Muita coisa pode mudar em um curto espaço de tempo. Uma doença desconhecida vira uma pandemia, uma moda toma conta da internet, um conflito geopolítico domina as páginas dos jornais, e poucas palavras, proferidas pelas pessoas certas, alteram o rumo do mercado financeiro global.
É bem provável que até algumas semanas atrás muitos investidores tivessem certa dificuldade para indicar a Ucrânia no mapa ou explicar a complexidade das relações dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas a escalada de tensão das últimas semanas e os repetidos alertas dos Estados Unidos de que uma invasão russa é iminente fizeram com que esse cenário mudasse.
O que não mudou é que, até agora, uma invasão não aconteceu. A Rússia garante que suas tropas estão se afastando da fronteira, mas a Casa Branca não compra esse discurso e insiste que um conflito – sob falsos pretextos – pode se iniciar nos próximos dias.
Sem paz firmada e sem conflito real (até o momento), os mercados seguem envoltos em uma névoa de incerteza. As bolsas americanas tiveram mais um dia de forte queda e o Ibovespa encerrou uma sequência positiva.
Nesta sexta-feira, o principal índice da B3 recuou 0,57%, aos 112.879 pontos. Embora a baixa semanal acumulada tenha sido de 0,6%, Lucas Xavier, analista técnico da Warren, aponta que isso não indica que o Ibovespa deve reverter a tendência de alta vista até agora.
No câmbio, o dólar à vista seguiu a corrente contrária e não interrompeu o movimento de alívio que tem marcado 2022, mais uma vez apoiado no forte fluxo estrangeiro que ajuda na valorização do real. Hoje, o recuo foi de 0,52%, a R$ 5,1400, uma queda de 1,95% na semana.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta sexta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
SEMANA EM CRIPTO
Rússia e Ucrânia com a ‘mão no volante’ do mercado e grandes bancos de olho nas criptomoedas: o que movimentou o bitcoin (BTC) e o que esperar da próxima semana com a ‘Lei Biden’. Quem volta ao radar é o projeto de lei de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, para as criptomoedas após intensos debates com Janet Yellen.
HORA DE COMPRAR
Ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) já subiram 42% em dólar em 3 meses, mas o BofA vê espaço para mais e eleva preço-alvo. Com petróleo em alta e dividendos, analistas mantêm recomendação de compra para a Petrobras, apesar do risco político.
NEGÓCIO BILIONÁRIO
Cielo (CIEL3) levanta quase R$ 1,5 bilhão com venda da MerchantE e ação dispara na bolsa. Preço da venda, estabelecido em dólar, ficou bem abaixo do valor da aquisição, mas a depreciação cambial dos últimos anos mitigou a perda em reais.
DESTAQUE DO DIA
Rumo (RAIL3) despenca mais de 8% após balanço fraco, mas tem analista vendo a queda como oportunidade. Embora a empresa tenha apresentado resultado anêmico no quarto trimestre, alguns especialistas acreditam que pode ser a hora de embarcar nos papéis.
DINHEIRO NOVO
Grupo Tigre, sinônimo de tubos e conexões, recebe investimento de R$ 1,350 bilhão de fundo norte-americano. Advent International passará a deter 25% do capital da empresa, que pretende usar o dinheiro para acelerar a expansão internacional.