Para triunfar, antes é preciso atravessar: confira três dicas importantes para seguir antes de investir
Antes de tomar qualquer decisão no calor do momento, seja pelo excesso de otimismo ou por um receio em demasia, é necessário ter em mente três lições para investir bem e com prudência

Em modo “aversão ao risco”, os mercados globais seguem em trajetória baixista neste início de ano. Os principais índices dos EUA — Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones — caem 13,5%, 8,6% e 5,6%, respectivamente.
Quando analisamos esses índices mais de perto, já é possível ver empresas que caem 70% ou mais desde as máximas.
Estima-se que, no pior momento da última segunda-feira, cerca de US$ 3 trilhões evaporaram do mercado acionário americano.
Uma verdadeira destruição de valor que certamente deixará marcas nos investidores.
Essa rápida reprecificação não foi a primeira nem será a última e expõe os excessos que o mercado vez ou outra comete.
Com o passar do tempo, o pêndulo do mercado, conceito que Howard Marks expõe em seu livro “The Most Important Thing”, se alterna.
Leia Também
Acima do teto tem um sótão? Copom chega para mais uma Super Quarta mirando fim do ciclo de alta dos juros
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Ganância e prudência
Em dados momentos, quando o cenário é positivo, a ganância (ou euforia) estimula os investidores a se apressarem a comprar mais, esquecendo-se da prudência.
No Brasil, o caso do fundo que estava alavancado em Banco Inter e perdeu mais de R$ 8 bilhões de patrimônio em seis meses é emblemático.
Nos EUA, Warren Buffett narra a história de outro sócio da Berkshire Hathaway que acabou não tendo o mesmo futuro promissor que o seu e o de Charlie Munger.
Rick Guerin, embora inteligente e com track record avassalador, acabou sendo levado pela ganância ao se alavancar demais.
Sem conseguir prever o cisne negro da recessão de 1973-74, Rick, que havia colocado as próprias ações como garantia, teve que liquidar suas posições e amargou perdas irreversíveis que o tiraram de forma definitiva da sociedade.
Rapidamente, contudo, esse otimismo exagerado pode dar lugar a medo ou pânico, que também podem ser extremamente maléficos para o investidor.
No auge da bolha pontocom, a Amazon chegou a cair mais de 80%. O investidor que se desfez do papel naquele momento certamente se arrependeu do movimento alguns anos depois.
Lições pré-decisão
Mas, afinal, quais são as lições que um investidor deve ter em mente antes de tomar qualquer decisão no calor da emoção? Pego-as emprestadas do livro “A Psicologia Financeira”, de Morgan Housel.
Mais do que focar em grandes retornos, o investidor deve mirar em um portfólio à prova de falências. Em sendo o caso, uma correta alocação de recursos combinada com uma janela temporal longa o bastante fará maravilhas.
Para citar novamente Buffett, estima-se que 99,6% do seu patrimônio tenha sido construído após completar mais de cinco décadas de vida e mais de 96% foram conquistados após os 60, quando ele se tornou elegível para a aposentadoria.
Por outro ponto de vista, a probabilidade de ganhar dinheiro com a Bolsa americana, em um dia, é de 50%. Em um intervalo de um ano, essa proporção sobe para 68% e para 88% em intervalos de dez anos. Portanto, para chegar lá, é preciso ser paciente e evitar a ruína.
Margem de segurança
De acordo com Housel, fazer planos é importante, mas a parte mais importante de um plano é ter um plano para quando o plano não estiver saindo de acordo com o plano.
Resumindo esse trava-língua: ter margem de segurança é fundamental.
Boas empresas, com balanço sólido, governança de primeira e com diversas avenidas de crescimento aumentam a robustez do nosso portfólio.
O investimento em eventos binários não está descartado, mas deve ser acompanhado de um sizing adequado.
Otimismo e ceticismo
Por fim, o investidor de ações deve ser um otimista quanto ao futuro, mas cético em relação ao que pode impedir esse futuro de chegar.
O “buy and hold” (comprar e manter) não deve ser entendido como “buy and forget” (comprar e esquecer). Avaliar os ativos em carteira e as oportunidades abertas pelo mercado deve ser uma atividade rotineira.
Em épocas de Selic se aproximando dos 12% ao ano, o custo de oportunidade se torna grande e eventuais “cortes na carne” para se posicionar em ativos com maior potencial de valorização podem se fazer necessários.
Ao final do dia de hoje, saberemos o que foi discutido na reunião do Fed, que certamente será o grande gatilho para o posicionamento dos investidores nas próximas semanas.
De antemão, não saberia dizer qual será o tom adotado por Jerome Powell, mas sugiro que você reflita sobre os três pontos levantados acima. Eles certamente te auxiliarão nesta jornada.
E se quiser saber quais ativos compõem a minha carteira recomendada e que estão em linha com essa filosofia de investimentos, fica aqui o convite para você conhecer a série As Melhores Ações da Bolsa.
Forte abraço,
Fernando Ferrer
Novo pacote, velhos vícios: arrecadar, arrecadar, arrecadar
O episódio do IOF não é a raiz do problema, mas apenas mais uma manifestação dos sintomas de uma doença crônica
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”