunidade Market Makers!
Fundo Market Makers
Conheça também o nosso fundo!
Na semana passada nasceu o Fundo de Investimentos Market Makers, inspirado na nossa carteira, conduzida pelo Matheus Soares!
Você que já nos ouve e assiste, agora também pode investir conosco! E se você ainda não tiver uma conta na Empiricus Investimentos, não se preocupe. O processo é fácil e rápido.
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano