Não está fácil para ninguém: O ciclo de alta de juros no mundo, prejuízo do IRB, Petrobras e outras notícias que mexem com os seus investimentos
A valsa internacional é capaz de ilustrar com grande precisão este momento no qual a economia global transita um terreno pantanoso entre a desaceleração e a recessão
Já podemos afirmar que agora é oficial: não está fácil para ninguém! O banco central da Suíça elevou o juro no país pela primeira vez em 15 anos. No Japão, a autoridade monetária local optou por não mexer na taxa de juros, mas interveio no mercado de câmbio pela primeira vez desde 1998.
Pode até parecer banal. Mas tanto o Japão quanto a Suíça exportam a imagem de estabilidade econômica. E o que para uns pode parecer um paraíso, para outros representa um flerte com a calamidade.
Imagine o que deve ser para as populações desses países conviver, respectivamente, com índices de inflação de 3% e 3,5%. Ao ano, claro. Não há estágio em Brasil que resolva.
Mais especificamente, a decisão do banco central suíço colocou um ponto final à era de taxas negativas de juro na Europa.
São situações capazes de ilustrar com grande precisão este momento no qual a economia global transita um terreno pantanoso entre a desaceleração e a recessão.
Tudo isso apenas algumas horas depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ter elevado em 75 pontos-base a taxa básica de juros nos Estados Unidos. Foi a terceira alta de juro na mesma magnitude no país.
O mercado financeiro não digeriu bem a decisão do Fed. Isso porque, além de o banco central ter indicado que a taxa básica pode passar de 4% ao ano ainda em 2022, as projeções de crescimento da economia dos EUA passaram de 1,7% para 0,2% no ano.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu uma pausa no aperto monetário. A decisão não foi unânime. Houve quem defendesse uma alta residual de 25 pontos-base. Mas a Selic ficou mesmo em 13,75% ao ano.
Em um ano e meio, a taxa básica de juro foi de 2,00% a 13,75%. E deve permanecer nesse nível até o meio do ano que vem antes de começar a baixar.
Numa tentativa de demonstrar que está em alerta na batalha contra o dragão da inflação, o Copom assegurou que não hesitará em voltar a elevar a Selic se assim julgar necessário.
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O que você precisa saber hoje
ACABOU
Selic finalmente parou de subir e deve se manter em 13,75% por algum tempo. Como fica a renda fixa a partir de agora? A taxa básica de juros do Brasil chegou ao topo do ciclo de alta e lá deve permanecer até meados de 2023.
VEM INTERVENÇÃO POR AÍ?
Lula e Ciro querem mudar a política de preços da Petrobras, mas Tebet defende a autonomia da estatal. Candidatos são contra a privatização da petroleira, mas divergem sobre venda de subsidiárias e paridade internacional de preços. Confira os detalhes na nossa série sobre as propostas dos presidenciáveis que mexem com o seu bolso.
PRÉVIA DO BALANÇO
IRB (IRBR3) reduz prejuízo, mas permanece no vermelho em julho. Apesar do tropeço, a resseguradora ganhou fôlego por alguns meses com uma recente oferta de ações que levantou R$ 1,2 bilhão. Saiba como andam as finanças da companhia.
AGORA É OFICIAL
Justiça decreta falência da Itapemirim — e empresa deixa mais de R$ 2 bilhões em dívidas com empresários e União. Grupo ganhou destaque nacional ao paralisar as operações da unidade de transporte aéreo, a ITA, às vésperas da temporada de fim de ano.
RIQUEZA GLOBAL
Mundo ‘ganhou’ 46 mil super-ricos e Brasil passou a contar com 266 mil milionários em 2021. Segundo o relatório do Credit Suisse, o Brasil ocupa a 18ª posição entre os 20 países com maior número de super-ricos do mundo, à frente de Singapura e Holanda.
JORNADA MENOR
Semana de 4 dias passa no “teste” e pode se tornar definitiva no Reino Unido. Iniciada em junho, as empresas participantes já cogitam adotar permanentemente a jornada menor. O teste-piloto vai até dezembro; saiba os detalhes.
ESTRADA DO FUTURO
A Adobe acabou com sua maior ameaça, e mesmo assim as ações despencaram. Entenda o que aconteceu. Segundo o colunista Richard Camargo, a aquisição da Figma pela Adobe chamou a atenção pelo preço: a empresa pagou US$ 20 bilhões por uma concorrente que, nos últimos 12 meses, faturou pouco mais de US$ 200 milhões.
Uma boa quinta-feira para você!
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